O 5G vai impactar você... e o seu trabalho

Antes de ler este texto, desligue o Wi-Fi do celular e veja qual conexão aparece no topo da tela. Se você tem um smartphone mais recente e vive em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, verá escrito “5G”, mas se não mora em grandes metrópoles, provavelmente, vai ver um “4G”  ou até mesmo 3G.

Mas se o 5G ainda não chegou na maioria dos usuários, por que se fala tanto dessa sigla? 

Não chegou, mas vai chegar. Em recente deliberação, a Agência Nacional de Telecomunicações autorizou 506 novos municípios a receberem o sinal 5G. Com isso, serão 4.808 cidades com a faixa de 3,5 GHz disponível para utilização por estações do 5G Standalone, abrangendo cerca de 197 milhões de brasileiros – 92%  da população do país

A autorização, no entanto, não significa que o sinal 5G vai ser disponibilizado imediatamente nos locais autorizados. A implantação e disponibilização para usuários depende do cronograma das operadoras.

Ao chegar na maioria dos usuários, o acesso no Brasil vai se somar à implantação global da tecnologia, que será o padrão de conexão de mais da metade do mundo até 2030. De acordo com o relatório global The Mobile Economy, da GSMA – organização global que unifica o ecossistema mobile – 74% da população mundial vai ter acesso a serviços de internet móvel até o final desta década – 6,3 bilhões de pessoas.

O cenário é promissor para a expansão e uso da quinta geração de comunicações móveis no dia a dia dos usuários. Ou seja, se até aqui você ouvia falar de conectividade em altas velocidades, baixa latência e grande eficiência apenas como promessa do futuro, saiba que, muito em breve, o 5G dará as caras, ou as telas, de vez na palma das suas mãos.

 

5G – Escala e viabilidade

Com o aumento de acessos, o próximo passo da quinta geração será trazer melhorias que vão bem além da conectividade, abrangendo também aspectos sociais, culturais e, principalmente, econômicos. 

No final da década, a contribuição econômica do setor móvel atingirá US$6,4 trilhões. O relatório da GSMA mostra que o 5G vai adicionar $930 bilhões à economia global até 2030, o que representa cerca de 15% do impacto econômico total do setor

Com maior abrangência, a quinta geração de comunicações móveis trará mais escala e eficiência em processos como Indústria 4.0, Internet das Coisas, Cidades Inteligentes e Inteligência Artificial, representando um fator habilitador para a expansão dessas novas tecnologias. 

Mais do que suporte, o 5G será responsável por novos usos dos consumidores, fazendo com que, de fato, a tecnologia se propague também em locais onde a conectividade é fator fundamental para a evolução econômica

 

5G – Infraestruturas habilitadoras 

Nesse aspecto, variantes do 5G surgem como uma forma de consolidação e viabilização do acesso. No Brasil, o 5G Standalone foi a tecnologia escolhida para a maior parte das infraestruturas de quinta geração.

Essa arquitetura de rede 5G funciona de maneira autônoma, sem se apoiar na infraestrutura atual das redes 4G LTE. Diferente da 5G Non-Standalone (NSA), que utiliza equipamentos da rede 4G para sustentar suas operações, o 5G Standalone é uma rede 5G completa, com sua própria infraestrutura de rádio (RAN - Radio Access Network) e núcleo de rede (core).

O 5G Standalone oferece vantagens que serão de grande importância para a digitalização empresarial e para habilitar novos usos para os consumidores, dentre os benefícios, destacam-se:

  • Desempenho Superior: latência ultrabaixa e maior capacidade de rede, essenciais para aplicações em tempo real como veículos autônomos e realidade aumentada/virtual (AR/VR);
  • Flexibilidade e Escalabilidade: possibilita o "network slicing", permitindo que as operadoras criem múltiplos serviços personalizados para diferentes indústrias e casos de uso, maximizando a eficiência e a adaptação da rede;
  • Eficiência Energética: proporciona melhor gerenciamento de energia, beneficiando tanto as operadoras quanto os dispositivos conectados, resultando em redes mais sustentáveis e duradouras.

O 5G-Advanced também é uma variação que traz melhoria na velocidade, maior cobertura, mais mobilidade e eficiência energética. 

 Por exemplo, o 5G-Advanced apoiará o desenvolvimento de aplicações de realidade estendida (XR) ao reduzir as latências de uplink e possibilitar casos de uso de automação industrial ao melhorar a precisão do posicionamento baseado em celular. Ele também aumentará a sustentabilidade através do uso de insights orientados por dados de IA e aprendizado de máquina.” (The Mobile Economy, p. 24) 

Outra oportunidade surge com o 5G RedCap, voltado para conectividade de Internet das Coisas que tem baixo custo, complexidade reduzida e eficiência energética. 

De acordo com o Prof. Luciano Leonel Mendes, coordenador do Centro de Competência EMBRAPII Inatel em Redes 5G e 6G – xGMobile, as novas versões do 5G estão surgindo para atender aos requisitos de alta confiabilidade, baixa latência, baixo custo e aumento da área de cobertura. “Além disso, a integração de IoT com a rede 5G depende de versões de camada física mais adequadas para estas aplicações. São versões como o 5G Advanced e 5G RedCap que irão oferecer estas opções para o Mercado”, ressalta.

 

IA e 5G 

As novas variações e oportunidades farão o 5G se tornar a base para as novas demandas de conectividades trazidas, principalmente, pela evolução da Inteligência Artificial.

Um vislumbre deste futuro aconteceu recentemente, com o lançamento da Apple Inteligence. Em breve, aparelhos mais recentes da Apple serão integrados com Inteligências Artificiais ativadas por interfaces de voz. Isso só será possível com a correta integração de 5G, hardwares robustos e expansão da IA generativa.

O ganho em conectividade proporciona a consolidação deste cenário, além de a adoção gradual e natural de novas formas de interação homem-máquina

 

5G – Ampliando o impacto 

Apesar de um cenário bastante promissor, as iniciativas e investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação são essenciais para fazer com que o 5G chegue no maior número possível de pessoas. Um dos fatores de inovação na área é reforçar a preparação para a sexta geração de comunicações móveis, o 6G

No Brasil, uma das iniciativas focadas em potencializar as pesquisas e acesso mundial à conectividade é o xGMobile, que visa liderar a pesquisa, desenvolvimento e inovação nas tecnologias 5G e na evolução das futuras redes 6G.

O Prof. Luciano Leonel ressalta que o xGMobile vai atuar em diferentes frentes, como criação de um ecossistema adequado para o desenvolvimento de novos negócios sobre as redes móveis, formação de recursos humanos capacitados para a implantação e operacionalização das redes mais avançadas, geração de novos conhecimentos na área e concepção de novas tecnologias para superar limitações que existem hoje.

“O xGMobile irá atuar para que o Brasil esteja apto a explorar todos os recursos oferecidos pela rede 5G, ao mesmo tempo que irá contribuir com novas tecnologias para que as futuras redes móveis atendam as demandas nacionais”. 

O cenário é promissor e o 5G será mais uma dessas tecnologias presentes de forma definitiva em nossa rotina sem que, nem sequer, nos demos conta disso, como Wi-Fi, eletricidade e 4G. 

Mais informações sobre as iniciativas em 5G e 6G do Inatel podem ser obtidas em www.inatel.br/xgmobile

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