Pesquisa do Inatel sobre Internet do Futuro ganha destaque nacional

inatel-novagenesisMais segurança, mobilidade e interação entre homem e máquina. Estas são algumas das propostas do projeto NovaGenesis, que prevê a criação de uma nova arquitetura para a Internet, capaz de suportar a evolução tecnológica acelerada que estamos vivenciando. O projeto foi destaque na mídia nas últimas semanas e esteve entre os semifinalistas do Prêmio Santander Ciência e Inovação.

Fruto de uma pesquisa iniciada em 2008 pelo professor Antônio Marcos Alberti, que resultou em seu pós-doutorado, o projeto conta com a participação de sete pesquisadores, dentre alunos de graduação e mestrado da instituição, além do professor que coordena a equipe. O trabalho do grupo é focado na criação de um ambiente de Internet melhor preparado para o crescimento, em infraestrutura de informação e comunicações, previsto para as próximas décadas, tanto com relação ao número de dispositivos capazes de se conectar e a quantidade de redes disponíveis, quanto à demanda por tráfego, interatividade e mobilidade.

Isto se justifica porque o protocolo de comunicação da Internet, criado na década de 70, foi concebido para uma realidade totalmente diferente da atual e enfrenta uma série de limitações. "A Internet foi projetada para equipamentos fixos, no entanto, os terminais móveis hoje já são maioria. Novos modelos de Internet deverão suportar a mobilidade de que qualquer entidade, incluindo dispositivos, serviços, pessoas, redes, etc.", explica o professor Alberti.

Para garantir esta mobilidade, os endereços IP e outros identificadores são substituídos no projeto por nomes auto-certificáveis e todo o processamento e a troca de informações são baseadas nestes nomes. "Nas tecnologias atuais, conforme você se move e muda de conexão, sua identificação também muda. Na NovaGenesis, a medida que você se move, sua identificação permanece a mesma", ressalta.

Uma das grandes vantagens é o aumento na segurança no tráfego de informações, uma vez que esses nomes auto-certificáveis podem ser gerados a partir de atributos pessoais, tais como impressão digital, Iris ou, até mesmo, DNA do usuário, associados às informações que trafegam na rede. "Com isso, as chances de uma pessoa tentar se passar por outra reduzirão bastante e a possibilidade de rastrear de onde vem a informação também será facilitada. Entretanto, só poderá ser feito com a devida autorização."

De acordo com Alberti, o objetivo principal do grupo é construir uma rede mais inteligente, baseada em objetivos e planos, e também mais orgânica, permitindo maior interação entre homem e máquina. "Possivelmente, iremos falar com os computadores em linguagem natural e eles vão entender e trabalhar para nos fornecer a informação que desejamos", indica.

Participação em eventos

O projeto NovaGenesis pode ser estratégico para o desenvolvimento de nossa sociedade da informação, já que a Internet tornou-se parte fundamental da infraestrutura das instituições, governos e comunidade. Por esse motivo, o professor Alberti foi convidado para participar de eventos de relevância nacional e internacional nos últimos meses.

O mais recente foi a reunião do Building International Cooperation for Trustworthy ICT, grupo de cooperação internacional em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), para lançamento de um grupo de trabalho em aspectos de segurança que abrange pesquisadores do Brasil, Europa, Índia, dentre outros. Em agosto, o projeto foi apresentado na Conferência Internacional "São Paulo – Cidades Inteligentes", que promoveu a discussão de soluções voltadas para a melhoria e eficiência de serviços públicos.

No dia 13 de novembro, o professor participará de um painel no Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para Comércio e Serviços, que será realizado em Brasília (DF) e abordará temas fundamentais para o crescimento e fortalecimento do setor terciário no país. Segundo Alberti, será uma oportunidade de mostrar que a NovaGenesis pode oferecer um ambiente melhor preparado aos desafios da arquitetura orientada a serviços, maximizando o potencial do setor terciário que hoje é responsável pela maior parte do PIB nas economias desenvolvidas e em desenvolvimento.