Colaboradores do Inatel buscam Doutorado para atuar fora da sala de aula

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Como Instituição de Ensino Superior, o Inatel busca exceder os requisitos do Ministério da Educação quanto ao número de docentes com Mestrado e Doutorado. Mas o desejo de avançar na formação acadêmica não se restringe aos professores, para isso, o Instituto incentiva seus colaboradores de todas as áreas e setores com bolsas para outras instituições, descontos em cursos próprios e afastamentos não remunerados para dedicação ao estudo, por exemplo.

Para a Instituição, um quadro de profissionais com alta qualificação oferece expertise em todas as áreas de atuação, não somente em sala de aula. Desde a pesquisa e desenvolvimento de soluções científicas, até o relacionamento com o mercado. Essa corrida pelos certificados de mestres e doutores para o corpo docente foi motivada há alguns anos com as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação – PNE, junto às exigências do MEC para Instituições de Ensino Superior. No entanto, os profissionais do Inatel, em contato direto com a evolução tecnológica, sentem essa necessidade de reciclagem e atualização em todos os setores, mesmo fora da docência.

Foi o que aconteceu com Tiago Reis Rufino Marins, que atua no Centro de Referência em Radiocomunicações – CRR. “O investimento em conhecimento é algo que deve ser contínuo, ainda mais com opções de pós-graduação de universidades públicas e privadas, de prestígio internacional a disposição de todos no Brasil. Eu já venho me dedicando a melhorar minha formação acadêmica desde o final da graduação em 2008, com o curso de mestrado do Inatel. Eu trabalho na área de telecomunicações, seja realizando pesquisas ou mesmo no desenvolvimento de produtos e a escolha do tema da minha tese de doutorado está diretamente relacionada com minha área de atuação" reforça o engenheiro.
Dr. Tiago Reis Rufino Marins, Centro de Referência em Radiocomunicações

A convivência em um ambiente de trabalho acadêmico de pesquisa científica, que oferece programas de mestrado e doutorado, é outro ponto que impulsiona esse aperfeiçoamento profissional. Já são 24 colaboradores doutores no Inatel e a partir da implantação do Programa de Doutorado, no ano de 2019, a tendência é que o número cresça. De acordo com a Associação Brasileira das Instituições de Pós-Graduação (ABIPG), os cursos de mestrado e doutorado são importantes mecanismos impulsionadores do mercado, que motivam pesquisas e a inovação.

Quem concorda com essa afirmação é Andre Antonio dos Anjos, engenheiro especialista em sistemas do Inatel. “Ao passar por um curso de doutorado de ponta, sendo orientado e coorientado por pesquisadores de referência mundial, como foi no meu caso, a sua capacidade de solucionar problemas técnicos do dia a dia de trabalho aumenta substancialmente, fazendo com que você seja capaz de formular soluções simples para problemas que, em um primeiro momento, possam até parecer ser complexos. Isso ajuda muito no desenvolvimento da sua carreira profissional de engenharia, pois você passa a ser um profissional que entrega soluções rápidas e ao mesmo tempo eficientes e otimizadas. Portanto, na minha visão, mesmo que você não tenha o interesse em seguir a carreira acadêmica, possuir um doutorado na sua área de atuação é sim um enorme diferencial” destaca o colaborador do Inatel Competence Center.

Contudo, os programas stricto sensu são conhecidos por exigirem dedicação em um prazo mais estendido para pesquisa científica. Para isso, é necessária uma parceria entre Instituição empregadora e colaboradores para conciliar jornada de trabalho e desenvolvimento de dissertações e teses. Com foi o caso do engenheiro Tiago Reis, “durante a fase em que era necessário assistir aulas presenciais em Campinas, o benefício da flexibilidade de horário que o Inatel oferecia, me ajudou bastante, pois era possível compensar as horas ausentes do Inatel no período noturno ou mesmo aos sábados. Após a finalização das aulas presencias, eu realizava as atividades do doutorado após o horário de trabalho no Inatel, nos finais de semana e feriados” recorda o já doutor.

Os dois colaboradores, Tiago e André, foram coorientados pelo Prof. Rausley Adriano Amaral de Souza. Ambos defenderam teses na área de Telecomunicações com publicações em importantes periódicos científicos. “Com o advento dos novos padrões de comunicações sem fio como o 5G e o 6G, novas faixas de frequências vem sendo propostas para cenários que demandarão alta vazão de dados. Isto certamente abrirá novas linhas de pesquisas que permitirão realizar estudos do comportamento do canal de comunicação em ambientes com desvanecimento de curto-prazo nessas novas faixas de frequência” relata Tiago.

Segundo André dos Anjos, o trabalho de doutorado envolveu vários conceitos de disciplinas estudadas desde a graduação e também no mestrado no Inatel, o que influenciou a escolha de seu tema de pesquisa. “Os cenários de propagação serão diversos com a chegada do 5G e futuramente do 6G, sendo assim, modelos de canais generalizados, tais como os desenvolvidos durante nosso trabalho de doutorado, serão bastante úteis, pois conseguirão simular praticamente todas as situações encontradas na prática. Tivemos a oportunidade de comprovar a precisão de nossos modelos matemáticos teóricos por meio de medições práticas, fornecidas por pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência, Espanha, o que deu ainda mais credibilidade ao trabalho desenvolvido” orgulha-se o doutor.