O sistema criado é capaz de identificar o Aedes aegypti por meio de técnicas de sensoriamento seletivo baseadas na frequência do batimento das asas dos mosquitos, que segundo as pesquisas desenvolvidas pela equipe, varia de acordo com a espécie e o gênero dos insetos. “Estamos utilizando duas abordagens tecnológicas para a identificação dos mosquitos: uma acústica e outra óptica-eletrônica. As duas abordagens podem ser inseridas em um cenário de IoT onde será feito o processamento e análise de dados para a identificação, contagem e monitoramento da população de mosquitos”, indica o professor Joel.
De acordo com Diego, as estruturas ópticas têm baixíssimo consumo energético e de processamento de dados em relação às estruturas acústicas, o que possibilita que o equipamento final tenha grande autonomia, podendo ser instalado em um lugar remoto e funcionar por muito tempo. A solução propõe ainda uma armadilha para eliminar os mosquitos identificados como transmissores de doenças (as fêmeas do Aedes aegypti), evitando recorrer a métodos que possam agredir o meio ambiente ou causar mutações nos mosquitos que, em longo prazo, podem aumentar sua resistência biológica.
O projeto é demonstrado na dissertação de mestrado do pesquisador e já gerou vários artigos científicos que estão sendo apresentados em congressos científicos pelo mundo todo. Alunos do curso de Engenharia Biomédica também auxiliam na pesquisa, que é financiada pela instituição e tem o apoio da Fapemig. “Temos também a colaboração do município de Santa Rita do Sapucaí, por meio da Secretaria de Saúde e Vigilância Sanitária que nos cedeu larvas do mosquito para fazermos os experimentos no laboratório. Isso irá nos ajudar a validar a solução. Temos a intenção também de instalar pontos de monitoramento na cidade, como pilotos do projeto”, conta o professor.
Prêmios de inovação
O projeto recebeu o 1º lugar no III Prêmio LF de Inovação em Computação, cuja premiação foi realizada na última semana durante o Simpósio Brasileiro de Sistemas Multimídia e Web – Webmedia 2018, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação – SBC. O prêmio tem o objetivo de homenagear professores e alunos envolvidos em projetos que utilizam tecnologias da informação e comunicação para a melhoria da sociedade. Como prêmio, Diego terá a oportunidade de fazer um estágio no Instituto Federal do Ceara (IFCE) e receberá mil dólares para reaplicar em seu projeto de pesquisa.
Recentemente, um dos artigos referentes ao projeto foi apresentado na terceira Conferência Internacional de Tecnologias Inteligentes e Sustentáveis, SpliTech 2018, realizada na cidade de Split, na Croácia, e recebeu o prêmio de melhor trabalho do evento.

