De acordo com o coordenador do curso de Engenharia de Controle e Automação do Inatel, professor Alexandre Baratella Lugli, ainda não existe no Brasil uma rede 5G disponível para esse tipo de aplicação, daí a importância dessa iniciativa. “Todo o controle do robô é feito pela parte de automação, por meio de sensores, mas o monitoramento foi todo feito utilizando a rede 5G. Então, usando a estrutura do CRR, aliada à nossa estrutura de Automação, conseguimos fazer esse teste de forma inédita, com a intenção de contribuir para o desenvolvimento da tecnologia no âmbito industrial”, explica.
Ainda segundo o professor, os diferenciais alcançados com o uso do 5G para controlar o robô são uma maior autonomia, uma maior distância possível de ser percorrida e, principalmente, um menor tempo de resposta. “A utilização da tecnologia também permite que o monitoramento e os comandos para o robô sejam feitos à distância, o que hoje em dia não é possível, uma vez que são utilizadas as redes wireless para esse tipo de aplicação”, destaca.
Crédito Foto: Gustavo Coelho, designer da Exsto Labtronix
O diretor de Educação e Tecnologia da Exsto Labtronix, Domingos Adriano, enfatiza que um dos casos de aplicação do 5G no ambiente industrial é exatamente a mobilidade, que fica bem prejudicada quando se usa o wifi ou outras tecnologias de comunicação existentes atualmente. “Esse teste teve a intenção de explorar a aplicabilidade das novas tecnologias, em particular testamos o cenário de Long Range, proposto pelo Inatel, que foi pensando inicialmente para áreas remotas, mas que tem aplicação na indústria, seja indústria pesada, ou mineração, em que as fábricas têm grandes dimensões”, revela.
Para ele, conseguir juntar todas essas partes, e a Exsto Labtronix trabalhando como um catalizador, no sentido de unir essas pontas, foi algo muito inovador. “Nós temos tido uma preocupação muito grande com o tema da Industria 4.0, onde conectividade é tão básico quanto energia elétrica. Então, é bem interessante poder fazer esses testes com algo bem novo, já vendo a aplicabilidade daquilo que, em breve, estará chegando na indústria”, concluiu.
Os testes também integraram o Projeto Brasil 6G, coordenado pelo Inatel e pela RNP, e que conta com a participação de várias instituições de ensino e pesquisa do país. A ideia é que eles sejam detalhados em artigos científicos e contribuam para o desenvolvimento das próximas gerações de comunicações móveis.
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