O evento aconteceu no MCTIC em Brasília/DF.
As pesquisas do Inatel em 5G começaram há cerca de três anos, com a criação do Centro de Referência em Radiocomunicações (CRR), uma parceria com a Finep, MCTIC e recursos do Funttel.
O coordenador das pesquisas, professor Luciano Leonel Mendes, destaca o pioneirismo da solução do Inatel, já que a grande parte dos esforços mundiais na área para 5G foca no aumento da vazão e não em ampla abrangência de cobertura, uma necessidade não só do Brasil, mas também de diversos outros países. “Apesar da evolução tecnológica, a disponibilidade de acesso à Internet é farta apenas nos centros urbanos. Nas localidades rurais e nas regiões de baixa densidade populacional não há oferta desses serviços. Essas regiões são a última fronteira para tornar o acesso à Internet universal e o 5G pode ser a solução”.
A proposta consiste em adicionar um novo modelo de operação às redes 5G. Para isso, o Inatel desenvolveu o transceptor MIMO-GFDM Flexível, único no mundo, e demonstrado nesta quinta-feira, no Distrito Federal.
O GFDM reduz a interferência nos canais adjacentes em várias ordens de grandeza se comparada com as técnicas convencionais, conseguindo transmitir mais dados sem causar interferência em outros usuários, tendo múltiplos serviços dentro da mesma banda e uma diversidade de aplicações, que hoje não é possível com o 4G. A tecnologia desenvolvida pelo Inatel venceu, em junho, uma competição na Europa, como a solução mais flexível para redes 5G.
Com a futura rede de comunicação móvel espera-se aumentar o raio de cobertura, que atualmente é de 5 km à 10 km, para 50 km, com banda larga de qualidade até o limite da célula. “Os benefícios educacionais, sociais e econômicos são enormes. Pode-se aumentar a produtividade do campo, levar mais oportunidades de formação para quem está em áreas remotas, enfim, oferecer a chance para todas as pessoas participarem dessa Era da Informação na qual estamos vivendo”, explica Luciano.
O desenvolvimento do transceptor envolveu mais de 30 pesquisadores e a próxima etapa será um teste em campo real, que deve ocorrer até novembro. O objetivo é levar e implantar a solução em uma área rural de Santa Rita do Sapucaí, município no sul de Minas Gerais. No futuro, toda a tecnologia aplicada no protótipo estará dentro de um smartphone, por exemplo. A expectativa é que a solução de longo alcance esteja no mercado em 2022.
Cerimônia
Também integraram a mesa da cerimônia, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, o secretário-substituto de Telecomunicações Átila Souto, o presidente interino da Telebras, Jarbas Valente, o conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Igor de Freitas, o chefe do Escritório da Finep em Brasília, Fernando Ribeiro e o diretor do Inatel, Marcelo de Oliveira Marques. “O dia de hoje ficará marcado na história do nosso país. No dia de hoje estamos, também, celebrando uma bem-sucedida união entre o Poder Público, a Academia e a Indústria. Esse momento é um marco para as pesquisas brasileiras, que pela primeira vez participa das discussões de padronização de uma nova geração de comunicação móvel. E as soluções que estão sendo desenvolvidas no Inatel, localizado na pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí em Minas Gerais, mais conhecida como o Vale da Eletrônica, possibilitarão o desenvolvimento econômico e social do nosso país”, afirmou o professor Marcelo.
Confira as fotos em nosso flickr.
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