No dia 31 de agosto serão realizadas, em Brasília, as primeiras demonstrações de uma tecnologia nacional para a 5ª geração de comunicação móvel – 5G, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O Inatel lidera as pesquisas brasileiras na área de 5G e defende a utilização da futura rede de comunicação móvel para levar o acesso à Internet a áreas remotas e de baixa densidade populacional, uma necessidade não só do Brasil, mas também de diversos outros países. “Apesar da evolução tecnológica, a disponibilidade de acesso à Internet é farta apenas nos centros urbanos. Nas localidades rurais e nas regiões de baixa densidade populacional não há oferta de serviços de Internet. Essas regiões são a última fronteira para tornar o acesso à Internet universal e o 5G pode ser a solução”, afirma Luciano Leonel Mendes, que coordena as pesquisas realizadas pelo Inatel.
A proposta consiste em adicionar um novo modelo de operação às redes 5G, que permita a oferta de acesso à Internet em localidades remotas com qualidade e um custo acessível. Para isso, o Inatel desenvolveu um transceptor MIMO-GFDM Flexível, único no mundo, e que estará em demonstração no Distrito Federal. Uma versão desse transceptor venceu, em junho, uma competição na Europa, como a solução mais flexível para redes 5G.
O transceptor em demonstração é o resultado de cerca de três anos de pesquisas, envolvendo mais de 30 pesquisadores do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel – CRR, criado com o apoio do MCTIC e Finep e mantido com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações - Funttel. O GFDM reduz a interferência nos canais adjacentes em várias ordens de grandeza se comparada com as técnicas convencionais, conseguindo transmitir mais dados sem causar interferência em outros usuários, tendo múltiplos serviços dentro da mesma banda e uma diversidade de aplicações que hoje não é possível com o 4G.
Com a rede 5G espera-se aumentar o raio de cobertura, que atualmente é de 5 km à 10 km, para 50 km, com banda larga de qualidade até o limite da célula. “Os benefícios educacionais, sociais e econômicos são enormes. Pode-se aumentar a produtividade do campo, levar mais oportunidades de formação para quem está em áreas remotas, enfim, oferecer a chance para todas as pessoas participarem dessa Era da Informação na qual estamos vivendo”, explica Luciano.
O evento em Brasília será no auditório do MCTIC, das 10h às 15h, e terá painéis sobre a 5ª geração de sistemas móveis, além das demonstrações do transceptor desenvolvido pelo Inatel.
Confira a programação:
10h – Importância do 5G para levar Internet a áreas remotas – Marcelo de Oliveira Marques – diretor do Inatel
10h15 – Ações do Inatel para o desenvolvimento do 5G – José Marcos Camara Brito – Coordenador do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel
10h30 – Princípios e técnicas de comunicação para redes 5G – Luciano Leonel Mendes - Coordenador de Pesquisa do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel
11h15 – Transceptor 5G do Inatel – Henry Douglas – pesquisador do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel
12h às 15h – Demonstrações do transceptor 5G