Curso de suplementação incluiu visitas a locais onde são atendidas pessoas com deficiência
Ver, na prática, o trabalho de reabilitação de pessoas com deficiência e também as necessidades tecnológicas deste público. Esse foi o objetivo do curso de suplementação oferecido pelo Inatel Competence Center a 14 alunos dos cursos de engenharias da instituição.
Alunos com fonoaudióloga da APAE, Shelian Alfa Andrade
Durante três dias os alunos tiveram aulas com a estudante do 10º período de Engenharia Elétrica, Suzanne Assis de Souza Melo, sobre Tecnologia Assistiva. Suzanne voltou recentemente de curso de Engenharia Biomédica na Alemanha e preparou um curso na área, focado às tecnologias para atender pessoas com deficiência. “Quando vi a programação do curso fiquei encantada. É uma área que eu gosto bastante. E a gente se motiva a fazer tecnologias para essas pessoas”, disse a aluna Isadora Moraes, do 2º período de Engenharia Elétrica.
As aulas teóricas tiveram como objetivo a iniciação ao aprendizado dos conceitos de deficiência, seus vários tipos e implicações na vida diária dessas pessoas, além da demonstração das tecnologias assistivas disponíveis no mercado nacional e internacional. Suzanne e a fisioterapeuta Cláudia Garcez juntas, acrescentaram para os alunos o quanto é necessário a união das áreas da saúde e engenharia para a confecção das tecnologias assistivas apropriadas e realmente voltadas para às pessoas com deficiência.
Além das atividades em sala de aula, os alunos acompanharam o trabalho desenvolvido pelo Inatel com pessoas com lesão na medula ( tetraplégicas e paraplégicas) que utilizam o Elevador Ortostático Dinâmico na reabilitação sob a orientação da fisioterapeuta Claudia Garcez. Os alunos tiveram a oportunidade de conversar com os pacientes com lesão medular, sobre as suas dúvidas em relação à vida dessas pessoas, suas dificuldades e conquistas. Segundo a fisioteerapeuta, os alunos revelaram que, antes da visita, achavam que estas pessoas não se mexiam e eram totalmente dependentes das outras, e tiveram então a oportunidade, nesta visita, de perceber que isto não era verdadeiro, sendo que os pacientes do projeto são independentes e possuem movimentos voluntários tanto de braços quanto de pernas.
Aluno do curso de suplementação experimenta Elevador Ortostático Dinâmico
Os estudantes também conheceram a rotina dos alunos da APAE de Santa Rita do Sapucaí. A diretora Rita Helena Rezeck apresentou os ambientes e as atividades desenvolvidas com as pessoas com deficiência e também falou sobre as tecnologias que poderiam contribuir para o desenvolvimento delas, com múltiplas deficiências. O aluno de Engenharia Biomédica Julio Mateus Pereira afirma que as visitas foram importantes para conhecer a real necessidade das pessoas com deficiência. “Às vezes a gente deduz que uma tecnologia vai atender, mas, na prática, não terá utilidade. A visita agregou muita informação, principalmente pra mim que quero trabalhar com tecnologia assistiva”, afirma.
O estudante do 2º período de Engenharia Elétrica Guilherme Henrique da Silva destaca as principais necessidades desse público consumidor. “Produtos e tecnologias com preço acessível e úteis e o curso deu ideia para desenvolver projetos para atender esse mercado.”