Primeiros estudos sobre a futura rede de comunicação móvel estão disponíveis no 1º workshop brasileiro sobre 6G
A equipe do Centro de Referência em Radiocomunicações do Inatel concentra as pesquisas na futura rede de comunicação móvel a ser implantada no mundo. Não, não estamos falando de 5G, mas sim da sexta geração, a rede 6G. E os estudos iniciais já resultaram no primeiro workshop brasileiro sobre o assunto, que está disponível gratuitamente para os interessados (clique aqui).
Em dezembro, o CRR criou o Projeto Brasil 6G, apoiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para o início das pesquisas em 6G no país. O Projeto Brasil 6G já estabeleceu uma parceria de peso, com o 6G Flagship Project, da Universidade de Oulu na Finlândia, que lidera as pesquisas em 6G no mundo. “Essa é uma continuidade do trabalho iniciado em 2015, quando o Centro do Inatel foi criado e, ao longo desses anos, desenvolveu pesquisas, treinamentos, soluções e patentes para a quinta geração de comunicação móvel – 5G, que começou a ser implementada comercialmente no mundo em 2019”, afirma o pró-diretor de Pós-graduação e Pesquisa do Inatel e Secretário-Geral do 5G Brasil, professor José Marcos Câmara Brito. No Brasil, o início do 5G depende ainda do leilão das faixas de frequências que será realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A rede 6G irá muito além de prover comunicação de voz e dados, como foram as outras redes móveis até agora. “Teremos um mundo digital que replica no detalhe o mundo físico. Por meio de sensoriamento, todos os movimentos do mundo físico serão mapeados no digital. Isso vai permitir o ser humano ter o “sexto sentido”, ou seja, antever coisas que vão acontecer com ele com a ajuda da tecnologia”, afirma José Marcos Câmara Brito. Para isso, imagem, sensoriamento e posicionamento serão tão importantes quanto a comunicação nas redes 6G, com alta capacidade computacional.
“A rede 6G vai, de fato, prover requisitos que permitirão que serviços de realidade virtual e realidade aumentada realmente aconteçam, vai atender requisitos das indústrias automobilísticas e de logística, com carros autônomos e entregas por drones, e haverá ainda a integração entre cérebro e computador, com comunicação por meio de implantes de dispositivos no corpo humano. Para isso, essa rede terá que ser rápida e confiável de uma forma que ainda não vimos”, explica o coordenador de Pesquisa do CRR, Luciano Leonel Mendes.
E são nesses cenários, requisitos, tecnologias de acesso, aplicações e potenciais serviços da futura rede de comunicação móvel que estão focados os pesquisadores do CRR.
Evolução constante
Desde as pesquisas em 5G, o Brasil vem conquistando espaço e caminha junto com o mundo científico no desenvolvimento de um padrão global de tecnologia que vai impactar todos os setores da sociedade. E a história mostra que maturidade das redes vem a cada duas gerações, por isso, a continuidade das pesquisas em 6G é essencial.
Segundo especialistas, há muitas evoluções a serem feitas no 5G que foi padronizado. “Podemos dizer que essa é uma primeira versão 5G. A padronização que está sendo comercializada atingiu apenas operadoras e fabricantes de equipamentos, deixando de fora outras indústrias com grande potencial e que podem ser atendidas com as soluções previstas em 6G”, afirma o coordenador de Pesquisa do CRR.