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PROJETO VENCEDOR
                                                 Prêmio Arena FETIN de IoT, robótica e indústria 4.0






             GeoScanSat













             PROBLEMÁTICA/SOLUÇÃO
             O projeto GeoScanSat busca enfrentar o grave problema do garimpo ilegal em áreas remotas, onde as consequências
             ambientais e sociais são devastadoras. A destruição de ecossistemas e o risco à vida das comunidades indígenas e ribeirinhas
             são graves, já que essas dependem dos rios e da biodiversidade local. O garimpo ilegal provoca contaminação por mercúrio,
             que afeta diretamente a saúde pública. De acordo com o Instituto Oswaldo Cruz, indígenas que vivem próximos a garimpos
             apresentam altos níveis de exposição ao mercúrio, agravando a crise sanitária e ambiental. O GeoScanSat se insere em um
             cenário remoto de difícil acesso, onde a fiscalização é ineficaz, e busca proteger essas áreas. As pessoas envolvidas incluem
             ambientalistas, ONGs, órgãos de fiscalização ambiental, e as comunidades diretamente impactadas, como as populações
             indígenas. Com o avanço da destruição das florestas e dos rios, o projeto busca ser uma ferramenta fundamental para a
             preservação desses territórios.



             FUNCIONAMENTO DO PROJETO
             O projeto GeoScanSat opera em três níveis de monitoramento contínuo. Módulos sensoriais terrestres instalados em
             bacias hidrográficas monitoram a qualidade da água em tempo real e detectam anomalias. Alimentados por painéis solares,
             operam de forma autônoma por longos períodos sem manutenção. Quando uma anomalia é detectada, as informações e
             as coordenadas GPS são transmitidas via LoRa para o CubeSat. No segundo nível, o CubeSat coleta os dados e realiza o
             imageamento da região, usando IA para verificar a presença de garimpo ilegal. Na última etapa, os dados analisados são
             enviados para uma estação em solo, onde equipes de fiscalização podem visualizar os resultados e tomar decisões. O
             sistema exige uma infraestrutura mínima, incluindo a instalação precisa dos módulos, comunicação LoRa estável e operação
             contínua do CubeSat. Além disso, as equipes precisam de uma plataforma de visualização para monitorar as atividades em
             tempo real.



             METODOLOGIA E VALIDAÇÃO DA IDEIA
             O GeoScanSat combina tecnologias avançadas para monitoramento remoto em áreas de garimpo ilegal. O sistema utiliza
             módulos sensoriais terrestres, equipados com sensores de pH, temperatura, condutividade e TDS (Total de Sólidos
             Dissolvidos), para detectar alterações na qualidade da água. Esses dados são transmitidos via LoRa para um CubeSat em
             órbita, que possui uma câmera de alta resolução e sensores inerciais para confirmar visualmente atividades de garimpo.
             O CubeSat, conta com uma Raspberry Pi 4 como unidade de processamento e utiliza algoritmos de Inteligência Artificial
             (IA) para analisar as imagens. O desenvolvimento envolveu testes rigorosos de comunicação e sensores em condições
             simuladas, além da validação por engenheiros ambientais e especialistas em IA. O GeoScanSat se diferencia ao oferecer
             monitoramento em tempo real, análise visual automatizada e de baixo custo, combinando sensores terrestres com CubeSats
             para maior eficiência na fiscalização.




                44             Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel
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