Introdução

Durante internação hospitalar, cabe à equipe de enfermagem cuidar do paciente. Todas as solicitações são por seu intermédio. Estas podem ser as mais simples, como pedir o controle da TV ou as mais críticas, como avisar que está com dor. A equipe precisa se mobilizar para atender ao chamado, ouvindo a solicitação, comparecendo ao quarto ou interfonando, para, em seguida, atuar. Segundo relatos, o paciente acamado ou em isolamento sente-se sozinho e as demandas aumentam, às vezes por coisas simples, apenas para não se sentirem esquecidos. E se uma assistente virtual fosse inserida nesse ambiente?
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Projeto

Otimizar recursos de enfermagem e entreter pacientes são objetivos da Amiko. Uma assistente virtual tem inúmeras aplicações úteis para uma pessoa acamada ou em isolamento. Por meio dela, é possível fazer diversas solicitações, que chegarão de forma precisa à equipe de enfermagem, podendo ser rapidamente resolvidas. Para reduzir a sensação de abandono, há perguntas periódicas e encaminhamento das respostas. Além de respostas padrão para perguntas como “a que horas é o jantar?” ou “que horas são?”, existem solicitações específicas, como: “sinto dor” ou “preciso ir ao banheiro”, as quais serão direcionadas imediatamente para a equipe, com as devidas prioridades. Controle da iluminação e dos eletroeletrônicos é uma facilidade que a Amiko proporciona, com o intuito de reduzir os chamados.

Funcionamento

O sistema possui três pilares: interfaces do paciente e da equipe de enfermagem e a inteligência do sistema. Objetivando clareza na comunicação e qualidade de processamento da linguagem natural, optou-se pela assistente Alexa como interface do paciente. Desenvolveu-se aplicação customizada (Skill) para interpretação dos comandos e respectivos acionamentos. Posiciona-se um dispositivo Echo junto ao leito e, do lado da equipe, um programa Windows App exibe os chamados e registra as respostas às perguntas periódicas e o histórico de chamados. O backend se encarrega de unir as interfaces. Havendo solicitação por meio da Alexa, a skill envia o comando e todos os dados para o backend identificar e tratar a ação. Em seguida, o chamado é enviado à interface na ilha de enfermagem. As perguntas periódicas são geradas automaticamente, e as respostas enviadas à interface. Na automação do quarto, dispositivos IoT utilizando o protocolo ZigBee permitem ao usuário o controle sem necessidade de ajuda.

Resultados

Graças à utilização de uma assistente virtual comercial, o processo de reconhecimento de voz é maduro o suficiente para processar diversos sotaques e gírias, facilitando a comunicação. Quando há uma solicitação, o sistema reconhece o dispositivo do qual partiu o chamado, identificando o leito e o nome do paciente. Com o chamado aberto, pode-se fechá-lo manualmente, diretamente pela central na ilha de enfermagem, ou no próprio leito, comunicando à assistente que o atendimento está sendo realizado. A automação do leito mostrou-se uma das funcionalidades mais eficazes para a redução dos chamados.

Curiosidades

O projeto foi idealizado com a participação de profissionais da área e as funcionalidades pensadas para atender as reais necessidades. Durante a etapa exploratória, relatos mostraram que o paciente pode apenas sentir-se sozinho e, por isso, chamar a equipe de enfermagem. Quando, por exemplo, o paciente recebe uma visita pela manhã, dificilmente a solicitará durante o dia, pois a sensação de cuidado foi passada. Pacientes idosos costumam requisitar mais atenção e repetir perguntas. Um ponto enfatizado pelos profissionais foi o controle da TV. Diversas vezes são chamados apenas para controlá-la.

Aluno

Roberto Luiz Assad Pinheiro 

Engenharia de Controle e Automação