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Artigo

Big Data:

Quando pequenas ações se tornam
parte de grandes decisões

Renzo Paranaíba Mesquita
Engenheiro, Mestre em Computação e professor do Inatel. É coordenador do Lab.
de Iniciativas de Computação do Inatel, o CDG Hub, e membro do IoT Group,
grupo do Inatel voltado a pesquisas para Internet das Coisas.

cada segundo, centenas de gerados a todo momento e que “tendem ao Data deve se preparar para cada vez
A novos terabytes de dados infinito”, dá-se o nome de Big Data. mais investir em infraestrutura e novas
estão sendo gerados e milhões de novos Apesar de dados já serem gerados há tecnologias. Segundo, grande parte dos
objetos físicos ao redor do planeta estão muito tempo, o diferencial do Big Data se dados produzidos pelo Big Data não
sendo conectados à Internet. Estes objetos encontra exatamente na possibilidade de são estruturados, como por exemplo
podem variar desde pequenos gadgets de cruzá-los e tratá-los, para que os mesmos documentos, fotos, vídeos e áudios, e extratir
uso pessoal, como relógios ou pulseiras possam se tornar informações capazes de informações deles ou cruzá-los é um grande
inteligentes, até mesmo a organismos vivos, auxiliar pessoas, governos e corporações desafio. Por último, é importante ressaltar
como plantas. Isso só se tornou possível na tomada de decisões. Por exemplo, que não seria possível produzir informações
graças ao advento de sensores inteligentes analisar dados sobre onde um indivíduo relevantes sem que por trás existissem
e novas tecnologias de comunicação, que gosta de ir, comer ou comprar podem profissionais que compreendessem a
juntos, dão origem à chamada Internet das ajudar ferramentas de busca a realizarem tecnologia e a utilizasse de forma eficaz
Coisas (do inglês Internet of Things, ou pesquisas mais direcionadas; cruzar dados para tirar o máximo de proveito do poder
simplesmente, IoT). Em suma, a Internet das sócio-políticos com dados climáticos e do Big Data. Por isso, o Big Data não se
Coisas permite que não só computadores de hospitais podem ajudar a prever uma torna promissor apenas para corporações,
tradicionais, mas objetos físicos comuns do febre de um determinado mosquito com ao auxiliá-las na tomada de decisões,
dia a dia sejam capazes de “pensar”, “ouvir” antecedência; entender como uma lavoura mas, também a profissionais que saibam
e até mesmo trocarem informações entre si se comportou durante o ano, analisando “navegar” bem por esta nebulosa composta
por meio da rede mundial de computadores. dados coletados por sensores, pode de dados e informações.
Porém, independente do tipo de objeto potencializar o aumento do plantio ou atrair
conectado, todos eles possuem uma mais investidores.
característica bastante comum: produzem Porém, apesar do Big Data
dados que muitas vezes são armazenados auxiliar na produção de
em algum lugar ao redor do planeta. insights importantes
Computadores guardam rastros do que para tomada de
as pessoas estão comprando, vendendo decisões, ele também
ou até mesmo desejando, pulseiras vem acompanhado
inteligentes coletam e guardam o número de uma série de
de passos, corridas, batimentos cardíacos desafios. Primeiramente,
e calorias gastas por atletas, sensores em relação ao
instalados em lavouras produzem dados armazenamento e análise
sobre temperatura, umidade do solo e do ar, dos dados. Segundo
smartphones com suporte a GPS registram o IDC (International
o itinerário das pessoas, o que elas estão Data Corporation), a
fazendo, pensando ou planejando nas redes cada dois anos estima-
sociais. Estes são apenas alguns poucos se que as informações
exemplos de dispositivos do dia a dia que produzidas no planeta
são capazes de produzirem novos dados. praticamente duplicam. Por conta
A toda essa quantidade de dados que são disso, quem usa do poder do Big