CAPÍTULOS DESSA HISTÓRIA
Podemos dizer que o Inatel e a Tecnologia caminham juntos. Lá na década de 60, quando os primeiros sistemas de Telecomunicações começavam a ser implantados no Brasil, um professor, natural de Itajubá, uniu todos os esforços para criar uma escola que ensinasse sobre o tema. Antes de lecionar, ele havia trabalhado em várias empresas do setor, participando inclusive da primeira transmissão dos jogos da Copa do Mundo, e sabia que a demanda por profissionais especializados nessa área cresceria consideravelmente. Foi assim que, em 1965, o professor José Nogueira Leite funda o Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, a primeira instituição de ensino superior em Telecomunicações do país.
O início foi de muitos desafios. Muitos trabalharam sem receber e a infraestrutura era mínima, mas a convicção de seus fundadores – além do prof. Nogueira Leite, os professores Fredmark Gonçalves Leão e Fernando José Constanti - dos primeiros professores e alunos, somada a confiança de membros da sociedade santa-ritense, e outras figuras do cenário político nacional, fizeram com que a instituição se consolidasse.
A formatura da primeira turma do curso de Engenharia Operacional em Telecomunicações, em 1967, contou até com a presença do presidente da república, Marechal Arthur de Costa e Silva, e os recém formados logo ganharam o mercado, trazendo reconhecimento para o Instituto e atraindo novos alunos e também investimentos.
No final da década de 60, o Inatel já contava com um patrimônio de 700 mil dólares em equipamentos oriundos de um convênio com o Ministério da Educação e Cultura e a Hungria, que permitiu equipar seus laboratórios. A visibilidade da instituição também permitiu a assinatura de sua primeira parceria com uma grande empresa do setor, a Ericsson, cujo relacionamento continua até os dias de hoje.
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Na década de 70, as Telecomunicações se encontravam em plena expansão. O número de terminais telefônicos subiu de 1 para 5 milhões e a TV se popularizou, passando a figurar na maior parte dos lares brasileiros como uma nova opção de entretenimento, agora em cores. Além disso, o incentivo à produção nacional de equipamentos, que eram em sua maioria importados nessa época, fez com que os profissionais da área fossem cada vez mais requisitados. O Inatel então começou a se beneficiar desse bom momento.
Em 1972, passou a oferecer o curso de Engenharia Elétrica, modalidade Eletrônica, com ênfase em Telecomunicações, um curso mais completo, com duração de 5 anos. No ano seguinte, implantou o curso de complementação aos formandos em Engenharia Operacional. Essas mudanças permitiram ao Instituto, colocar os jovens estudantes em contato com profissionais experientes, o que influenciou positivamente na formação de novos engenheiros inteirados com as necessidades do mercado.
Já em 1976, o Inatel passa também atuar como prestador de serviços, ao ser incumbido pelo governador de Minas de levar o sinal de TV da capital mineira para o sul do Estado. Professores e alunos ficaram responsáveis não só por elaborar o projeto de transmissão, como também pela instalação dos equipamentos na região.
No final dessa década, o Inatel já se consolida como referência na área de Telecomunicações, tanto pela forte atuação dos profissionais formados na instituição, quanto pelos serviços prestados. Nessa época também começa a acontecer outro fenômeno: aproveitando o incentivo à produção nacional, alunos e ex-alunos se juntam para desenvolver produtos ao mercado, dando início ao movimento empreendedor na cidade.
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Na década de 80, a Sociedade da Informação ganhava espaço e as Teles passaram a demandar o tráfego não somente de voz e imagens, mas também de dados. A era computacional, que teve início na década anterior, evoluía com a criação dos primeiros computadores pessoais. A telefonia fixa se tornava popular para os brasileiros e os primeiros satélites nacionais eram lançados. Com a graduação já consolidada, é nessa época que o Inatel começa a focar sua atuação na área de capacitação profissional.
Por meio do seu centro de desenvolvimento de tecnologia, o CEDETEC, a instituição passa a oferecer treinamento para empresas privadas e estatais de várias partes do país. Alguns cursos como Comunicação Via Satélite, Comunicação de Dados e Comunicação Óptica foram os primeiros da modalidade no país e foram oferecidos exclusivamente pelo Inatel por muitos anos. Os cursos beneficiaram milhares de engenheiros que já estavam inseridos no mercado, mas precisavam se atualizar, e fez com que o Inatel se tornasse referência também nessa área.
Motivado pelo fenômeno que teve início na década anterior - o surgimento de ideias para projetos e novos produtos no meio acadêmico – o Inatel cria em 1982, a Feira Tecnológica do Inatel – Fetin, com o objetivo de dar espaço para os alunos demonstrarem essas inovações. Outro incentivo, foi abrir o campus para a realização de uma Feira Industrial onde os empreendedores da cidade e região pudessem expor seus produtos, visando aproximar essa realidade dos estudantes. Nesse período também, surge o Programa de Incubação de Empresas do Inatel.
A forte cooperação entre o poder público, as instituições de ensino da cidade e os próprios empresários da região dá origem ao movimento empreendedor na cidade. Rapidamente, surgem ótimos resultados como o crescente número de empresas se instalando no município, o aumento da arrecadação municipal, a elevação do padrão salarial e o baixo nível de desemprego. Tudo isso faz com que a região passe a ser reconhecida nacionalmente como o Vale da Eletrônica.
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Na década de 90, o setor de Telecomunicações brasileiro passa por muitas mudanças. Com as privatizações, os sistemas de telefonia se modernizaram, propiciando um grande aumento no número de linhas. Nesse período, a telefonia móvel começa a dar os primeiros passos, por meio da tecnologia GSM. Os computadores se tornam mais acessíveis à população e passam a ser cobiçados, com a chegada da Internet, cuja conexão era oferecida por meio de linha discada. Um período de muitas mudanças também para o Inatel.
Para acompanhar toda essa evolução tecnológica que passa a ser cada vez mais rápida, o Instituto deu início a um processo de informatização do campus. Através da Lei da informática, adquiriu computadores modernos para seus laboratórios, para os professores e para os setores de administração. A instituição instalou uma rede própria de servidores e foi a primeira da cidade a ter internet.
Também nessa época, o Instituto cria os primeiros cursos de pós-graduação e os treinamentos in company, ampliando sua atuação na área educação continuada. Esses cursos passam a ser oferecidos não só em Santa Rita, mas em outras cidades como Campinas e São Paulo. A área de serviços também se expande, com a criação de um centro específico para cuidar dos projetos, o PRODEP (Pesquisa e Desenvolvimento de Projetos), que celebra parcerias de sucesso como com a IBM.
A década de 90 é marcada ainda pela reforma do campus, com a construção de novos laboratórios e novos espaços, como o centro poliesportivo. São criados novos núcleos de apoio às atividades acadêmicas e começam a surgir as primeiras parcerias internacionais do Instituto, com destaque para a colaboração com a Alemanha para apoio à estruturação do Pólo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí.
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Os anos 2000 foram marcados por transformações revolucionárias, impulsionadas pela evolução das tecnologias de conectividade e a popularização dos dispositivos móveis. A banda larga começou a substituir a conexão discada, proporcionando um acesso mais rápido e estável à internet. A tecnologia 3G permitiu a transição dos celulares comuns para os smartphones e as TVs passaram a ter uma imagem mais definida com a implantação do sinal digital. O Inatel acompanhou de perto toda essa transformação.
Nesse período, com o apoio da Ericsson, parceria de longa data do Instituto, tem início o curso de Mestrado em Telecomunicações. A criação do curso marca a entrada da instituição na área científica e tem como principal desdobramento o começo as pesquisas em TV Digital que resultaram no desenvolvimento de um sistema de transmissão de sinais digitais totalmente nacional.
Foi a época também de ampliar os horizontes da graduação. O curso de Engenharia de Computação foi criado em 2004 e veio atender a uma nova demanda do mercado, impulsionada pela era digital, por profissionais especializados na área. Logo depois, em 2010, é criado o curso de Engenharia Biomédica e cursos noturnos de Automação Industrial e Redes de Computadores. A chegada de novos estudantes com um perfil um pouco diferenciado trouxe novos ares à instituição, que passa a ser referência não só no ensino de Telecomunicação, mas de Tecnologia em geral.
Ao longo da década, foram obtidos mais de 92 milhões em contratos com órgãos de fomento e empresas de Tecnologia como Benchmark, Motorola, Huawei, ZTE, entre outras. As tecnologias desenvolvidas por meio dessas parcerias ganharam o mundo e resultaram também na criação de laboratórios dentro do instituto, destinados a atender essas empresas. Por meio dessas iniciativas, foram criados e modernizados 25 ambientes de ensino da instituição.
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A década de 2010 traz avanços tecnológicos impressionantes. Ela consolida a era digital e prepara o terreno para uma integração ainda maior da tecnologia em todos os aspectos da vida humana. Os smartphones se tornam indispensáveis. As Redes Sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas mudam a forma de se comunicar, principalmente dos jovens. As plataformas de streaming dominam a mídia e os dispositivos inteligentes passam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Tudo isso demanda muita tecnologia e o Inatel segue acompanhando as transformações.
É nessa década que a instituição cresce significativamente, com a criação de cinco novos cursos de graduação: Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Elétrica, Engenharia de Software, Engenharia de Produção e Tecnologia em Gestão de Telecomunicações. Com isso, ganha modernos laboratórios voltados para os novos cursos, passando a ter 47 ambientes para ensino prático, muitos equipados com o apoio das empresas parceiras.
Na área de Pesquisa, o Inatel se mantém na vanguarda tecnológica atuando em pesquisas voltadas para a 5ª geração de comunicações móveis, o 5G. Os estudos contam com o envolvimento dos alunos e professores de Mestrado e outros pesquisadores. O aumento da produção acadêmica e a projeção da instituição na área geram dois grandes resultados: a criação, em 2016, do Centro de Referência em Radiocomunicações (CRR), em parceria com órgãos de fomento e poder público e o início do curso de Doutorado em Telecomunicações, em 2019.
Com todos esses destaques, essa é a década na qual o Inatel mais ganhou prêmios. Em 2012, foi escolhida a instituição de Ciência e Tecnologia mais inovadora do país pelo Prêmio FINEP. Também foi considerada o destaque do ano, em 2013 e 2015, no Prêmio Santander Universidades. O ecossistema de empreendedorismo da instituição também recebe vários prêmios e o curso de Engenharia de Telecomunicações, o primeiro criado no Inatel, é avaliado com cinco estrelas pelo Guia do Estudante.
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A década atual começa com um grande desafio. A Pandemia impacta drasticamente a vida das pessoas em diversas áreas. A necessidade de isolamento leva a uma revolução na forma como as pessoas se comunicam, trabalham e interagem. Nesse momento, a tecnologia se torna nossa maior aliada. O Inatel se vê então diante de uma grande responsabilidade: preservar a segurança de seus alunos, professores e funcionários, mas ao mesmo tempo, manter o andamento das aulas e o desenvolvimento das pesquisas e projetos.
O período traz muitos desafios, mas também muitas oportunidades. Com o trabalho remoto, pessoas de várias partes do país puderam se juntar aos times sem ter que sair de suas localidades. O ensino online permitiu a implantação de diversas ferramentas interativas que vieram modernizar à prática didática. Por ser um centro especializado em Tecnologia, o Inatel passa pelo período sem grandes dificuldades.
Após o sucesso das pesquisas em 5G, o Instituto passa a integrar o grupo de estudos para a próxima geração de comunicações móveis, o 6G, e logo se torna referência também nessa área. Em 2023, é selecionado como Centro de Competência Embrapii em Tecnologia e Infraestrutura de Conectividade 5G e 6G.
A partir daí, a instituição segue inovando e trabalhando pela Educação e pelo desenvolvimento tecnológico. Com sete cursos de graduação em funcionamento, curso de mestrado e de doutorado consolidados, diversas pós-graduações sendo oferecidas nos formatos in loco e online, além de sua expertise em treinamentos e desenvolvimento de pesquisas e projetos, o Inatel se mantém firme em sua missão de moldar o futuro. E com certeza, vem muito mais por aí!