O Quantificador de Microorganismos, aparelho que detecta contaminações em até 4 horas, é uma das pesquisas de destaque
Há um ano e meio, o Laboratório de Bioquímica, Anatomia e Fisiologia do Inatel tem proporcionado aos alunos da instituição um ambiente adequado para colocar em prática os aprendizados adquiridos no curso de Engenharia Biomédica. Atualmente, quatro projetos estão em desenvolvimento no laboratório, sob orientação do professor Dr. Francisco Eduardo de Carvalho Costa.
O destaque é o Quantificador de Microorganismos, equipamento que detecta e quantifica em até 4 horas a presença de microorganismos em determinado ambiente, por meio de raios infravermelhos. O aparelho pode ser usado em ambientes hospitalares, laboratoriais ou ainda em indústrias alimentícias para verificar a existência ou não de contaminações.
O projeto, conduzido pelos alunos Filipe Loyola, Bruna Tavares, Joyce Alvarenga de Faria e Priscila Lemos Kallás, recebeu em 2012 o Prêmio Fapemig de Inovação Tecnológica fornecido durante a Feira Tecnológica do Inatel. "Este ano, incrementamos o projeto. Melhoramos o display e adicionamos conectividade para poder baixar os dados em um computador ou uma impressora", conta Filipe.
Segundo o professor Francisco, o diferencial do projeto é que, por ser um equipamento portátil, ele pode ser muito prático para fazer uma triagem inicial em exames de pacientes em um hospital ou identificar a qualidade de um produto. "Hoje em dia, esse tipo de análise é feita somente em laboratório e, além de ser necessário transportar uma amostra até o local, os resultados levam cerca de uma semana para ficarem prontos", explica.
Em 2014, a pretensão dos alunos é dar andamento às pesquisas com o intuito de aumentar a sensibilidade do aparelho, para que ele possa distinguir entre os diferentes grupos de microorganismos (fungos, leveduras, bactérias). Os estudantes também planejam concluir o processo de patenteamento do produto que foi iniciado este ano.
Mais pesquisas
Outro projeto desenvolvido no laboratório visa a criação de um curativo biodegradável feito a partir de um substrato do bagaço de cana. A pesquisa está sendo realizada em parceria com a Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), que disponibilizou sua coleção de leveduras para estudo. "A vantagem desse curativo é que ele funciona como uma pele sintética, que permite trocas gasosas, não causa rejeição e possibilita uma cicatrização uniforme", destaca o professor Francisco.
O laboratório conta ainda com pesquisas voltadas para a identificação dos microorganismos existentes em condicionadores de ar, com o intuito de mostrar a importância da limpeza desses equipamentos em ambientes como hospitais e clínicas, e também para identificação dos processos mais eficazes para a lavagem de utensílios de laboratório, como tubos de ensaio e vidrarias.