Inatel integra programa do governo federal para interação tecnológica com o Japão (4)

O professor do Inatel, Luciano Leonel Mendes, esteve entre os dias 25 e 28 de novembro nas cidades de Tóquio, Yokohama e Osaka, no Japão, acompanhado de mais 14 pesquisadores e um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil para participar de um workshop de interação tecnológica. Na visita, estiveram presentes representantes de centros de pesquisa e instituições que participaram do projeto do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), do qual o Inatel fez parte.

Durante o evento, pesquisadores brasileiros e japoneses expuseram suas áreas de atuação com o objetivo de permitir um intercâmbio de tecnologias e competências entre eles. O workshop é uma das atividades previstas na carta de cooperação tecnológica nos setores industrial e acadêmico já assinada entre Brasil e Japão.

Encerrando a visita, foram definidos os termos para um convênio entre os governos dos dois países que permitirá que pesquisadores brasileiros possam fazer cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado no Japão. Para este programa, o governo do Brasil irá dispor R$2 milhões, fomentando até 5 projetos. A expectativa é que governo japonês libere a mesma quantia para investir no projeto.

Afinidades

Para Luciano, as pesquisas produzidas pelos japoneses possuem grande afinidade com as necessidades brasileiras, por terem uma aplicação prática de médio a curto prazo, entre 5 a 10 anos. “Isso é muito importante para um país emergente, como o Brasil, que precisa dar um retorno rápido de suas pesquisas à sociedade”, afirma.

Ele acredita que a criatividade do brasileiro desperta o interesse dos japoneses para uma possível parceria. “Do ponto de vista técnico e acadêmico, eles não precisam de ajuda, já que produzem tecnologia de ponta. Porém, encontram limitações para aplicar de maneira diversa essa tecnologia, pois ao mesmo tempo em que criam um projeto para atender a uma demanda, não vêem novas aplicações para a tecnologia desenvolvida. Neste ponto, a flexibilidade do brasileiro pode auxiliar, dando novas alternativas de aplicações, o que torna o projeto mais viável, inclusive financeiramente”, explica. E conclui: “Isto seria uma primeira etapa, pois assim que nos equipararmos a eles na área de pesquisa, também poderemos contribuir do ponto de vista tecnológico e científico”.