Sectes e Fapemig contribuem para o desenvolvimento do Vale da Eletrônica

Santa Rita do Sapucaí, o Vale da Eletrônica, conta com 150 empresas ligadas à área tecnológica e instituições de ensino e pesquisa que contribuem para a formação de profissionais e no desenvolvimento de novos serviços e produtosO sul de Minas Gerais tem o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, perdendo apenas para a região metropolitana de Belo Horizonte, e Santa Rita do Sapucaí corresponde a mais de 1/3 do que é arrecadado na microrregião, que reúne 15 cidades. É a tecnologia que move a economia do município, conhecido nacional e internacionalmente, como o Vale da Eletrônica. São 150 empresas ligadas à área tecnológica e instituições de ensino e pesquisa que contribuem para a formação de profissionais e no desenvolvimento de novos serviços e produtos. No último levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) sobre desenvolvimento municipal mostra que Santa Rita do Sapucaí aparece entre as 50 cidades mais desenvolvidas de Minas Gerais.

Este desenvolvimento conta com apoio de órgãos de fomento, como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), tanto para a área acadêmica quanto produtiva. "O Vale da Eletrônica é a referência que Minas tem hoje da capacidade de criar o futuro, de criar o novo e ampliar a sua presença na economia do Estado e na economia nacional. Exemplo de como um setor pode ser organizar, gerar emprego, gerar riqueza, e construir cidadania", afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues.

A Fapemig investe por ano R$ 300 milhões para estimular a ciência, a tecnologia e a inovação no Estado, através de projetos, concessão de bolsas, intercâmbio de pesquisadores, divulgação científica, interação com as empresas, entre outras ações. "Apoiamos projetos que podem colocar a gente à frente do nosso tempo. Sem empresas não há inovação e sem instituições de ensino e pesquisa não há conhecimento. Essa integração é essencial, mas são necessárias políticas públicas e em Minas isso é prioridade", disse o diretor de Planejamento e Finanças da Fundação, Paulo Kleber Duarte.

Atualmente, o Instituto Nacional de Telecomunicações tem oito projetos em parceria com a Fapemig e três com a Sectes, mais de R$ 1,5 milhão investidos em desenvolvimento e bolsas para alunos e pesquisadores. Em 2012 foram iniciados os trabalhos de três centros de desenvolvimento com o apoio da Sectes e da Fapemig. Um deles é o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (CDTTA), destinado à pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas que facilitem a vida das pessoas com deficiência e sejam acessíveis a todas as camadas da população. O outro recém-inaugurado é o Centro de Desenvolvimento em Microeletrônica (CDMicro), que já trabalha na formação de profissionais na área e no desenvolvimento de circuitos integrados para atender a demanda do mercado.

Tem ainda o Centro de Desenvolvimento de Software Embarcado, que atua em parceria com multinacionais, gera conhecimento na área e transfere às empresas do Arranjo Produtivo Local (APL) Eletroeletrônico do Sul de Minas. Além dos centros, a Fapemig apoia outros projetos como o WOCA, que realiza pesquisas com a tecnologia 4G e rádio sobre fibras. "O Inatel e Santa Rita do Sapucaí são um modelo para o país, modelo de empreendedorismo e inovação", disse o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Policarpo Gonçalves de Abreu. O diretor ressaltou o aumento dos investimentos da Fapemig ao longo dos anos com o orçamento do Estado e do setor empresarial e que isso significa um apoio cada vez maior a bons projetos de instituições. "É a utilização dos recursos públicos de uma forma correta e finalística".

Para o diretor do Inatel, professor Marcelo Marques, o trabalho integrado tem proporcionado a Minas Gerais um impulso muito grande, uma vez que as políticas traçadas pelo governo do Estado, por meio da Sectes, são fomentadas pela Fapemig e alcançam a academia, fortalecendo a geração de conhecimento e a transferência de tecnologia ao mercado. "Aqui em Santa Rita do Sapucaí, a tríplice hélice envolvendo a Sectes/Fapemig, o Inatel e a indústria local, é uma realidade, fortalecendo o Vale da Eletrônica e propiciando condições muito favoráveis para o desenvolvimento social e econômico da cidade."

O apoio à pesquisa e ao desenvolvimento se reflete diretamente nas empresas do de Santa Rita do Sapucaí. Segundo o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), as empresas encerraram o ano com 12 mil postos de trabalho, 13 mil produtos de base tecnológica no mercado e R$ 2 bilhões em faturamento. Para o presidente do Sindvel, Roberto de Souza Pinto, o diferencial do município é trabalhar no desenvolvimento, na constante inovação. "E o apoio do governo do Estado, através da Fapemig, é fundamental para que as empresas possam criar novos planos de negócio, novas pesquisas, novos produtos. O apoio à academia também atinge as empresas, já que todas têm ex-alunos das instituições de ensino do município, seja como gestor ou como colaborador".

2013
O apoio às empresas do Polo de Excelência em Eletrônica e Telecomunicações (PE-ET) já começou a ser debatido entre os representantes do Vale da Eletrônica e a Sectes. De acordo com o secretário Narcio Rodrigues, "o planejamento estratégico já tem uma visão de médio e longo prazo para poder prever o aporte de recursos para projetos que podem consolidar uma atuação mais ampla no PE-ET."

Entre os assuntos está a participação do Inatel em dois grandes projetos estaduais: o condomínio temático de Tecnologia da Informação e o Hidroex. O projeto do governo é organizar e fortalecer o setor de TI. "A proposta é chegar em 2022 como o principal Estado na área de TI, colocando Belo Horizonte como a capital nacional de TI. O Inatel tem um papel estratégico para nos ajudar", afirma o secretário da Sectes. A ideia é que o condomínio tenha ações voltadas para a capacitação e pesquisa e também para empresas do setor.

Já o Parque das Águas – Hidroex – é um projeto das Nações Unidas e vai reunir em Frutal instituições de ensino, pesquisa e regulamentação de recursos hídricos. Segundo o secretário, a entrada no Inatel está sendo discutida, principalmente para o apoio no desenvolvimento de dispositivos que ajude na área de prevenção de acidentes naturais.