“Pensar a tecnologia é pensar as humanidades”

 

 

Duranta a abertura do Seminário, Filósofo reiterou que não há reflexão sobre a tecnologia sem levar em conta o fator humano

 

Na manhã da quarta-feira, dia 19 de maio, o Inatel e o Sebrae receberam o Filósofo Luis Felipe Pondé para a abertura do Seminário de Tecnologias Disruptivas e a Transformação Digital, com duração de dois dias. A partir do tema “Os impactos da 4ª revolução industrial em nossas vidas”, o escritor contextualizou os próximos avanços tecnológicos para a sociedade em uma visão histórica, humanista e filosófica. Resgatando desde a primeira revolução industrial e seus legados para a humanidade, que impactaram diretamente as cadeias produtivas.
 

O ensaísta lembrou que a reflexão acerca dos riscos da transformação tecnológica não é nova e que a humanidade já vem se dedicando muito a pensar nessa relação entre avanços e vida social, vida psicológica, ética e política, por exemplo. “Nunca foi tão urgente pensar o elemento humano, que é a constante dentro de todas as Revoluções Industriais” ressaltou Pondé.

A tríplice hélice, formada por governos, academia e empresas, também teve destaque na fala do filósofo, que pontuou a importância de um salto educacional e de políticas públicas para que o Brasil se beneficie de toda a abundância tecnológica da próxima fase da industrialização, chamada pelo palestrante de Revolução Industrial Cognitiva. Ainda em relação à educação, o professor reforçou o quanto os ambientes educacionais continuarão essenciais para o desenvolvimento humano, mesmo com todo acesso digitalizado alcançado durante a pandemia, devido à riqueza do convívio e das evidentes perdas afetivas trazidas pelo excesso de vida digital.

Em um passeio pelo passado e um vislumbre do futuro próximo, o célebre autor debateu com os participantes também sobre a influência da revolução tecnológica na medicina, no trabalho, na longevidade e empregabilidade. Os fatores estressores para os mais jovens, em busca de carreiras meteóricas, e a extensão do tempo de vida com a redução no potencial de trabalho, o que significa que cada vez as pessoas viverão mais, com menos possibilidades de emprego para se sustentarem. Mais um exemplo do quanto a educação continuará a ser o diferencial nos cenários produtivos e econômicos futuros, para a preparação e formação das forças de trabalho de todas as idades para os adventos tecnológicos que se apresentarão. 

“A urgência do treinamento e da alfabetização das pessoas, nas tecnologias digitais e na quarta revolução industrial em geral é fundamental, porque você terá uma sociedade que marcha por conta do avanço tecnológico, em direção a uma sociedade mais velha justamente porque a tecnologia na medicina produz mais longevidade. Essa mesma longevidade que perde empregabilidade no mercado corporativo. Portanto essas pessoas que vão viver mais precisam aprender a produzir dentro da quarta revolução industrial. É necessário que elas se alfabetizem na área do empreendedorismo digital para conseguirem sua sobrevivência” apontou o acadêmico.

Após a palestra de abertura, o Seminário de Tecnologias Disruptivas e a Transformação Digital ainda promoveu um debate com painelistas e, na quinta-feira, dia 20, os temas serão “Segurança da informação e cyber segurança”; e “Um Passo ou um Salto para a Transformação Digital nas Empresas”.