Página 7 - 22a JORNAL INATEL4-2

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“Comecei o trata-
mento há um ano
e quatro meses e
foi o período em
que mais evolui
desde o acidente
de carro que sofri
há dez anos. Nunca
tinha visto um trata-
mento como esse. A
minha evolução foi muito grande fisicamente
e emocionalmente. “
7
pesquisa
INATEL INTEGRA PROJETOS DE
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS DO
GOVERNO DO ESTADO
O
Inatel será o responsável pelo Centro
de Desenvolvimento eTransferência
de Tecnologias Assistivas de Minas
Gerais. O projeto faz parte de uma
série de medidas anunciadas recentemente pelo
governo do Estado.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Narcio Rodrigues, disse que o Inatel
respondeu ao desafio de juntar tecnologia e bem
estar social e que a participação do Instituto será
fundamental para que o projeto avance. “Uma
iniciativa que, tenho certeza, terá uma enorme
repercussão em Minas Gerais e que será seguida
por outros Estados”, disse o secretário.
A intenção do Centro é assumir a responsabi-
lidade de desenvolver tecnologias para melhorar
a qualidade de vida das pessoas com deficiência,
envolvendo todo o escopo do Inatel.
OCentro de Desenvolvimento eTransferência
de Tecnologias Assistivas funcionará no Instituto
e centralizará as pesquisas nessa área. Além de
novos estudos, farão parte do Centro as ações já
desenvolvidas pela área de Engenharia Biomédica
do Inatel, como o Elevador Ortostático Dinâmi-
co, que propõe um novo tratamento através da
reeducação da marcha para pessoas com lesão
de medula.
Atualmente, o Elevador Ortostático Dinâmico
está instalado no Asilo de Santa Rita do Sapucaí.
Com ele, a fisioterapeuta Claudia Garcez já está na
quarta pesquisa com oito pacientes com tetraple-
gia e paraplegia. “O paciente tem a memória de
andar, há um centro na medula espinhal que sabe
fazer isso e o que fazemos é ativá-lo com o auxílio
do elevador ortostático”, explica a fisioterapeuta.
Nas duas últimas pesquisas, a musculação para os
membros inferiores e superiores foi incorporada
ao tratamento.
Vinícius dos Santos Pinto integra a pesquisa há
pouco mais de um ano. Veio de Jundiaí para San-
ta Rita do Sapucaí junto com a mãe em busca do
tratamento, dois anos após o acidente de carro
que sofreu. Hoje afirma que conquistou autonomia
para morar sozinho. “Tenho autonomia que antes
não tinha, para fazer a transferência da cadeira
de rodas para os outros lugares, tomar banho
sozinho. Melhorei demais aqui e isso aumenta a
autoestima.”
Com a palavra...
Daniela de Souza Garcia - 31 anos
Curso de suplementação
em Tecnologia Assistiva
Professor do Mestrado contribui para proposta de padronização de redes futuras
O professor do Inatel, Antônio Mar-
cos Alberti, é co-colaborador de um
documento do instituto coreano ETRI
(Electronics andTelecommunications Re-
search Institute)
que visa a padronização
da identificação de entidades na Internet
do Futuro. Esse documento será avalia-
do pela União Internacional de Teleco-
municações (UIT), agência especializa-
da da Organização das Nações Unidas
(ONU), e pode ser aceito como padrão
internacional, ou seja, poderá basear
todos os desenvolvimentos de soluções
tecnológicas nessa área. “Estamos pro-
pondo que padrões digitais binários se-
jam usados para gerar identificadores
de entidades. Esses identificadores ser-
viriam para desenhar todo o restante da
arquitetura da Internet do Futuro”.
Atualmente milhões de postagens
são feitas na Internet a cada minuto,
mas o conteúdo não está identificado
de forma perene na rede. Isto dificul-
ta a busca e a transferência segura de
informações. Com o uso de identifica-
dores perenes, os pesquisadores afir-
mam que a busca será mais rápida e a
segurança chegará a informação por si
só. “Um vídeo, por exemplo, terá um
número identificador que irá represen-
tá-lo onde quer que ele seja utilizado”,
explica Alberti.
Assim como ocorreu com a TV Digi-
tal, a participação do Inatel na padroni-
zação da Internet do Futuro possibilita
que o Instituto saia na frente ao desen-
volver tecnologias com os padrões defi-
nidos e trabalhe essas informações com
os alunos da instituição.
Os alunos do Inatel tiveram a oportunidade de
ver, na prática, o trabalho de reabilitação de pes-
soas com deficiência durante um curso de suple-
mentação deTecnologia Assistiva. As aulas foram
ministradas pela fisioterapeuta Claudia Garcez e
pela estudante do 10º período de Engenharia Elé-
trica, Suzanne Assis de Souza Melo, que voltou
recentemente de curso de Engenharia Biomédica
na Alemanha.
Além das atividades em sala de aula, os alunos
acompanharam o trabalho desenvolvido pelo Inatel
com o Elevador Ortostático Dinâmico e também a
rotina da APAE de Santa Rita do Sapucaí. O aluno
de Engenharia Biomédica Julio Mateus Pereira afir-
ma que as visitas foram importantes para conhecer
a real necessidade das pessoas com deficiência. “Às
vezes a gente deduz que uma tecnologia vai aten-
der, mas, na prática, não terá utilidade. As visitas
agregarammuita informação, principalmente pra
mim que quero trabalhar com tecnologia assistiva.”
Vinicius dos Santos faz
tratamento no
Elevador Ortostático
Prof. Antônio Marcos Alberti
Alunos na APAE
de Santa Rita do Sapucaí
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