A tecnologia é muito dinâmica e temos que nos dinamizar para acompanhar todo esse movimento

Quando um talento está destinado a grandes feitos fica difícil confiná-lo em pequenas áreas, como a cidade de Caxambu, MG. O município sul mineiro de pouco mais de 100km e 21mil habitantes viu nascer uma dessas raras competências com futuro brilhante pela frente, a Rafaela Mancilha. A ex-aluna de Engenharia de Telecomunicações, formada na turma de dezembro de 2011, sabia desde pequena que precisaria se mudar para fazer o curso superior, mas talvez, só talvez, ela não soubesse desde então que cuidaria de uma unidade de negócios responsável pela América Latina e que pessoas de todo o mundo a procurariam para falar do seu trabalho.

Hoje na Logicalis, empresa global com origem britânica e presença em 26 países, a Rafaela olha para sua trajetória com orgulho das escolhas feitas e das conquistas alcançadas.

Em minha família e minha cidade eu via poucas pessoas com formação em engenharia, mas mantinha contato familiar com vários formados em direito. Então no terceiro ano (do ensino médio) eu decidi também ir para essa área, mas enfim, vi que não era isso o que queria para minha vida e abandonei a ideia para fazer engenharia.

A primeira de muitas boas decisões

Uma primeira decisão acertada, que iniciou uma sequência de outras ótimas escolhas.

"Na época, o vestibular do Inatel era um dos poucos com inscrições abertas, eu fiz a princípio como backup, acabei passando bem colocada e no ano que entrei aconteceu a primeira turma da P0. Foi bem fácil me apaixonar pela faculdade, pela qualidade dos laboratórios, a forma como eu fui recebida. Embora tenha passado em outras instituições, acabei optando por Santa Rita e passei bons anos da minha vida no Inatel.", recorda a ex-aluna.

E claro, nessa escola da vida que é a faculdade, onde aprender uma profissão é apenas uma das muitas disciplinas para se diplomar como adulto, a “Rafa” experimentou a convivência tanto em uma pequena comunidade, como a república, mas também como cidadão do mundo.

"Passei um tempo morando nos Estados Unidos, fiz uma parte do curso lá e depois retornei para me formar, foi um intercâmbio extremamente importante, eu digo que grande parte das minhas primeiras oportunidades se deveram a isso."

Já a república é como um estágio para o que vem pela frente: as contas, a administração da casa, dividir o espaço com estranhos que não cresceram com a gente... e no final dá tudo certo!

Chegamos a morar em oito em uma casa e essa convivência foi essencial para minha formação pessoal. A gente aprende a se virar, a resolver problemas, começa a ser adulto de fato. Eu tive a sorte de morar com meninas fantásticas, que foram um exemplo de independência feminina e da força que as mulheres exercem mesmo em cursos em que são minoria. Minha república tinha muitas festas e até com isso nós aprendemos, questões como negociação e planejamento financeiro, até isso eu aprendi morando em Santa Rita, estudando no Inatel.

Difícil narrar uma história tão boa

Para narrar este texto, ficou complicado selecionar trechos da história contada por Rafaela, a Gerente de Transformação Digital e Internet das Coisas está acostumada a encantar em vídeos artigos e palestras. Mas lembra aquela sequência boas decisões iniciadas lá atrás, uma delas faz parte da vida dessa personagem até os dias atuais, a de trabalhar na Logicalis.

"Uma das coisas mais legais que o Inatel possibilita é ter o último ano livre para estagiar onde quiser, isso me possibilitou buscar estágios em outras cidades, é um dos grandes diferenciais do Inatel até hoje, dar essa oportunidade para os alunos estagiarem em grandes companhias, foi o meu caso, eu passei em mais de um processo e acabei esperando pelo que eu mais queria, na época era Promon-Logicalis. Comecei como estagiária junto com grandes colegas e, era engraçado, afinal eu não entendia porque estava ali. Cheguei a questionar o R.H: ‘porque vocês me escolheram, porque escolheram o Inatel, que tinha apenas um ano de estágio ao invés de dois como os outros?’".

E para espanto da então estagiária, a explicação embasou muitas outras experiências que ela viria a viver dali em diante.

Dentro da Logicalis eles já tinham outras pessoas formadas no Inatel, eles ficaram um tempo sem trazer novos alunos da escola por terem apenas um ano disponível para estágio, mas acompanharam que o perfil é diferenciado, quem vem do Inatel é conhecido na empresa como as pessoas que resolvem os problemas.

"Fiquei nessa empresa e a Logicallis passou por muitas transformações ao longo dos últimos anos, eu participei de algumas delas, inclusive na área em que atuo agora, de Internet das Coisas, IoT, uma área chave para parte de transformação digital. Eu brinco que tive uma mudança de carreira e uma trajetória bastante rica, ainda sim dentro de uma só empresa que foi se transformando. São 10 anos na Logicalis, passei por gerência de redes e sistemas, área de software e acabei vindo para transformação digital, onde eu cuido de uma unidade de negócios de Internet das Coisas Latam, para trezes países da América Latina. Faço parte de um centro que apoia todos os países em que a Logicalis atua, são 26 países, sempre que a gente fala de IoT, acaba passando pela minha área aqui no Brasil".

E aquela mineirinha, da cidade de 20 mil habitantes conquistou o mundo! Agora, com apenas 34 anos, é consultada por mais de 20 países para as decisões sobre Internet das Coisas, isso porque ela não parou, acompanhou toda agilidade e dinâmica que a tecnologia exige. Cursou MBA na França, estudou em Cambridge na Inglaterra e atualmente faz um cursinho aí... um tal de MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts - EUA (só a referência mundial em ensino e pesquisa de tecnologia, pouca coisa, rs!).

A lendária máfia do Inatel é verdadeira

Quando entrei no Inatel eles falavam muito da máfia do Inatel e a gente não entende até sair da faculdade. No mercado é muito comum a gente encontrar colegas de Inatel, mesmo formados antes ou depois e quando a gente fala que estudou e passou pelas mesmas coisas, tem um brilho nos olhos e uma forma de tratamento diferenciada. Invariavelmente todo mundo tem boas lembranças do Inatel. Não é só uma escola que nos prepara para o profissional é uma escola que nos prepara para a vida e trago isso com muito carinho.

Rafaela Mancilha

Engenheira de Telecomunicações do Inatel

Turma de 2011