Clóvis Juliano de Carvalho, de 35 anos, é um dos sócios da FIT Networks, empresa atualmente incubada no Inatel. O empresário é natural da cidade de Varginha/MG e formado em eletrônica pelo Centro Técnico de sua cidade. Chegou a Santa Rita do Sapucaí no ano de 2010 para estudar engenharia no Inatel. No 2º semestre de 2011, viajou para a Nova Zelândia para melhorar o inglês e conhecer uma nova cultura. Quando voltou ao Brasil, tinha muitas ideias e projetos, e o Edital da Incubadora estava aberto. "Não queria ficar somente estudando, então decidi investir no processo seletivo da Incubadora", afirma.
O outro sócio Magno de Sousa Nogueira, de 32 anos, é natural de Alterosa/MG. Chegou a Santa Rita do Sapucaí no segundo semestre de 2010 para cursar engenharia de Telecomunicações no Inatel. O empresário já possuía um provedor de internet em sua cidade e resolveu tentar se associar a outra pessoa na Incubadora para tentar aprimorar, produzir e comercializar uma nova ideia que surgia.
A FIT Networks está focada em soluções técnicas para provedores de acesso à internet. O produto principal é o PACPON ONU POE, que retira o sinal de internet da fibra ótica no poste, em via pública, e distribui para até oito residências. A energia que faz o equipamento funcionar vem das casas dos clientes pelo mesmo cabo que leva a internet. Economicamente é um grande diferencial para o provedor de internet.
Início na Incubadora do Inatel
Clóvis explica como foi a entrada dos dois na Incubadora e o que mudou na vida deles como empresários desde então. "Meu primeiro projeto foi de prestar consultoria para usuários de softwares livres. No entanto, quando refiz o Plano de Negócios, percebi que precisava de uma estrutura grande para conseguir fazer o que queria. Como estava ocupado com a faculdade e os recursos eram limitados, decidi procurar um novo projeto. Foi assim, que o coordenador do NEmp, Rogério Abranches, me apresentou o Magno, que tinha uma ideia para fazer um sistema de distribuição de internet através da fibra ótica".
Segundo ele, a ideia foi aprimorada pelos sócios, que decidiram buscar uma solução inovadora para os provedores de internet. "Nossa solução populariza a distribuição de internet via fibra ótica no Brasil, porque fica muito mais barato para os clientes utilizar nossos produtos em suas redes. Nosso sistema permite que os provedores utilizem um menor número de equipamentos quando comparados às soluções disponíveis no mercado. O produto é relativamente novo numa empresa pequena, que para concorrer com gigantes no mercado, somente é possível com muita inovação tecnológica".
O empresário ressalta que já conseguiu vender o produto para provedores de internet em 11 estados brasileiros. "Cada provedor comprou aproximadamente cinco equipamentos para testar o produto, comprovar se ele funciona e se atende às suas expectativas. Ficamos felizes, porque quando conseguirmos implantar de fato esse sistema, os que compraram cinco vão comprar 100 ou 300. Também fornecemos toda a assistência técnica do produto. Acreditamos que em pouco tempo estaremos vendendo para o Brasil inteiro".
Investimentos recebidos e crescimento da Empresa
As empresas incubadas normalmente são procuradas por investidores financeiros. Clóvis conta que quando apresentaram a nova solução ao mercado, começaram aparecer donos de provedores de internet de grande porte com a intenção de serem investidores. "Depois que registramos nosso pedido de patente, tivemos a ideia de apresentar nosso produto numa lista de e-mails de uma associação de provedores. Isso começou a movimentar a empresa de uma maneira grandiosa, visitantes de todos os lados vieram conhecer a nossa solução. Em uma dessas apresentações aos provedores de internet, acabamos conseguindo dois sócios investidores, um do Rio de Janeiro e outro de Minas Gerais. Recebemos o investimento necessário e da forma adequada para esta fase da empresa".
A empresa hoje possui um grupo de nove pessoas, que tende a aumentar, segundo o empreendedor. "Nós temos uma boa expectativa de venda, estamos administrando bem os recursos que possuímos, e em breve, teremos condições de suprir a demanda e aumentar nossa infraestrutura. Para curto prazo, menos de um ano, queremos aumentar nosso faturamento em 10 vezes".
Para concluir, ele diz que não é fácil abrir uma empresa mesmo com os benefícios da Incubadora, mas que vale a pena. "Acredito que o próprio empreendedor é quem cria suas oportunidades. E através dos contatos que faz na Incubadora de Empresas, se realmente houver inovação, o número de oportunidades que aparecem é grande. Se a pessoa tiver um bom projeto, vontade de investir, se dedicar ao máximo, vale a pena participar do processo seletivo. A Incubadora não procura só a ideia, mas o empreendedor que está por trás dela".