28 de junho de 1969. Era um dia como qualquer outro de grande movimento no bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Nova York. 

O local era um dos únicos no país onde a diversidade não era extremamente reprimida, discriminada e até mesmo criminalizada em uma época em que não ser heterossexual e cisgênero era crime nos Estados Unidos. Todas as vestimentas, atitudes e formas de expressão consideradas "inapropriadas" podiam causar problemas com a polícia. Mas no Stonewall, os donos pagavam suborno para que a polícia não interferisse no local com tanta repressão como em outros lugares. 

Naquele dia, o ambiente considerado “seguro” para a comunidade LGBTQIAP+ se transformou em mais um espaço para a repressão e intolerância, pois policiais entraram no local com fortes ameaças aos empregados e clientes do local, conflito que iniciou grande revolta em parte do público do bar lotado, e muitos decidiram resistir à ofensiva policial.
FOTO: O bar Stonewall funciona até hoje em Nova York.
FOTO: O bar Stonewall funciona até hoje em Nova York.
O evento foi um marco para a diversidade mundial e se transformou no Dia do Orgulho LGBTQIAP+, comemorado mundialmente e que foi o estopim de uma série de outras manifestações reivindicando visibilidade e respeito. Um ano depois, 10 mil pessoas se reuniram para celebrar um ano da revolta, o que foi o início das atuais paradas LGBTQIAP+, que são promovidas no mundo todo. Destaque para a de São Paulo, que em 2022 reuniu mais de um milhão de pessoas.
FOTO: Pavel Danilyuk no Pexels.
FOTO: Pavel Danilyuk no Pexels.

Uma bandeira de muitas cores!

Quase uma década depois da rebelião de Stonewall, as paradas em favor da diversidade já aconteciam todo ano em diversas partes do mundo. Mas faltava um símbolo que representasse o movimento. A bandeira do arco-íris foi criada pelo designer e ativista norte americano Gilbert Baker, no final dos anos 70. Baker vivia em São Francisco, na Califórnia, em um período em que a cidade começava a se tornar um local de movimentos por igualdade e pelos direitos civis. Naquele período, ele aprendeu a costurar e começou a produzir cartazes e bandeiras com o símbolo do arco-íris para a comunidade LGBTQIAP+. 

Ao conhecer o trabalho de Baker, o ativista Harvey Mil, primeiro político eleito abertamente gay nos Estados Unidos, pediu uma imagem que pudesse representar e se tornar o símbolo da Parada do Orgulho de São Francisco, em 1978. No mesmo ano, o político foi assassinado e a bandeira se popularizou ainda mais, como símbolo de diversidade e luta por respeito. Com isso, o arco-íris se transformou no símbolo que hoje representa e celebra todas as formas de diversidade. 

Segundo o criador, a bandeira é algo natural que remete ao céu. A bandeira original tinha 8 cores, que foi adaptada para a produção de tecidos da época com 6 cores, que permanecem até hoje. O vermelho representa a vida; o laranja, saúde; o amarelo, a luz do sol; o verde, a natureza; o azul, a arte; e o lilás, o espírito.

Uma sigla, várias bandeiras! 

Além da bandeira do arco-íris, cada movimento da sigla LGBTQIAP+ tem sua bandeira própria, para representar a singularidade de cada grupo de pessoas, referente a orientação sexual e/ou identidade de gênero.
Mas você sabe o significado da sigla que hoje abraça o movimento global de diversidade?
O termo anterior – GLS, gays, lésbicas e simpatizantes, se mostrou excludente por não contemplar as demais identidades. Com isso, a sigla passou a ser LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais – e, posteriormente, foi acrescentada do QIAP+, para representar as identidades Queer, Intersexual, Assexual e Pansexual. O sinal de + mostra que apesar da sigla existir, a identidade de gênero e orientação sexual tem um espectro ainda maior do que as letras descrevem. É um sinal para contemplar e representar toda a diversidade humana!
Seja qual for a cor, bandeira ou sigla, o importante é entender e compreender que a diversidade existe e deve ser respeitada. Sempre!
Renan BarbosaAnalista de Marketing Digital