Empreendedores das startups residentes no Programa de Incubação do Inatel (Foto de Fevereiro de 2019 - Antes da Pandemia do Covid19)
A pandemia do Covid-19 alterou a rotina de todos e não foi diferente com as startups, toda a economia mundial está sentindo os efeitos do tão necessário isolamento social, mas novas oportunidades tem surgido com as mudanças nos hábitos de consumo dos clientes. O ecossistema de inovação do Inatel tem dado apoio para que os novos negócios residentes na Incubadora do campus tenham fôlego para superar essa fase de alerta econômico. A consultoria e acompanhamento do Núcleo de Empreendedorismo refletem no amadurecimento dos empreendedores, mesmo muito jovens, mas preparados e seguros para a gestão, desde a visão financeira até o engajamento do time para a nova realidade de trabalho à distância.
Enquanto o ano de 2019 ganhou evidência pela entrada de fundos estrangeiros no Brasil, com a compra de startups e o aparecimento de novos unicórnios, 2020 colocou à prova todo o sistema de novos empreendimentos, que precisam se mostrar resilientes para a longevidade do negócio. E as mentorias de gestão do Inatel visam este bom senso entre o potencial de inovação e a sobrevivência financeira em períodos de riscos e escassez de aportes.
O Professor Eduardo Zanin, um dos mentores do NEmp, lembra que nestes tempos é preciso tomar posturas estratégicas diferentes em termos de negócios. “Existe uma série de estratégias comuns, como ter foco, não fazer coisas diferentes o tempo todo e com a pandemia é natural que se tenha mais foco, justamente pela redução de oportunidades para vários setores nos próximos meses, que devem ter recuperação mais lenta”. Mas o Professor alerta, “os aconselhamentos para as startups agora não devem ser somente os usuais, porque estamos vivendo tempos extraordinários que exigem estratégias extraordinárias. É preciso olhar mais para fora, entender melhor este momento de incertezas para adequar suas estratégias e conseguir sucesso no mercado”.
A Nowigo, uma das startups residentes no Programa de Incubação do Inatel, que oferece uma solução completa com pulseiras e leitores para entrada e consumação em eventos, conheceu de perto os efeitos da pandemia. Pois o público da empresa, o segmento de entretenimento e lazer, foi o primeiro a ser fechado e pode ser o último a reabrir normalmente. Tayla Simões, sócia da empresa, conta que a Nowigo aproveitou o período sem novos projetos para aprimorar toda a parte tecnológica, aperfeiçoar a plataforma, front-end dos aplicativos e criar itens novos, mas foi preciso realizar um sério estudo de redução de custos para equilibrar o caixa até a retomada dos negócios.
Super Heróis da Nowigo: mais que super poderes, o time apresenta resiliência e criatividade pra enfrentar a crise (Foto de 2019 - Antes da Pandemia do Covid19)
“A crise realmente nos afetou 100%, pois trabalhamos com dois segmentos que foram duramente atingidos, tivemos que negociar a mensalidade dos clientes com contrato anual, com redução praticamente de 70% dos valores” declara a sócia da Nowigo, porém o mito de que algumas oportunidades nascem na crise tem se provado real, conforme afirma a empreendedora. “Tivemos que mudar nossas abordagens com os clientes devido ao novo cenário, estamos trabalhando novas features (funcionalidade ou função) do nosso sistema, que agora consegue controlar a lotação de público por área do estabelecimento e oferecer soluções de pagamento sem contato com dinheiro. Mas estamos em fase de ideação de uma solução nova, para um mercado potencial devido à pandemia, diferente do que já fazemos. A ideia é estudar a fundo esse projeto novo, ver se tem potencial de mercado e tudo o que ele envolve e começar a focar nele” relata Tayla.
Já outra startup incubada, que já possui escritório no Inatel e em São Paulo, a 4Intelligence, não tem do que reclamar, afinal o serviço prestado pela empresa registrou maior procura durante a pandemia, inclusive foi preciso contratar mão-de-obra no último trimestre. “Em março adotamos o home office tanto para nosso escritório no Inatel quanto para o escritório em São Paulo e nós identificamos um aumento na produtividade e melhora na performance das pessoas” revela Rafael Mendonça, sócio da 4intelligence.
Equipe 4Intelligence em crescimento em plena pandemia (Foto de 2019 - Antes da Pandemia do Covid19)
A empresa desenvolve plataformas de inteligência competitiva para suporte na tomada de decisões estratégicas e táticas. “Na contramão do que estamos vendo no mercado e nos noticiários, nosso negócio não foi impactado, ao contrário, sentimos um aumento na demanda justamente nesse período, porque as empresas não podem se dar ao luxo de ter perdas, elas precisam otimizar ao máximo o processo decisório, tornando-o mais assertivo para reduzir qualquer prejuízo” enfatiza o gestor, que também contou com o apoio do Inatel para a contratação de novos colaboradores, por meio dos processos de seleção realizados pelo Núcleo de Estágios e Serviços Profissionais (Nesp).
Todas as empresas pré-incubadas, residentes e até já graduadas têm suporte do Núcleo de Empreendedorismo do Inatel para análise e acompanhamento financeiro, de marketing, inovação e produtos, gestão de clientes e de pessoas. Uma das mais recentes incubadas destaca: “O Inatel proporciona grandes oportunidades que seriam inviáveis para uma empresa iniciante, como a participação em editais, grandes feiras e eventos, contatos com investidores-anjo, todo um know how que torna a estadia na Incubadora muito compensadora” Sempher, residente desde abril de 2020.