Inatel promove curso de Libras para colaboradores do setor administrativo

O objetivo foi auxiliar na integração de uma colaboradora com surdez e preparar a equipe para atender mais pessoas com a deficiência

Hoje no Brasil, existem cerca de 10 milhões de pessoas (5% da população) com deficiência auditiva, e grande parte delas, utiliza a Língua Brasileira de Sinais (Libras), como auxílio para se comunicar. Apesar das dificuldades de acesso a educação e emprego, enfrentadas por essas pessoas, elas são amparadas pela Lei de Cotas para PCDs, que assegura o direto à inclusão no mercado de trabalho. Mas cabe às empresas auxiliar na adaptação e integração do funcionário surdo.

inatel curso libras 1Pensando nessa realidade, o Inatel promoveu entre os meses de maio e agosto, um curso introdutório de Libras a cerca de 50 funcionários dos setores de Recursos Humanos e Administrativo Financeiro da instituição. “O curso foi realizado principalmente para melhorar nossa comunicação com a colaboradora Viviane, que ingressou em 2021 em nosso quadro, mas também porque vimos a necessidade de nos preparar para receber mais colaboradores, alunos, estagiários, enfim, até mesmo visitantes com surdez”, explica a especialista em Recursos Humanos do Inatel, Lívia Pizzolato Liao.
Segundo ela, o curso ajudou muito na integração da Viviane com o time e com outras pessoas com quem ela lida no dia a dia. “Acredito que se não tivéssemos tido essa experiência do curso, talvez ela não tivesse tido um contato tão intenso com todo mundo, não tivesse se sentido tão acolhida como foi. Eu, particularmente, percebi que teve um saldo positivo para ela. Acho que ela passou a se sentir mais à vontade depois da iniciativa”, destaca.

Viviane confirma a importância do curso para sua adaptação. “Gostei que meus colegas do Inatel aprenderam Libras. Isso irá me ajudar em meu trabalho. A professora ensinou o alfabeto e outros sinais e as pessoas pareciam gostar e se divertir nas aulas. Percebo que as pessoas têm medo de se comunicar comigo porque sou surda, mas não precisam ter medo. Eu tenho coragem para trabalhar e tentar me comunicar, mesmo com quem não sabe nada sobre a língua de sinais. Libras é uma língua difícil, as pessoas ainda sabem o básico, mas espero que continuem estudando e praticando para que fique mais fácil para todos”, afirma.

Para a professora Patrícia de Campos Lopes, que ministrou o curso, perceber a sensibilidade, a empatia dos colaboradores que estavam participando desse curso, o interesse, a deixou muito motivada. “Todos participaram, se disponibilizaram, recebi muitos feedbacks bons, o que me deixou bem contente. É um trabalho de formiguinha mesmo. Então, fiquei muito feliz em participar desse projeto e acho que o pessoal está realmente colocando em prática o que aprenderam no curso. A demonstração de que a Viviane se sentiu acolhida com o curso foi que todos que participaram ganharam um sinal, que em Libras é como se fosse um apelido. Fiquei muito contente porque isso nos faz perceber que ela se sentiu realmente incluída no time”, revela.

Além da Viviane, o Inatel conta com outros dois colaboradores com deficiência auditiva, no entanto, eles possuem perda parcial da audição, corrigida por aparelhos. Atualmente, não conta com alunos surdos, mas já formou duas pessoas com a deficiência, que contaram com um interprete de Libras durante todo curso, conforme previsto por lei. A intenção da instituição é reunir o grupo que participou do curso em novos encontros periódicos, para atualização da língua.