Não é de se espantar que as mulheres tenham obtido muitas conquistas ao longo da história, afinal foram anos de luta pela igualdade de direitos e pela sua emancipação. Agora, com forte presença no mercado de trabalho, as mulheres chegam a ocupar cargos de liderança e a seguir carreiras tidas, até então, como masculinas.
É o caso da carreira de Engenharia. Segundo dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) o número de mulheres credenciadas nas diferentes áreas da Engenharia subiu 142% entre 2005 e 2012. Isso se reflete também nos cursos de Engenharia oferecidos pelo Inatel. Se alguns anos atrás havia turmas com apenas uma mulher, hoje, elas representam 23% dos alunos e são maioria no curso de Engenharia Biomédica.
"Na época em que estudei no Inatel, minha turma tinha sete mulheres e 93 homens, o que não acontece hoje, pois as mulheres estão assumindo posições importantes dentro das empresas, para as quais é necessária uma boa qualificação profissional", ressalta Juliana Cortez Camposilvan, ex-aluna do Inatel formada em Engenharia Elétrica em 2000, hoje professora da instituição.
Por influência do pai, que foi professor no Instituto, Juliana optou por seguir a área acadêmica e fez Mestrado e Doutorado na mesma área em que se formou. "Não enfrentei dificuldades em seguir este caminho por ser mulher. Acho que o que conta é ser um bom profissional e principalmente gostar do que faz. Isso faz a diferença", destaca.
Isabela Carvalho, formada em Engenharia Elétrica no Inatel em 2004 e atualmente aluna do Mestrado em Telecomunicações do Instituto, também foi uma das poucas mulheres de sua turma de faculdade. Quando ingressou no mercado de trabalho, trabalhou em uma equipe na qual era a única engenheira e participa das pesquisas sobre Internet do Futuro do Inatel, em que também é a única mulher.
Segundo ela, a única dificuldade que encontrou em sua carreira foi quando precisou conciliar trabalho e maternidade. "Quando precisava viajar, era um martírio ficar longe da minha filha. Acredito que essa é uma fase muito difícil para todas as mulheres, independente da profissão". Hoje, grávida do segundo filho, Isabela decidiu se dedicar somente aos estudos. "Estou feliz na área de pesquisa, pois é um ambiente em que tenho um horário mais flexível e posso ficar mais perto da minha família", afirma.
Realidade atual
O Inatel possui hoje 451 alunas, sendo que o curso com maior número de mulheres é o de Engenharia Biomédica, em que elas são maioria, seguido pelo de Engenharia de Telecomunicações. Na opinião de Marília Bontempo, aluna do curso de Engenharia Elétrica, o fato de ser mulher não muda o grau de exigência sobre o trabalho, nem a forma como ele é visto. "Hoje em dia, as mulheres ocupam mais lugares nas faculdades. Isso é algo que foi conquistado ao longo do tempo e tem mudado o estereótipo de muitas profissões", destaca.
A estudante é monitora e atua no Laboratório WOCA do Inatel, voltado para pesquisas na área de Comunicações Ópticas e Sem Fio, que é constituído, em sua maioria, por homens. "Os sexos são diferentes, portanto, as características são diferentes. Os dois trabalhando em conjunto são a sintonia perfeita, porque uma vez que o homem tem mais habilidade para certas coisas, a mulher tem uma visão mais abrangente".
Agora, no 7º período, Marília está começando a traçar seus objetivos profissionais. "Pretendo ingressar no Mestrado e trabalhar na área de desenvolvimento de projetos de Telecom. Acredito que dificuldades todos nós encontramos, sendo homem ou mulher, pois é uma fase nova da nossa vida em que temos que descobrir muitas coisas e estar preparado para elas", conclui.