Está disponível nas plataformas de streaming “Wasted On You“, a música que abre os trabalhos do novo álbum do Evanescence. Intitulado The Bitter Truth, o disco é prometido para este ano, mas ainda sem data definida.
Este é o quarto álbum de metal e inéditas do grupo, que não lança um disco assim desde o autointitulado lançado em 2011. Em 2017, o grupo liderado por Amy Lee lançou Synthesis, uma coleção de canções repaginadas com orquestra.
“Wasted On You” começa devagar, já apresentando o refrão com o vocal forte de Lee acompanhado por notas de piano. O destaque aqui é o vocal sempre intenso de Amy Lee, carregado de emoção e honestidade sobre o que escreve.
Passados os 30 segundos iniciais, as programações e guitarras noventistas entram em cena enquanto dialogam com o que a banda tem feito em álbuns anteriores, unindo momentos vistos em The Open Door (2006) e Evanescence (2011).
A letra fala de uma relação desgastada, lembrando a aura amargurada pós Fallen: “Love, don’t you remember? / We were the ones, nothing could ever change and love / It’s easier not to believe we have broken everything” (em tradução livre: “Amor, você não lembra? Nós éramos os únicos, nada podia mudar e, amor, é mais fácil não acreditar que destruímos tudo”).
Em um refrão marcante, o eu lírico diz que não precisa de drogas para atravessar a bad, que já está no fundo do poço e não consegue seguir em frente. É da estrofe, aliás, a linha que batizou o álbum: “Just pass me the bitter truth” (“me dê a amarga verdade”).
O refrão revela a queda da compositora por picos declaradamente pop, ainda que pautada nas dores, e referências noventistas como Radiohead e R.E.M., que soam alto principalmente nos refrões. É como se “Creep” e “Everybody Hurs” encontrassem “Love On The Brain”, da Rihanna.
É impressionante a habilidade de Lee projetar a essência do gothic metal nesse punhado de grandes e memoráveis sonoridades. É nesse universo que nasce o próximo capítulo do Evanescence, olhando para o passado para se renovar.
Quarentena
Em comunicado, Lee explica que a banda estava gravando a música quando o isolamento social foi implantado. “Wasted On You” foi finalizada de forma “remota, compartilhando arquivos e por chamadas telefônicas”.
“Mixando, adicionando vocais no fundo, criando o vídeo e a arte da capa tudo em casa. Tem sido como água no deserto para mim, minha luz em um momento escuro”, declarou a cantora e pianista. “Ainda estamos escrevendo e temos muito trabalho a fazer para este álbum, mas agora nós queríamos soltar músicas individualmente, enquanto criamos, para viver mais o momento com os fãs e nossa música”.
Ela diz ainda que, mercadologicamente, o “momento é considerado terrível” para lançar novos trabalhos. “Mas nós acreditamos que as pessoas precisam de música agora mais do que nunca. Nós precisamos e não vamos esperar para compartilhar porque não sabemos o que nos aguarda amanhã. Quem sabe ao menos se haverá?”
Fonte: Rubens Rodrigues – O Povo