Premiação do BioChallenge encerra 9ª edição da Semana da Biomédica do Inatel

A premiação da 4ª edição do BioChallenge encerrou, nesta sexta-feira (20), a 9ª edição da Semana da Engenharia Biomédica do Inatel. O evento, que aconteceu entre 16 e 19 de agosto, contou com a participação de 45 estudantes, divididos em nove grupos. O BioChallenge é uma competição em formato de hackathon que conta com a participação de alunos do curso de Engenharia Biomédica de várias instituições do país. Ao longo da semana acadêmica, eles tiveram que propor soluções para um determinado problema.

O evento contou ainda com 15 mentores, cinco avaliadores e cinco organizadores, que acompanharam as ações desenvolvidas pelas equipes durante a competição. Segundo Bruce de Oliveira Feijolo, aluno do curso de Engenharia Biomédica do Inatel e organizador da semana acadêmica, o BioChallenge deste ano, que aconteceu de forma online por conta da pandemia de covid-19, teve como objetivo a integração entre estudantes."O objetivo foi conectar pessoas. Na fase de planejamento do público alvo do evento, notamos que existem vários núcleos de Engenharia Biomédica separados pelo Brasil. Sendo assim, criamos todo o evento voltado para criatividade e integração de pessoas de diferentes faculdades", contou.

Durante quatro dias, as equipes desenvolveram um projeto baseado em temas relacionados à ficção, como filmes e séries. Bruce explicou que, ao todo, foram propostos 15 temas de projetos a serem desenvolvidos na área de Engenharia Biomédica a partir das sugestões. "Ao dividir os grupos demos diferentes missões para cada um deles, eles tinham que realizar um projeto com base em um filme ou série disponibilizado pela equipe de organização, dentre eles se destacaram Biohackers, Operação Big Hero e Spider Man", disse.

Equipe vencedora

A aluna do 4º período de Engenharia Biomédica do Inatel e representante da equipe vencedora, Yasmin Silva Ramos, contou como foi o desenvolvimento do projeto. A proposta teve como ponto de partida o filme “Homem-Aranha: Longe de Casa” (2019). A ideia se inspirou em uma tecnologia de inteligência artificial em formato de óculos criado, no mesmo filme, pelo personagem Homem de Ferro e que acompanhou o personagem principal durante o longa-metragem. "A partir daí, nossa equipe resolveu criar um óculos que pudesse auxiliar deficientes visuais a se localizar e locomover, evitando e conhecendo seus possíveis obstáculos no ambiente com maior autonomia: o Spider Sense", contou.

O protótipo lançado pelos estudantes é capaz de identificar objetivos num raio de aproximadamente cinco metros por meio de um sensor ultrassônico, que retorna a qual distância o objetivo se encontra, fornecendo um retorno sonoro ao usuário. "A inteligência artificial processa as imagens e transforma sinais e cores em áudio, retornando, para os fones de ouvido, a natureza do objeto e a distância em que o mesmo se encontra. Além disso, dois braceletes são responsáveis pela parte tátil", disse.

Com o objeto identificado, as informações são processadas e o bracelete recebe comandos para girar de acordo com a proximidade do obstáculo. "Dessa forma, o usuário do Spider Sense consegue se localizar no ambiente, podendo atravessar ruas tendo conhecimento das sinalizações de trânsito, encontrar lojas e reconhecer logos pré-programadas", falou.

Yasmin contou que para ela é muito interessante participar de eventos que estimulem a criatividade, trabalho em equipe e organização, como o BioChallenge. "Ter ganhado o primeiro lugar foi incrível, mostrou que ter passado horas trabalhando para construir a apresentação da melhor forma possível valeu todo o esforço. Além disso, também trouxe mais motivação para seguir o semestre", comemorou.

2º Lugar

Representante da equipe que ganhou o segundo lugar na competição, Roberto Bonaldo desenvolveu, junto de seus colegas, uma solução para auxiliar pessoas que sofrem com arritmia cardíaca. Ele, que também é estudante do quarto período de Engenharia Biomédica do Inatel, explicou que o exame de eletrocardiograma, ideal para identificar esse problema de saúde, não é acessível para todas as pessoas. "Dessa forma, nosso projeto consiste em um eletrocardiograma de baixo custo que seria disponibilizado nas recepções das principais instituições de saúde. Desse modo, mesmo aqueles que não são pacientes, poderiam realizar esse procedimento", contou.

O protótipo apresentado pela equipe de Roberto conta com um circuito com dois eletrodos em uma placa retangular. Para que a pessoa realize o exame, é necessário apenas posicionar os dedos polegares sobre os eletrodos durante um período entre um e cinco minutos, e o resultado e um possível pré-diagnóstico é apresentado em um software interligado ao equipamento. "Dessa forma, o eletrocardiograma seria mais acessível para a população, tendo em vista que não seria necessária uma consulta com um cardiologista para a efetuação do exame. Além disso, as pessoas se beneficiariam com a possível descoberta dessa doença silenciosa, e que pode ser fatal", explicou.

Roberto, que já foi campeão do BioChallenge em 2020, e que agora garantiu o segundo lugar, falou sobre a importância do evento. "Posso dizer que foram oportunidades únicas. Além de estimular a competitividade entre os alunos, somos colocados em situações inesperadas ao longo do desafio", contou. Ele falou ainda que muitas experiências são adquiridas quando as equipes estão em contato com os mentores, que são pessoas com dominância no assunto e que estão dispostos a ajudar os grupos no desenvolvimento dos projetos. "Nenhum conhecimento é perdido e muitos são adquiridos ao longo do desafio, graças também à organização que se prepara muito para criar experiências que, com certeza, vou levar o que eu aprendi para o resto da vida", avaliou.

3º Lugar

Aluno do quarto período de Engenharia Biomédica do Inatel, Edmundo Henrique de Paiva Silva também desenvolveu com seus colegas um projeto de inteligência artificial para interpretar exames e diagnósticos hospitalares. As informações obtidas a partir do projeto do grupo permitem que as instituições médicas possam realizar estatísticas clínicas e, no futuro, diagnosticar pacientes com base no próprio banco de dados.

Edmundo destacou a competitividade do evento e comemorou o terceiro lugar. "Eu não esperava ganhar, pois os demais competidores também eram muito bons e eu sentia o alto nível da competição. Quando recebi a notícia, estava dando aula no Inatel e cheguei até a compartilhar com os alunos e os incentivei a participarem também da próxima edição", destacou.