Em turnê pelo Brasil, onde fará três shows a partir desta semana, o Aerosmith já começou aquela que promete ser sua despedida dos palcos. Em entrevista recente ao UOL, o baixista Tom Hamilton confirmou que a banda tem planos de parar ao fim da excursão, em 2017. A (provável) derradeira apresentação no país já tem data: 21 de setembro de 2017, encerrando quarta noite de Rock in Rio.
Colega de geração, o Black Sabbath também está em seus "finalmentes". Sua The End Tour, que vai até fevereiro de 2017 e passa no fim deste ano por Porto Alegre, Curitiba, Rio e São Paulo, será a segunda e última oportunidade do público brasileiro assistir aos precursores do heavy metal com Ozzy Osbourne no vocal. Mas, em meio a uma avalanche de turnês de despedidas no rock, o que é real e o que é jogada de marketing nessas histórias?
No caso do Aerosmith, a conta parece fechar, ainda que com algumas ressalvas. O caminho disperso dos integrantes nos últimos anos sinaliza que ao menos uma pausa irá acontecer. Enquanto o vocalista Steven Tyler engata voo solo no (pop) country, o guitarrista Joe Perry tem um horizonte de projetos paralelos, que incluem o Hollywood Vampires (com Alice Copper e Johnny Depp) e até seu The Joe Perry Project, que criou após sair do Aerosmith no fim dos 1970 e retomou entre 2009 e 2010.
Além da idade avançada dos músicos, todos sexagenários, os ânimos também são fiel da balança para o Aerosmith. Há anos Steven Tyler e Joe Perry colecionam farpas trocadas via imprensa. Em 2009, o guitarrista chegou ao extremo anunciando que o grupo estaria atrás de um novo frontman. Nada de concreto aconteceu. Mas a relação se deteriorou ainda mais com a entrada de Tyler no programa "American Idol" no ano seguinte, sem o aval dos colegas.
Com tanto desgaste de relacionamento, a parada se fez necessária. Mas há um alento aos fãs: mesmo sendo impossível pontificar, hoje, que a banda voltará um dia, o cenário não descarta totalmente uma reunião. Há quem diga que a atual despedida não passa do famoso "vamos dar um tempo" e lembre do exemplo do Kiss, que há anos nos ensina que blefar com o sentimento do fã pode ser uma lucrativa estratégia de marketing.
Fonte: Do UOL, em São Paulo