Nos meses de janeiro e fevereiro, a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel utilizou a estrutura laboratorial do Inatel para a realização de testes de convivência entre as tecnologias LTE e TV Digital. Os testes foram conduzidos por uma equipe de técnicos e engenheiros da agência reguladora, com o suporte da equipe de especialistas do Inatel e de outras instituições do país como Sociedade Brasileira de Televisão (SET), CPqD, Certlab, Rede Globo, entre outras.
A Anatel irá disponibilizar a faixa de frequência que vai de 698 a 803 MHz para utilização da tecnologia LTE (Long Term Evolution), que possibilita oferecer banda larga com taxas entre 100 e 150 Mb/s nos aparelhos celulares e outros dispositivos móveis. Atualmente, essa faixa de frequência é utilizada para transmissão de sinais de radiodifusão, analógica e digital, que, conforme política pública do Ministério das Comunicações, passarão a ser transmitidos apenas na faixa de 470 a 698 MHz e em tecnologia digital.
Segundo o ex-aluno do Inatel, coordenador de Atribuição e Planejamento do Espectro, Órbita e Radiodifusão da Agência, Tarcísio Bakaus, a intenção da Anatel com os testes é realizar estudos de convivência para verificar a compatibilidade entre os sistemas LTE e de TV Digital, de forma que a nova tecnologia móvel não interfira de maneira prejudicial nos sistemas de TV Digital na faixa adjacente e vice-versa.
"Escolhemos o Inatel por ele possuir a infraestrutura necessária para a realização dos testes e o relacionamento adequado, tanto com a Anatel, quanto com as outras instituições e empresas que apoiam os testes", explica Tarcísio. "Os testes irão nos ajudar a levantar as possíveis técnicas de mitigação necessárias, caso sejam identificadas interferências", diz.
Ao fim da pesquisa, que também aconteceu na cidade de Pirenópolis, Goiás, onde foram realizados os testes em campo, a Anatel irá produzir relatórios científicos para enviar à União Internacional de Telecomunicações – UIT. "Os resultados irão contribuir nos estudos internacionais sobre a convivência desses dois sistemas e vão possibilitar a entrada de uma nova tecnologia no país, que vai permitir falarmos em vídeo pelo celular, criar sistemas inteligentes de comunicação e diversas outras inovações", ressalta Tarcísio.