29 de novembro de 2002. Foi inaugurado nesta data o projeto de responsabilidade social que recebeu o carinhoso nome de Inatel cas@viva - mudando vidas num clicar de olhos. A partir deste dia, a casa amarela da década de 20 passou a ser a porta de entrada para um novo mundo para jovens da rede pública de ensino de Santa Rita do Sapucaí.
Num clicar de olhos, 20 anos se passaram e milhares de pessoas tiveram suas vidas impactadas. E aqui celebramos essas histórias reais. Pequenas passagens de grandes feitos realizados por meio do incentivo à educação e cidadania.
Projeto
Inatel c@sa viva
20
anos de atividade e inclusão
3078
Jovens atingidos pelo programa
419
Adultos da comunidade que participaram de cursos e capacitações
1561
Alunos do Inatel que atuaram como voluntários
O programa Inatel cas@viva tem por finalidade oferecer Alfabetização Tecnológica para Inclusão Social a jovens alunos da rede pública de ensino de Santa Rita do Sapucaí e pessoas adultas de nossa comunidade. Através de atividades que fomentam a inovação e aprendizagem criativa, proporcionando ao aluno Inatel cas@viva um ambiente favorável ao compartilhamento e a criação de novos conhecimentos, bem como ao aprendizado coletivo, desenvolvendo assim competências necessárias para responder às novas demandas da sociedade atual. Os alunos do Inatel atuam nas atividades deste programa como voluntários, no intuito de colaborar na formação de uma sociedade mais justa e conectada.
Projeto
Descarte de Lixo Eletrônico
14
Anos do projeto
40
cidades atendidas de 2014 a 2020
+500 toneladas
+500 toneladas
O projeto teve início em 2008 e nasceu da necessidade de fazer o descarte correto de materiais eletrônicos inutilizados e obsoletos e ainda se possível reaproveitar e prolongar a vida útil dos equipamentos em bom estado.
Como o descarte desse tipo de lixo aumenta a cada ano, é muito importante agir de forma sustentável, promovendo o descarte correto resulta em muitos impactos positivos para a sociedade e para o meio ambiente, impedindo que estes materiais venham a poluir o solo e lençóis freáticos, evitando males aos animais e aos seres humanos.
O projeto recebe equipamentos de informática e seus periféricos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, televisores, brinquedos eletrônicos, celulares, pilhas e baterias.
Equipamento em bom estado são doados e equipamentos sem utilidade são descartados junto a empresas especializadas.
Mudando vidas num clicar de olhos
A casa que encurta distâncias
O garoto de 5 anos acompanhava o tio que foi buscar o diploma na faculdade. Eles entraram por uma grande porta de madeira e o pequeno ficou maravilhado com aquele corredor com tantas fotografias que retratavam um pouco da história do Instituto Nacional de Telecomunicações - o Inatel.
“A dimensão daquele corredor para mim era imensa. Eu via as coisas sempre muitos grandes assim e muito distantes também”.
Mal sabia aquele garotinho que encurtar distâncias e superar limites seriam apenas alguns dos aprendizados que ele teria ali tão perto.
Esse menino é Filipe Bueno Vilela. Filho da Rita, dona de casa, e de Afonso, operário aposentado. Filipe é engenheiro formado pelo Inatel, professor da Escola Técnica de Eletrônica e do Instituto Nacional de Telecomunicações, fluente em inglês. O garoto que em 2006 estudava na Escola Estadual Dr. Luiz Pinto de Almeida quando ouviu falar do programa de alfabetização tecnológica Inatel cas@viva. Estava começando o movimento da digitalização nos colégios. Para aprender a usar computador tinha que pagar por um curso, como as de idiomas. E para Filipe aquela casa amarela foi uma porta que se abriu para o mundo das oportunidades.
“Lembro do primeiro dia que o diretor do Inatel foi dar as boas-vindas. Eu me senti tão importante! Foi o primeiro local que eu cheguei e tinha muito computador e minha primeira rede de contatos com pessoas que não eram da escola.”
Mas engana-se quem pensa que o principal aprendizado foi o digital.
“A cas@viva planta a semente da vontade, de que é possível. Criou em mim a visibilidade do é possível.”
E a colheita foi abundante para Filipe, mas com grande trabalho de cultivo e dedicação. Não só dele, mas de toda a família.
“Eu e meus pais nos demos as mãos nas decisões de futuro. Minha ida para a cas@viva foi motivo de muito orgulho para eles e começamos a traçar planos. Pela primeira vez, sentamos à mesa e decidimos o que fazer.”
Os pais se desdobraram e jovem garoto entrou na Escola Técnica de Eletrônica e depois no Inatel. Contou com o Programa de Bolsas da instituição para custear os estudos. Foi monitor, estagiário... Desbravou fronteiras e realizou novos sonhos despertados pelo Inatel cas@viva. Foi no programa social que Filipe teve o primeiro contato com uma pessoa estrangeira. Uma canadense.
“Lembro dela falar que criança aprendia inglês falando errado e pra gente pegar algo que gostava e tentar aprender a partir daí. E foi com os filmes do Harry Potter que comecei e aprendi inglês sozinho”.
Já no Inatel, fez um intercâmbio nos Estados Unidos pelo programa Ciências sem fronteiras, uma experiência única.
“Eu comecei a desenvolver uma independência muito grande. Percebi o mundo de dificuldades por falta de recursos financeiros, ou você desiste ou você tenta, tenta, tenta...”
E Filipe nunca desistiu e transformou seu conhecimento em ajuda ao próximo. Ainda durante a faculdade foi vencedor do Banco de Ideias, idealizado pelo Núcleo de Empreendedorismo, ao propor o desenvolvimento de um aplicativo que conectava pessoas com dificuldades sociais com quem pudesse ajudar. Como prêmio, mais um intercâmbio. Dessa vez para o Chile. Foi na graduação também que desenvolveu um projeto de cooperativa de lixo que foi recebido pela Prefeitura de Santa Rita do Sapucaí, a partir de um despertar para questões de sustentabilidade ainda da época do projeto Inatel cas@viva.
“A cas@viva foi um abre alas e virou uma casa dentro de mim. Eu passo ali com uma certa deferência, um respeito, como se fosse um templo. Depois que passei pela cas@viva parece que as coisas ficaram mais próximas, mais ao alcance das mãos. Essa casa, que é física, criou em mim uma casa interna e toda dimensão de mundo que eu via ficou menor, acessível. Parece que eu era muito pequeno para coisas muito grandes. E a cas@viva fez encurtar essas distâncias todas. E é um grande impacto para um jovem poder encurtar a distância dos seus sonhos.”
Acima da tecnologia, a cidadania
O professor José Geraldo de Souza liderou a comissão designada pelo diretor Pedro Sergio Monti, em 2002, a idealizar um projeto de responsabilidade social. Ao lado da psicóloga Ana Maria Pedrozo Viana, gerente de Recursos Humanos na época, Izabelli Mendes Carli, coordenadora da assessoria de comunicação e marketing, e Maria Helena Brusamolin, gerente do Cedel, formaram a equipe que formatou o que viria a ser o Inatel cas@viva. Um projeto que envolve tanta dedicação, envolvimento e amor às pessoas e à educação não poderia ter saído de melhores mãos.
Com simplicidade e inteligência tamanhas, José Geraldo sempre se dedicou à educação e ao bem viver. Ouvi-lo contar histórias é uma verdadeira aula! E ele sempre diz que o projeto Inatel cas@viva o marcou muito, principalmente quando foi a hora de selecionar as crianças que participariam do projeto piloto.
"Foi uma experiência rica, mas dolorida. Eu fui de casa em casa explicar o que seria o projeto e em muitas encontrei crianças sozinhas, cuidando uma das outras, enquanto os pais trabalhavam."
E tal experiência só comprovava que eles acertaram ao definir o objetivo do projeto Inatel cas@viva: a inclusão social. A digitalização estava começando nas escolas. Quando havia tais recursos, eles eram ainda pouco utilizados, muito menos pelos estudantes. Mas o projeto de responsabilidade social tinha que ir muito além da tecnologia. Por isso, o objeto do programa de extensão à comunidade foi definido da seguinte forma:
Alfabetização tecnológica para inclusão social de estudantes das camadas carentes da população local e estímulo à participação de suas famílias e escolas de origem nos processos formativos desencadeados pelo projeto. A inclusão social de segmentos sociais menos favorecidos significa trabalhar com estudantes desses segmentos sociais situações, oportunidades, meios e ferramentas reais que produzam condições pessoais básicas para a compreensão e participação na sociedade onde vivem com as mesmas oportunidades de outros grupos sociais mais favorecidos. (Trecho do texto do projeto de criação do Inatel cas@viva, escrito pelo professor José Geraldo).
Para o professor, acima do desafio de introdução à tecnologia estava a cidadania. Era fazer aquelas crianças acreditaram que eram capazes, que tinham espaço na sociedade. E assim as atividades foram desenvolvidas.
"As atividades, de alguma forma, faziam o uso da tecnologia. Leitura era feita no computador, por exemplo. Tinha o dia do esporte e antes de jogar as crianças pesquisavam na Internet as regras de determinada modalidade, como o basquete, vôlei...E assim, eles trabalhavam conceitos sociais com o uso da tecnologia."
E assim, o primeiro grupo de alunos fez história e ajudou a promover o projeto com os resultados que apresentavam.
"Os alunos ficaram diferentes, mudaram de atitudes nas escolas de origem, melhoraram as notas. As famílias ganharam confiança. E o projeto cas@viva acertou e cresceu. Sempre pensando em preparar os alunos para o ambiente social, independentemente com o que vierem a trabalhar no futuro. Conviver bem com a sociedade. E é sempre bom encontrar pessoas que passaram pela cas@viva e ver como esse projeto marcou o desenvolvimento deles."
Aprendizado de mãe para filho
Ela, extrovertida, falante. Ele, tímido, contidos nos gestos e palavras. Em ambos, um brilho no olhar que encanta. Mãe e filho, alunos do projeto social Inatel cas@viva.
Carolina Aparecida Lopes nunca tinha usado um computador até quando, aos 13 anos, foi selecionada para participar da primeira turma do projeto social criado pelo Inatel em 2002, que oferecia alfabetização tecnológica para inclusão social. A adolescente, aluna da Escola Estadual Sanico Teles, aproveitou bem a oportunidade.
"Foi através da cas@viva que consegui me profissionalizar. O que aprendi contribuiu para a minha entrada no mercado de trabalho e nas minhas conquistas. Além disso, podíamos dividir nossas emoções, ouvir o outro, fazer amizades."
E é justamente esse acolhimento o que mais encanta o jovem e tímido Eduardo Lopes de Souza, 20 anos depois que a mãe passou pelo projeto social. Vindo de uma geração que já nasceu conectada, o estudante é a prova da evolução do programa e da importância social que tem.
Eu cheguei muito tímido, mas me senti acolhido. Isso mudou muita coisa, consegui me soltar, fazer amizades.
Carolina trabalha na área administrativa de um colégio de Santa Rita do Sapucaí, e guarda as lembranças do primeiro emprego como menor aprendiz no Inatel, conquistado assim que concluiu as atividades do projeto social. Ela relembra com muito entusiasmo a experiência com o aprendizado de eletroeletrônica e no empoderamento que frequentar o Inatel cas@viva proporcionam.
"A gente adorava andar pelo Inatel e as atividades em laboratórios. Lembro muito dos aprendizados. Sempre falei que o Eduardo iria para a cas@viva porque é uma experiência diferenciada. E conto as horas para chegar a vez do meu filho mais novo, hoje com sete anos, poder vivenciar o que nós dois já usufruímos."
O que tem que ser seu, te encontra
A Santa Rita de Cássia feita de palha está lá a acompanhá-la em sua sala, em um lugar especial em sua mesa de trabalho. Simples e cheia de significados como a vida deve ser. A Santa está lá há pouco mais de três anos, mas a relação entre a imagem e sua criadora começou vinte e cinco anos antes, quando a professora Renata Mendonça Villela a fez para ajudar na arrecadação de verba para uma instituição educacional da cidade. Todas as santinhas foram vendidas e Renata não ficou com nenhuma.
"Eu raramente fico com as coisas que faço, meu intuito é ajudar e ensinar quem precisa. Faço de coração".
Em 2019, Renata recebeu uma ligação de um ex-professor do Inatel que mora em Itajubá e que não se encontravam há muitos anos, com o qual desenvolveu vários projetos com uma aplicabilidade muito proveitosa e significativa no programa Inatel cas@viva. Ele queria entregar um presente que havia comprado em uma feirinha de usados.
Ele disse que viu o presente e lembrou de mim. Quando abri o pacote fiquei sem palavras. Era a Santa Rita de Cássia feita de palha que eu tinha feito há mais de vinte e cinco anos, quando estava iniciando a minha carreira de educadora".
Criadora e criatura estavam juntas novamente.
Foi essa mesma Renata que quando estudava pedagogia fez um trabalho voluntário no projeto social Inatel cas@viva. Ela desenvolveu e aplicou um programa de treinamento comportamental para o desenvolvimento de habilidades básicas e específicas para os alunos do Instituto que seriam os educadores voluntários. Quatro anos se passaram e a já formada Renata foi convidada para ocupar a função de Orientadora Pedagógica do Instituto. E qual foi um dos primeiros documentos que teve em mãos? Aquele mesmo treinamento feito por ela.
Ao longo dos anos, a pedagoga e hoje especialista em gestão e pessoas e projetos sociais, tornou-se a Renata do Inatel cas@viva. E de suas mãos, da sua criatividade, do seu conhecimento acadêmico, pedagógico e, principalmente, do seu coração, saem verdadeiras obras de arte, projetos educacionais relevantes, e palavras, sempre recheadas de muito amor, carinho e sabedoria.
Renata está no programa Inatel cas@viva há quatorze anos. Sempre atenta à inovação tecnológica e novas metodologias, mantém uma boa conectividade com as escolas parceiras, com os educadores voluntários e famílias dos alunos do programa.
Aos jovens, sempre há muitos conselho e ensinamentos. Dessa forma consegue plantar importantes sementes de autoestima e perseverança em cada um que com ela convive.
"Que ser humano queremos formar? Que sociedade queremos construir? Essas são frases constantes aqui. Eu acredito muito no potencial da educação. Ela transforma. Você ensina, a pessoa aprende e se torna melhor. A aprendizagem acontece quando existe o desejo de querer aprender e é preciso despertar este desejo, o desejo pelo saber. Sonhos não podem ficar guardados na gaveta e a cas@viva motiva, impulsiona esses jovens a saberem que podem ir além. O aluno que faz parte do cas@viva é acolhido, é ouvido, é orientado, é respeitado e é amado. É constantemente estimulado a sonhar e orientado como deve organizar para realizar seu sonho. Acredito que isso é o diferencial do programa. Em todas as atividades e momentos ele aprende a aprender, aprende a fazer, aprende a conviver e aprende a ser. Que nada mais são que os pilares da educação. Eu me realizo todos os dias e ver jovens que foram meus alunos concretizando sonhos, tornando-se profissionais competentes e excelentes pessoas é sempre gratificante".
O sábio provérbio
Anna Jullya Vilela lembra da confusão por uma fofoca, de ser chamada na sala para uma séria conversa e o conselho inusitado para aquela adolescente de 14 anos:
“Olhe para esses três macaquinhos. Um está com os olhos tapados, o outro com os ouvidos tapados e outro com a boca fechada. E assim deve ser: não veja o mal, não ouça o mal, não fale o mal”.
Foi assim que Anna conheceu o famoso provérbio chinês que, como ela mesmo diz: “leva pra vida” porque realmente aprendeu que, muitas vezes, é necessário atitudes assim para se proteger e também cuidar do outro. E cuidar do próximo sempre foi um dos grandes objetivos da jovem desde a época em que era aluna do Inatel cas@viva, nos anos de 2012 e 2013, e recebeu o conselho após um conflito típico do universo da adolescência.
“Lembro até hoje quando recebi a carta de que tinha sido aprovada no processo seletivo da cas@viva. Estava na quadra da escola Luiz Pinto. Eu passei!! Fiquei tão feliz, foi tão mágico! Todo mundo na escola falava tanto da cas@viva! E realmente fez diferença na minha vida.”
Foi no Inatel cas@viva que Anna aprendeu informática, que aplicou na escola e na vida profissional, aprendeu conceitos que moldam a determinada jovem, como responsabilidade, comprometimento, vínculo! A menina que queria ser médica para cuidar das pessoas recebeu cuidados, atenção e incentivo e lá também aprendeu mais outra frase inspiradora “aproxime seu sonho”. E assim o fez. Primeiro, formou-se técnica em enfermagem. Depois fez a faculdade de enfermagem e a medicina ainda está nos planos futuros.
“Lembro quando fizemos nosso primeiro projeto de robótica na cas@viva e o robô andou! Isso parece simples, mas me ensinou que por mais difícil que parece ser, com apoio e determinação, a gente vai conseguir, vai superar, vai buscar uma alternativa. E assim é na vida, com as nossas escolhas.”
Quem sou eu?
A administradora de empresas Roberta Mota Santos está com 25 anos e desde 2019 trabalha como analista fiscal em uma multinacional de Extrema, a 113 km de Santa Rita do Sapucaí. Sua trajetória profissional foi construída com muitos dos aprendizados que recebeu no Inatel cas@viva nos módulos I e II, nos anos de 2012 e 2013, e depois como estagiária.
"Nas entrevistas de emprego sempre me perguntavam sobre informática, programas, planilhas. Eu tinha noção por conta da cas@viva e nunca tive dificuldade de enfrentar o mercado de trabalho".
Depois voltou para a cas@viva como estagiária, já quando cursava a faculdade de administração.
O estágio é meu xodó no coração. Eu tive a real noção do que é ser cuidada e pude retribuir tudo o que aprendi lá. Sou eternamente grata. Só me agregou, como aluna, como estagiária, como pessoa. Existe a Roberta antes e depois da do Inatel cas@viva".
E a adolescente sempre quis fazer parte do projeto social. Lembra de ver os alunos passando perto de sua casa com o uniforme da casa@viva e tinha muita vontade de estar lá. E assim conquistou a vaga e, como mesma afirma, conseguiu "absorver o máximo de histórias e conselhos". Ela ouvia os monitores e tinha vontade de passar por aquilo, vislumbrava um futuro. Mas não foi fácil.
"Eu tinha muita dificuldade em entender o conteúdo técnico de eletrônica. Mas os profissionais da cas@viva insistiram na minha capacidade e eu aprendi a encarar as dificuldades e ver o que posso fazer além delas, apesar delas".
E acima do aprendizado técnico estão o pessoal e o social.
"As atividades impactaram minha vida, levaram a percepções de quem sou eu no mundo? O que posso agregar na vida do outro? Ajudaram a moldar a personalidade. Mais de que aprender a fazer uma fórmula no Excel, é seguir um caminho bom, ser justo na sociedade em que vive. Isso aprendemos na cas@viva".
Lá Roberta fez grandes amigos, que continuam presentes na vida dela até hoje. Foi acolhida em momentos difíceis, como o falecimento de seu irmão Rafael, que tinha macrocefalia.
"Recebi muito carinho e acolhimento. Tentava viver no automático, processar tudo daquele momento. Meu irmão já estava internado na época da formatura dos alunos. Eu organizei tudo e no final da cerimônia eles fizeram uma homenagem para a “tia do passe”, uma forma carinhosa que me chamavam. Uma gratidão imensa! Tudo o que passei lá foi mágico".
Essa é uma das passagens registradas na linha do tempo da Roberta. Uma atividade que a jovem fez quando aluna do projeto Inatel cas@viva, que guarda até hoje e revisita hora ou outra.
"Foi ali que fui me entendendo como Roberta, o que eu queria para a minha vida. E vou construindo essa história com as complexidades do ser humano. No projeto que tive o ‘estalo’ do meu papel na sociedade, qual seria minha caminhada".
E com certeza, a Roberta adolescente do passado pode ter muito orgulho da mulher que se transformou!