Competição aconteceu de forma online durante a Semana da Engenharia Biomédica do Inatel
O Inatel realizou, entre 6 e 12 de agosto, a 5ª edição do BioChallenge. A competição integrou as ações da Semana da Engenharia Biomédica e, pelo terceiro ano, foi realizada de forma online. Ao todo, 30 estudantes disputaram a maratona que os desafiou a desenvolver, em pouco tempo, soluções tecnológicas para a área de saúde. A disputa contou com 18 alunos do curso de Engenharia Biomédica e 12 alunos de outros cursos da instituição e de outras faculdades.
O tema, este ano, foram os games. Diversos jogos foram selecionados pela organização para que as equipes pudessem desenvolver um projeto relacionado ao curso de Engenharia Biomédica. Segundo Roberto Bonaldo, um dos organizadores da competição, as soluções deviam ser desenvolvidas a partir das histórias dos jogos.
"Durante o período da pandemia, o número de jogadores cresceu muito, tornando- se um escape para os longos dias presos dentro de casa. Com isso, a indústria de jogos acabou crescendo. Baseado nisso, pensamos em misturar um pouco da ficção científica, dos modos história, ou até mesmo de jogos clássicos, com a criatividade dos participantes", disse.
Roberto explica que existem diversos ramos da Engenharia Biomédica que trabalham com jogos eletrônicos no auxílio da reabilitação de pacientes que estão, por exemplo, passando por tratamento de fisioterapia. Os jogos permitem que a recuperação se torne mais agradável para quem está em acompanhamento médico de algum problema de saúde.
Ele conta que, para desenvolver os projetos, os alunos puderam ter a ajuda de mentores que já estão no mercado de trabalho. Por meio de consultoria, os participantes da competição conseguiram trocar experiências sobre a área na hora de desenvolver os projetos.
"O desafio de desenvolver um projeto para solucionar um problema relacionado com a Engenharia Biomédica necessita de criatividade e pesquisa do que há de inovador no mercado. O projeto pode se tornar uma Iniciação Científica, uma mostra da Feira Tecnológica do Inatel, um Trabalho de Conclusão de Curso ou até mesmo em uma startup", conta.
Equipe vencedora
A equipe que ficou em primeiro lugar apresentou uma solução baseada no jogo The Division, que narra uma situação fictícia de um surto pandêmico de um vírus. A partir da proposta, o grupo desenvolveu um projeto de diagnóstico rápido e automatizado da hanseníase por meio da espectrofotometria analisada por inteligência artificial. O método realiza análises ópticas que averiguam a absorção de radiação infravermelha em amostras que contenham algum antígeno.
Segundo Brenno da Costa, aluno do 3° período de Engenharia Biomédica e membro da equipe, a ideia surgiu após perceber que diversas doenças perderam o devido cuidado durante a pandemia de covid-19. "Começamos a buscar formas de utilizar esse método para diagnosticar uma das doenças negligenciadas mais difíceis de ser diagnosticada, como a hanseníase que, atualmente, é diagnosticada através de análises físicas e dermatológicas", aponta.
A partir disso, uma nova solução poderia acelerar os diagnósticos da hanseníase. "Dessa forma, poderíamos ter diagnósticos praticamente instantâneos realizados pela inteligência artificial, de forma independente de um microscópio e de um profissional de imagiologia, de forma econômica e que prevenisse os graves problemas provocados pelo avanço dessa doença em um paciente", explica.
Brenno conta que participar do BioChallenge foi uma experiência única. "No início, ficamos um pouco assustados com a gama de coisas que tivemos que pesquisar e considerar para desenvolver nossa ideia, e até pensamos que o projeto não iria dar certo devido às dificuldades que estávamos enfrentando em conciliar fatores como, funcionalidade, custos e mercado. Portanto, ter ganhado o BioChallenge, acima de tudo, para mim, é um sinal do quanto crescemos e aprendemos durante as diversas mentorias e dificuldades que enfrentamos ao longo do evento", afirma.
Sistema de monitoramento
A equipe que ficou em 2º lugar utilizou como base o jogo CyberPunk2077, que conta a história de como a tecnologia modifica a vida das pessoas em um futuro distópico. Samuel Maciel, que é aluno do 6º período de Engenharia Biomédica e participante da equipe, conta que o sistema de biotecnologia e monitoramento existente na história do jogo foi utilizado no projeto.
"A ideia surgiu através de pesquisas com profissionais da saúde que relataram uma carência de um sistema constante de monitoramento de indivíduos com doenças que necessitam dessa avaliação. E foi com essa inspiração que desenvolvemos nosso sistema de monitoramento utilizando inteligência artificial e também microagulhamentos", diz.
Samuel conta que participar do BioChallenge estimulou o trabalho em equipe, a criatividade e o raciocínio lógico. "O evento é emocionante do início ao fim, seja por conta da descoberta de uma nova possibilidade através das incríveis mentorias ou pela tensão de conseguir entregar tudo dentro do prazo. Sem dúvida, valeu a pena cada segundo", afirma.
A música a favor da cura
Para apontar como a música pode influenciar e auxiliar em tratamentos contra problemas como depressão e transtorno de ansiedade em momentos de pandemia, a equipe que ficou em 3º lugar se baseou no jogo The Last Of Us. O game também mostra uma situação fictícia em que uma pandemia coloca o mundo em risco.
Segundo Leandro Mucciaroni, estudante de Engenharia de Controle e Automação e membro da equipe, baseado no fato de a protagonista do jogo tocar violão e a trilha sonora do game, o grupo resolveu mostrar como a melodia pode ajudar a favor da recuperação.
"Assim, desenvolvemos um mockup de aplicativo que reunia a parte de exercícios musicais, inspirados na técnica japonesa de Tai Chi Chuan, bonificando o usuário com pontos, com a parte de sons para o usuário ouvir durante o dia a dia para desestressar e estimular áreas do cérebro, como brown noise e músicas relaxantes. Tudo isso, pensado para ter uma pontuação que o usuário pode trocar na loja por plantas para plantar em seu jardim virtual enquanto escuta suas músicas em momentos para relaxar", aponta.
Leandro aponta ainda que participar de uma competição do nível do BioChallenge foi uma experiência incrível. "Foi extremamente bem organizada e contou com mentores que nos ajudaram a desenvolver melhor a ideia para, enfim, apresentar. Tudo isso, em um curto intervalo de tempo, fazendo com que ficasse mais emocionante e nos forçando a trabalhar sob pressão e em equipe, algo muito visado no mercado de trabalho. Além disso, com as dicas dadas pelos mentores, aprendemos novas ferramentas para desenvolver nossos futuros projetos e que serão muito úteis", avalia.
Confira a lista de vencedores do 5º Biochallenge do Inatel
1º Lugar - The Division
Brenno Oliveira Canellas da Costa (3° período de Engenharia Biomédica)
Isadora Ribeiro Auad Pereira (2° período de Engenharia Biomédica)
Allan Shin Jer Lu (4º período de Engenharia Biomédica)
Joao Carlos Correa Gomes (6° período de Engenharia Biomédica)
2º Lugar - CyberPunk2077
Samuel Mangia Maciel (6º período de Engenharia Biomédica)
Nathan Santos Ataliba (6° período de Engenharia de Computação)
Laura Ribeiro Marchioni (2° período de Engenharia Biomédica)
Samuel Freitas Macedo Soares (4° período de Engenharia de Software)
3º Lugar - The Last Of Us
Leandro Mucciaroni de Souza (6º período de Engenharia de Controle e Automação)
Rayanny da Silva Cupertino (6º período de Engenharia Biomédica)
Alexandre Mendes de Oliveira (6º período de Engenharia Biomédica)
Leonardo Galisse Nogueira de Lima (5º período de Engenharia de Computação)
Hadassa Cristine Kimura Fernandes (6º período de Engenharia Biomédica)