Este ano, o Inatel em parceria com a organizadora do evento – a Provisuale – desenvolveu o aplicado oficial do Futurecom para as plataformas Android e IOs. O Instituto também contou nesta edição com dois estandes, um deles no pavilhão dedicado a fornecedores de aplicativos para dispositivos móveis. No espaço, o Inatel ofereceu palestras sobre o desenvolvimento do aplicativo do evento e sorteou uma bolsa de estudos para os cursos de Eduação a Distância oferecido pela instituição. O vencedor foi Felipe Gonçalves Pereira, estudante de Engenharia de Telecomunicações do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. "O Inatel é uma referência, tem tradição no mercado há bastante tempo. É uma referência para todas as instituições, com certeza, este curso será bastante interessante porque dará uma visibilidade no currículo muito boa".
.
Implantação do 4G
No dia da abertura do Futurecom, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, visitou o estande do Inatel, acompanhado do ex-aluno e secretário de Telecomunicações do MiniCom, Maximiliano Salvadori Martinhão. Na cerimônia que abriu o evento, o ministro falou sobre a expansão das comunicações móveis, especialmente quando está marcada, para o próximo dia 16, a assinatura dos termos de compromisso para os vencedores dos leilões de exploração da faixa 4G. De acordo com o Paulo Bernardo, a implantação do 4G será realizada concomitante à expansão do 3G. "A adesão ao 4G no Brasil será rápida, uma vez que incentivamos a produção nacional de equipamentos, aumentando a produtividade das empresas. Daremos um salto grande em qualidade e investimento nessa área", disse.
De acordo com o professor e consultor do Inatel, Arismar Cerqueira, agora que virou uma exigência do governo, as empresas terão que correr contra o tempo e pensar em investimentos agressivos em pesquisa e desenvolvimento nacionais, além da vinda de multinacionais para o nosso território. "É um grande desafio a exigência de 60% de produtos nacionais entre 2012 e 2014, 65% nos dois anos seguintes e 70% entre 2017 e 2022. Tal medida pode ser considerada excelente do ponto de vista de desenvolvimento tecnológico e capacitação de mão de obra nacional, pois aliado à mesma, o governo tem aumentado os investimentos em programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), por meio das suas instituições de fomento, tais como FINEP, BNDS, CAPES, e CNPq. Desta maneira, as universidades, os centros de pesquisa e as empresas nacionais poderão capacitar o seu corpo de funcionários e melhorar as suas instalações para desenvolvimento da tecnologia 4G nacional", explicou. Um exemplo é o Laboratório WOCA do Inatel, onde pesquisam sobre as tecnologias rádio sobre fibra e 4G.
A implantação do 4G ainda sofre com algumas questões: o custo operacional e de infraestrutura, e a interferência eletromagnética. Uma solução pode ser a utilização da tecnologia rádio sobre fibra, tema da palestra do professor do Inatel durante o Futurecom. De acordo com o Arismar Cerqueira, a tecnologia rádio sobre fibra, ao contrário das redes ópticas convencionais, permite a utilização da mesma infraestrutura por diferentes operadoras, diminui o número de torres, bem como impactos sociais e ambientais, facilita a implementação do conceito de "Cidades Digitais" e amortece os custos de infraestrutura e operacionais. "Temos exemplos em todo mundo de utilização da tecnologia rádio sobre fibra, como na Copa na Alemanha (2006), na África do Sul (2010) e nos Jogos Olímpicos em Londres deste ano. Os telefones celulares funcionaram, os usuários poderam surfar na internet e os sinais de rádio e TV de todo mundo foram transmitidos globalmente. Se não adotarmos esta tecnologia no Brasil, para a Copa e Olimpíadas, a nossa infraestrutura de telecom provavelmente não irá suportar, com isso poderão acontecer colapsos das nossas redes. Um exemplo próximo a nós é o réveillon, que não conseguimos falar ao telefone nesta data", contou.
O rádio sobre fibra representa uma plataforma multisserviços, pois além de abranger todo o sistema de telecomunicações, também pode envolver sistemas de monitoramento e controle remoto, segurança, sensores e redes inteligentes de energia, água e gás, que evitam o desperdício, por exemplo. "A implantação desta tecnologia pode representar um grande avanço social, pois poderíamos utilizar provedores municipais para compartilhamento de infraestrutura de diferentes empresas. Ou seja, o governo cederia a infraestrutura – por meio de concessão – e as empresas forneceriam o serviço. Esta medida facilitaria a chegada de banda larga, TV a cabo, telefonia em cidades muito pequenas, mas com custos muito menores, tanto para o consumidor quanto para a empresa. Seria uma enorme contribuição para a universalização de acesso aos serviços de telecomunicações para toda a sociedade", argumentou o professor.