Page 78 - INATEL - Revista Fetin 44ª-completa
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PROJETO VENCEDOR
                        2º Lugar • Nível 4
                        Prêmio de Viabilidade de Mercado

                           Arena FETIN - Projeto Inovador com Potencial de Transferência Tecnológica





        Kenun




        Comunicação via Interface Cérebro-


        Computador




        ORIGEM DO PROJETO

        Baseado  em  pesquisas  clínicas  sobre  deficiências  motoras  severas,  evidenciando  a  dependência  de  pacientes  e  a
        sobrecarga de suas redes de apoio.


        PROBLEMÁTICA

        Doenças que comprometem funções motoras e verbais, como Síndrome do Encarceramento (LIS), Esclerose Lateral
        Amiotrófica (ELA) e algumas formas de paralisia cerebral, afetam milhões de pessoas no mundo. Embora conscientes, esses
        indivíduos enfrentam graves restrições de autonomia e comunicação, tornando-se altamente dependentes de familiares e
        profissionais da saúde, que vivenciam uma rotina exaustiva e emocionalmente desgastante devido a constante vigilância.
        Essa condição é agravada pela falta de soluções acessíveis que permitam a comunicação autônoma. Nesse cenário, surge
        o Kenun, um sistema de interface cérebro-computador (BCI) que interpreta sinais cerebrais e os transforma em comandos
        digitais, buscando restaurar parte da autonomia e facilitar a interação entre pessoas e ambiente.



        MATERIAIS E MÉTODOS
        O Kenun é composto por um leitor de eletroencefalograma (EEG) que transmite dados cerebrais a um software de
        aprendizado de máquina, capaz de converter frequências neurais em comandos digitais. Esses comandos são integrados
        a um sistema web que permite a seleção de opções de expressão, com potencial de expansão para aplicações em
        dispositivos IoT. A solução teve a viabilidade analisada por neurologistas e foi validada com testes com usuários em
        ambiente controlado, alcançando acurácia de 87%. Embora as BCIs ainda sejam pouco exploradas no Brasil, o projeto se
        diferencia internacionalmente por adotar uma abordagem não invasiva e incorporar inteligência aos sinais, indo além do
        simples fornecimento de dados brutos, ampliando as possibilidades de uso em acessibilidade e automação.


        PROJETO E SOLUÇÃO

        O software segue um pipeline de cinco etapas: (1) captura de sinais cerebrais via eletroencefalograma (EEG); (2) pré-
        processamento,  com  filtragem  de  ruído  e  normalização  dos  dados;  (3)  extração  de  características,  transformando
        frequências cerebrais em métricas do estado neural; (4) classificação, em que uma rede neural interpreta os vetores de
        características e identifica padrões cognitivos; e (5) saída, gerando comandos de controle. Para utilizar o Kenun, os sensores
        são posicionados na cabeça do usuário e se inicia a coleta de dados de treinamento estimulando intenções específicas,
        como estado neutro ou foco em uma ação. Esses dados geram um modelo de rede neural personalizado, permitindo que o
        usuário se expresse e interaja com o ambiente por meio dos dispositivos de saída conectados.





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