Simultaneamente à Feira Tecnológica do Inatel (Fetin), acontece a Fetin Internacional. A ação já reuniu, ao longo de nove anos, mais de 280 estudantes estrangeiros no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, em um desenvolvimento e exposição de projetos acadêmicos, bem como para uma experiência imersiva cultural e idiomática. Nesta edição, no ano de 2023, 24 alunos de graduação, representantes de três países, apresentaram, cada um com a sua equipe, projetos que destacaram novas soluções para a área da engenharia tecnológica.
A internacionalização é um aspecto regulatório obrigatório que faz parte das diretrizes curriculares dos cursos de engenharia no Brasil. “O Inatel acredita muito neste intercâmbio, principalmente para que o ecossistema educacional do Instituto possa exercer uma interação com outras culturas”, comenta Guilherme Augusto Barucke Marcondes, vice-diretor do Inatel e pró-diretor de graduação. Já Bruno de Oliveira Monteiro, coordenador do Núcleo de Estágio e Intercâmbio do Inatel, enfatiza que o potencial da faculdade é apresentado às outras universidades, aumentando as interações e, muitas vezes, resultando em novas parcerias no âmbito acadêmico, de pesquisa e de desenvolvimento de produtos. “É importante ter essa parceria internacional, porque existem habilidades e competências que os alunos acabam desenvolvendo por meio da interação, como soft skills, hardware skills, entre outras”, ressalta o coordenador.
Pela Bolívia, representantes de duas instituições apresentaram 11 projetos, sendo seis da Universidad Autónoma Gabriel René Moreno, além de cinco da Universidad Privada del Valle Bolivia, com assuntos que perpassam pelas áreas da inteligência artificial, robótica, soluções em engenharia hospitalar, dispositivos eletrônicos, geolocalização, entre outras. Já os representantes da faculdade austríaca Technische Universitat WIEN, apresentaram um projeto que discutiu a nova geração de células solares. Quanto à faculdade alemã, Jade University of Applied Sciences, os estudantes apresentaram, em parceria com os alunos do Inatel, uma câmara para testes de alta tensão elétrica.
O projeto “macTaM: High Voltage Environment” foi orientado pelo reitor e Prof. Dr. Ing. Sebastian Azer, além do Prof. dos cursos de Controle e Automação e Elétrica do Inatel, o Dr. Wanderson Saldanha. O produto foi desenvolvido pelos alunos brasileiros Ana Luísa Lyra Pavanelli, do curso de Engenharia de Controle e Automação, e Gabriel Mendonça Gonçalves, do curso de Engenharia Elétrica, em parceria com os alemães Finn-Ruben Gerd Walter Kleemann-Lüpkes e Jandrik Skeide. Para o reitor alemão, todos os integrantes da equipe - cada pessoa com os seus processos, especificidades individuais e diferenças - viveram experiências enriquecedoras. “Neste ano aprendemos muito com a organização dos alunos brasileiros e eles aprenderam a construir estruturas de alumínio. É só o primeiro trabalho de graduação que deu certo, de muitos e em parceria que virão!”, comenta Azer.
O equipamento desempenha um cenário sustentável para a alta tensão, a fim de garantir maior segurança no manuseio da corrente elétrica e também produz um melhor sistema de distribuição de energia. “Para um ambiente de alta potência, com tensões muito elevadas, é necessário equipamentos muito grandes e com um valor elevado de investimento, na faixa de 40 milhões de Euros. O macTaM propicia a realização de 95% de experimentos em alta tensão, de uma forma segura, compacta, e com um custo de investimento muito mais acessível”, afirma Gabriel Gonçalves.
A estrutura metálica, em formato de câmara ou caixa de alumínio, já existe no país germânico. O ambiente de testagem controlado possui um sistema de blindagem e de proteção elétrica. A solução é 100% aterrada (a corrente irá para o solo e não será descarregada em alguém que, por exemplo, encoste na estrutura do equipamento) e possui diversos dispositivos de acionamento, como a porta em estrutura de fechadura eletrônica - essa controlada por um dispositivo lógico, programável, e com um circuito supervisor de alta segurança.
Os alunos anfitriões explicam ainda que as simulações via softwares não são completas e que, uma das maiores relevâncias técnicas do projeto é permitir que os discentes acompanhem, na prática, alguns testes que verificam, por exemplo, a segurança de algum cabo ou equipamento para alta tensão. O equipamento foi desenvolvido para fins didáticos ou para empresas que desenvolvem produtos para alta tensão. “A Fetin é para conseguir colocar a teoria em prática, lidar com os problemas da vida real e entender como o mercado de engenharia funciona”, completa Ana Pavanelli.
O Instituto Nacional de Telecomunicações já possui um acordo acadêmico com a Universidade Jade há mais de 18 anos. No entanto, é por meio desta nova parceria acadêmica, destacada na Fetin Internacional, que as duas instituições consagram uma nova etapa do projeto de Dupla Diplomação - agora voltado a todos os alunos e cursos de graduação. “O Inatel é o nosso parceiro mais importante da América Latina e, ao longo destes anos, já tivemos várias experiências de alunos em intercâmbio na Faculdade”, salienta o Reitor Sebastian Azer. A colaboração, antes restrita a algumas áreas, foi revisada, de forma que agora os sete cursos de engenharia podem aderir ao programa de graduação na Alemanha - por meio de um processo seletivo. “Ao cumprirem os requisitos estabelecidos no acordo, os discentes passam a ter o Diploma do Inatel e da Jade University”, conclui o vice-diretor do Inatel, Guilherme Augusto Barucke Marcondes.
Os estudantes estrangeiros presentes na Fetin também participaram de apresentações dos programas de Mestrado e Doutorado em Telecomunicações do Inatel e também do Centro de Desenvolvimento de Competência e Inovação (CIDC), desenvolvido em parceria com a Huawei. Clique aqui e confira a cobertura fotográfica do evento.
