A jornada de inovação tecnológica das Olimpíadas

transmissão dos Jogos Olímpicos começou. É hora do show. Mas o espetáculo desta vez vai além do maior evento multiesportivo do mundo; estamos falando da fusão entre tecnologia e esporte.

Desde a segurança aprimorada por inteligência artificial até as transmissões ultra definidas via redes 5G, as Olimpíadas de Paris 2024 representam um marco na aplicação de tecnologias avançadas. Vamos explorar como essas inovações estão moldando os jogos e o que isso significa para o futuro.

Um século de inovação

Quando pensamos em Jogos Olímpicos, rapidamente lembramos das transmissões em alta definição. A primeira transmissão televisiva colorida dos Jogos ocorreu em 1968, no México, marcando seis décadas de progresso. No rádio, a história começa em 1924, na mesma Paris que, em 2024, fará história novamente com transmissões via 5G e imersões em realidade virtual.

Em menos de um século, evoluímos das câmeras analógicas para as digitais, que agora permitem o processamento e a transmissão de imagens por Wi-Fi, 5G e outras tecnologias avançadas, oferecendo maior velocidade e eficiência na comunicação de dados. A comunicação se tornou mais ágil, e o telefone, que antes servia apenas para ligações, agora realiza funções de um computador, relegando a tradicional “discagem” a um papel secundário.

Os Jogos de 2024 se destacam com novos avanços para a experiência do usuário em eventos esportivos. O uso de Internet das Coisas (IoT), realidade aumentada e virtual, além da Inteligência Artificial, proporcionam novas possibilidades aos espectadores e visitantes de Paris. As equipes agora recebem uma vasta quantidade de dados sobre o rendimento físico dos atletas, permitindo maior eficiência durante os jogos.

Inteligência Artificial e segurança

Prioridade em eventos de grande porte, a segurança dos Jogos Olímpicos está reforçada com o uso da Inteligência Artificial (IA). O Comitê Olímpico Internacional (COI) utiliza a IA para monitorar e remover publicações ofensivas aos atletas olímpicos nas redes sociais. Por meio de câmeras e análise facial, será possível garantir que os eventos sejam mais seguros. O diretor do Inatel, professor Carlos Nazareth Motta Marins, destaca que a IA será uma peça fundamental na segurança do evento.

“A análise facial e biométrica, aliada à inteligência artificial, é um avanço. Com a captura de dados em milhares de câmeras e a análise em tempo real, conseguimos identificar rapidamente possíveis ameaças.”

A legislação de proteção de dados tem um papel importante nesse processo. Com as regulamentações adequadas, as autoridades utilizam essas tecnologias de maneira ética e segura, proporcionando tranquilidade tanto para os atletas quanto para os espectadores. Essa abordagem pode servir de modelo para outras cidades ao redor do mundo, especialmente aquelas com um apelo turístico significativo. 

“As inovações tecnológicas testadas em Paris, como IA, 5G e redes de comunicação óptica, estabelecerão novos padrões para conectividade e processamento de dados. Esses testes não apenas definirão novos marcos para a tecnologia, mas também permitirão que essas soluções se tornem mais acessíveis e eficazes para diversas cidades ao redor do mundo.” – Carlos Nazareth, diretor do Inatel.

Tecnologia 5G e experiência do espectador

De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), 40% da população mundial tinha acesso à quinta geração de comunicações móveis em 2023. O número deve crescer significativamente até o final da década de 2020. Os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris trazem inovações notáveis com o uso das redes 5G, oferecendo novas experiências na transmissão de dados e na interação com o público. Pela primeira vez na história, a cerimônia de abertura foi realizada fora de um estádio, com os atletas desfilando em barcos pelas águas do Rio Sena. O Serviço de Transmissão Olímpico (OBS), em parceria com a Samsung, utilizou smartphones Galaxy S24 Ultra equipados com a tecnologia de rede privativa 5G da Orange para capturar e transmitir imagens em alta definição com latências extremamente baixas. 

“A utilização de redes privativas permitirá a divisão da rede em diferentes 'slices' (fatias), otimizando a conectividade para diversos serviços, como transmissão de vídeo em alta definição e realidade aumentada. Com latências menores e taxas de dados mais altas, os espectadores poderão experimentar detalhes incrivelmente nítidos, mesmo à distância, e a tecnologia permitirá uma integração mais fluida entre o mundo digital e o real." – Carlos Nazareth, diretor do Inatel.

A realidade aumentada é outro ponto alto, permitindo que informações adicionais, como dados dos atletas e estatísticas em tempo real, sejam sobrepostas às imagens das competições. Isso não apenas enriquece a experiência, mas também cria um patamar de interatividade e imersão. 

Inovações no monitoramento dos atletas

A performance dos atletas também é uma das vertentes em que a tecnologia está empregada. Na tela da TV, já visualizamos a velocidade média de um nadador ou corredor de atletismo. Mas, já imaginou que o monitoramento por meio da Internet das Coisas (IoT) e wearables permite a coleta de outros tipos de dados?

Dispositivos como sensores de frequência cardíaca e rastreadores de movimento estão sendo usados para fornecer informações detalhadas que apoiam as equipes técnicas na compreensão da condição física atual dos atletas. Esses dados ajudam na reposição de nutrientes de forma mais assertiva, tudo isso realizado em tempo real e analisado com o uso da ciência de dados e IA.

O futuro da saúde e do desempenho esportivo está sendo elevado a um patamar acima do que vimos em outras competições, potencializando as oportunidades de novos recordes. É a primeira vez que vemos uma Olimpíada onde a coleta e análise de dados são realizadas de maneira tão abrangente e sofisticada.

O que podemos esperar dos próximos Jogos Olímpicos?

A implementação de tecnologias em eventos de grande porte oferece inúmeras possibilidades, desde a garantia de segurança até a criação de novas experiências para o público. Tecnologias como IA, IoT, realidade virtual e aumentada estão se tornando parte fundamental desses eventos.

As Olimpíadas de Paris 2024 abriram caminho para a adoção dessas tecnologias, mostrando como elas podem ser aplicadas em futuros eventos. Na próxima década, a introdução do 6G estará em andamento, possibilitando novos testes durante os Jogos Olímpicos. Antes de Brisbane 2032, onde o 6G deverá estar operacional, teremos a edição de 2028 em Los Angeles, que pode servir como um campo de testes para essa futura geração de redes móveis. Com a realidade aumentada já aprimorada pelo 5G, o 6G deve permitir novas integrações entre os mundos físico, biológico e digital.

“As inovações tecnológicas que estamos implementando agora servirão como um marco, estabelecendo novos padrões para a conectividade e transmissão de dados. Em 2032, esperamos ver avanços ainda mais significativos, oferecendo experiências de visualização mais imersivas e interativas para os espectadores, tanto no local quanto remotamente. A adoção dessas tecnologias será essencial para tornar os eventos esportivos mais acessíveis e envolventes para uma audiência global.” – Carlos Nazareth, diretor do Inatel.

Com o avanço contínuo das tecnologias de IA, ciência de dados e conectividade, estamos testemunhando uma transformação radical em como eventos esportivos são organizados, transmitidos e vivenciados. As Olimpíadas de Paris 2024 não são apenas um marco esportivo, mas também um marco tecnológico, demonstrando o impacto da inovação no futuro dos grandes eventos.

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