Este desenvolvimento conta com apoio de órgãos de fomento, como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), tanto para a área acadêmica quanto produtiva. "O Vale da Eletrônica é a referência que Minas tem hoje da capacidade de criar o futuro, de criar o novo e ampliar a sua presença na economia do Estado e na economia nacional. Exemplo de como um setor pode ser organizar, gerar emprego, gerar riqueza, e construir cidadania", afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues.
A Fapemig investe por ano R$ 300 milhões para estimular a ciência, a tecnologia e a inovação no Estado, através de projetos, concessão de bolsas, intercâmbio de pesquisadores, divulgação científica, interação com as empresas, entre outras ações. "Apoiamos projetos que podem colocar a gente à frente do nosso tempo. Sem empresas não há inovação e sem instituições de ensino e pesquisa não há conhecimento. Essa integração é essencial, mas são necessárias políticas públicas e em Minas isso é prioridade", disse o diretor de Planejamento e Finanças da Fundação, Paulo Kleber Duarte.
Atualmente, o Instituto Nacional de Telecomunicações tem oito projetos em parceria com a Fapemig e três com a Sectes, mais de R$ 1,5 milhão investidos em desenvolvimento e bolsas para alunos e pesquisadores. Em 2012 foram iniciados os trabalhos de três centros de desenvolvimento com o apoio da Sectes e da Fapemig. Um deles é o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (CDTTA), destinado à pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas que facilitem a vida das pessoas com deficiência e sejam acessíveis a todas as camadas da população. O outro recém-inaugurado é o Centro de Desenvolvimento em Microeletrônica (CDMicro), que já trabalha na formação de profissionais na área e no desenvolvimento de circuitos integrados para atender a demanda do mercado.
Tem ainda o Centro de Desenvolvimento de Software Embarcado, que atua em parceria com multinacionais, gera conhecimento na área e transfere às empresas do Arranjo Produtivo Local (APL) Eletroeletrônico do Sul de Minas. Além dos centros, a Fapemig apoia outros projetos como o WOCA, que realiza pesquisas com a tecnologia 4G e rádio sobre fibras. "O Inatel e Santa Rita do Sapucaí são um modelo para o país, modelo de empreendedorismo e inovação", disse o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Policarpo Gonçalves de Abreu. O diretor ressaltou o aumento dos investimentos da Fapemig ao longo dos anos com o orçamento do Estado e do setor empresarial e que isso significa um apoio cada vez maior a bons projetos de instituições. "É a utilização dos recursos públicos de uma forma correta e finalística".
Para o diretor do Inatel, professor Marcelo Marques, o trabalho integrado tem proporcionado a Minas Gerais um impulso muito grande, uma vez que as políticas traçadas pelo governo do Estado, por meio da Sectes, são fomentadas pela Fapemig e alcançam a academia, fortalecendo a geração de conhecimento e a transferência de tecnologia ao mercado. "Aqui em Santa Rita do Sapucaí, a tríplice hélice envolvendo a Sectes/Fapemig, o Inatel e a indústria local, é uma realidade, fortalecendo o Vale da Eletrônica e propiciando condições muito favoráveis para o desenvolvimento social e econômico da cidade."
O apoio à pesquisa e ao desenvolvimento se reflete diretamente nas empresas do de Santa Rita do Sapucaí. Segundo o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), as empresas encerraram o ano com 12 mil postos de trabalho, 13 mil produtos de base tecnológica no mercado e R$ 2 bilhões em faturamento. Para o presidente do Sindvel, Roberto de Souza Pinto, o diferencial do município é trabalhar no desenvolvimento, na constante inovação. "E o apoio do governo do Estado, através da Fapemig, é fundamental para que as empresas possam criar novos planos de negócio, novas pesquisas, novos produtos. O apoio à academia também atinge as empresas, já que todas têm ex-alunos das instituições de ensino do município, seja como gestor ou como colaborador".
2013
O apoio às empresas do Polo de Excelência em Eletrônica e Telecomunicações (PE-ET) já começou a ser debatido entre os representantes do Vale da Eletrônica e a Sectes. De acordo com o secretário Narcio Rodrigues, "o planejamento estratégico já tem uma visão de médio e longo prazo para poder prever o aporte de recursos para projetos que podem consolidar uma atuação mais ampla no PE-ET."
Entre os assuntos está a participação do Inatel em dois grandes projetos estaduais: o condomínio temático de Tecnologia da Informação e o Hidroex. O projeto do governo é organizar e fortalecer o setor de TI. "A proposta é chegar em 2022 como o principal Estado na área de TI, colocando Belo Horizonte como a capital nacional de TI. O Inatel tem um papel estratégico para nos ajudar", afirma o secretário da Sectes. A ideia é que o condomínio tenha ações voltadas para a capacitação e pesquisa e também para empresas do setor.
Já o Parque das Águas – Hidroex – é um projeto das Nações Unidas e vai reunir em Frutal instituições de ensino, pesquisa e regulamentação de recursos hídricos. Segundo o secretário, a entrada no Inatel está sendo discutida, principalmente para o apoio no desenvolvimento de dispositivos que ajude na área de prevenção de acidentes naturais.