Projeto criado no Inatel irá para a fase de testes em pacientes do ambulatório de neuropediatria do Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre

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As alunas do curso de Engenharia Biomédica do Inatel, Isadora Coelho Faggiani e Rita Elizabeth dos Santos Almeida, desenvolveram uma ferramenta que é capaz de auxiliar no diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) por meio do rastreamento ocular da visão de um paciente. O projeto foi desenvolvido sob a orientação do professor Filipe Bueno Vilela dentro do e-Health Innovation Center, laboratório voltado para o estudo de soluções tecnológicas voltadas para a Saúde da instituição. A iniciativa recebeu o nome de Eye Tracking.

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Segundo o médico neuropediatra Walter Luiz Magalhães Fernandes, que atua no Hospital, o aumento de pacientes diagnosticados com autismo tem gerado uma grande preocupação. Ele afirma que uma a cada cinquenta crianças que nascem hoje, tem o diagnóstico positivo. Há cerca de dez anos, esse número era de uma criança para cada 150 nascimentos. Por isso, o diagnóstico rápido pode ser importante para que a família tome os cuidados adequados.
O médico destacou a importância da ferramenta desenvolvida pelo e-Health, que irá ajudar profissionais de saúde a identificar crianças com autismo. "Os pesquisadores do Inatel trabalham com ferramentas de tecnologia em saúde e tem um know how importante para desenvolver uma ferramenta de diagnóstico. Então, para nós, foi um sonho de consumo", avalia.
Para Isadora Faggiani, que atuou no desenvolvimento do projeto, o trabalho foi fruto de muita pesquisa com base em artigos científicos, sites e reportagens. "A gente queria o máximo de conhecimento sobre o que estávamos tratando naquele momento, já que existem várias minúcias para entender esse mundo e conseguir fazer um programa de qualidade para ajudar no diagnóstico do autismo", diz.
O diagnóstico do autismo depende de uma avaliação multidisciplinar, que passa por médicos, psicólogos e fonoaudiólogos, por exemplo. Porém, o protótipo pode facilitar médicos a identificar, de forma rápida, indícios de um diagnóstico positivo. É o que avalia a professora do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), Eliane Sousa de Oliveira Fernandes.
Já a coautora do projeto, Rita Elizabeth dos Santos Almeida, destaca a importância do Inatel na criação do protótipo. "O Inatel é pioneiro nessa parte de tecnologia. Nós ficamos muito felizes de pegar algo do zero e saber que temos o apoio da instituição e da Univás, para criar algo brasileiro. Eu acho que é incrível e vai ajudar bastante na triagem dos pacientes", comemora.