Alunos do Inatel criam robô que auxilia transporte de materiais

Equipamento já está sendo utilizado na empresa Delphi em Paraisópolis

“A automação industrial e as novas tecnologias refletem diretamente na qualidade e capacidade dos processos produtivos industriais. Ela veio para melhorar os fluxos de trabalho e a forma que ele é realizado”. Foi pensando assim que os alunos do 10º período de engenharia de Controle e Automação do Inatel, Bruno Palazi de Assis e José Lucas de Lima Pereira desenvolveram um robô capaz de agilizar parte dos trabalhos de um setor da empresa Delphi Automotive System do Brasil, unidade Paraisópolis, onde realizam estágio.

Inatel AVG Nov2016 3Utilizando os ensinamentos adquiridos durante a graduação, os alunos, com apoio do supervisor, o engenheiro e ex-aluno do Inatel André Rebello, desenvolveram o Automatic Guided Vehicle (AGV), também conhecido como veículo autoguiado. Esse equipamento é uma tecnologia utilizada para o transporte de diferentes materiais sendo sua principal função o abastecimento das linhas de produção. “A ideia principal é fazer o reabastecimento de materiais para as máquinas de corte que temos hoje aqui na fábrica. Antes esse serviço era feito por um operador manual e o AGV tem se tornado a solução mais viável para problemas de movimentação de cargas e de segurança nas áreas produtivas das empresas. Esse sistema de transporte automatizado influi diretamente na saúde dos trabalhadores e segurança nas áreas de trabalho”, comentou o estudante José Lucas.

O equipamento desenvolvido pelos alunos consiste em um veículo elétrico programado, guiado por sensores ópticos sobre uma linha, sendo autônoma sua locomoção. Ele é alimentado por baterias, o que lhe permite trabalhar 24 horas por dia, sendo muito mais eficiente do que equipamentos manuais com intervenção humana.
De acordo com André, o desenvolvimento de um equipamento desse modelo é o primeiro no Brasil. “Esse modelo foi desenvolvido com materiais de nossa própria fábrica. Se fossemos importar um equipamento como esse teria um custo médio de 70 mil euros, aqui chegamos a fazê-lo com um custo inferior a 20 mil reais. Além de diminuir o custo para empresa, esse projeto representa uma forma de encararmos a crise que assola o país. A Delphi tem esse espírito de inovação e desenvolvimento que busca alternativas para esse momento e os diretores ficaram muito contentes com o resultado do projeto e também de termos essa postura de não somente esperar a crise passar mas tomar uma atitude”, destacou.

E a consequência desse desenvolvimento e a colaboração do Inatel tem destaque positivo na empresa. “Sempre tivemos estagiários do Inatel aqui na empresa, e essa parceria é uma troca mútua, pois agrega valor para a empresa, para a instituição e principalmente para os alunos. É o primeiro estágio que temos um projeto final, acho que foi bom para todos os lados. Se não fizéssemos essa parceria empresa-academia jamais poderíamos ter pensado em implementar esse equipamento devido ao seu alto custo. Queremos com certeza expandir para outros projetos.”, ressaltou Geraldo Edilson de Paiva, Gerente Geral da Planta – Delphi – Unidade Paraisópolis, que completou. “Vamos indicar esse projeto dos alunos do Inatel às várias premiações globais da empresa, como também sugerir a participação em títulos de inovação para esse e o próximo ano. Acredito tenham grandes chances de ser campeões e acabar sendo exportado esse produto para as demais unidades”.

Participar do desenvolvimento do AGV foi algo celebrado pelos estagiários. “Poder trabalhar com isso e implantar esse equipamento na empresa foi algo muito válido, pois além de estagiar pudemos colocar em prática um ambiente industrial as técnicas e ensinamentos que tivemos ao longo desses 5 anos de engenharia no Inatel. E concluir um projeto de forma satisfatória tanto para a empresa quanto para nós é algo realizador”, finalizou Bruno.