Um campus aberto e convergente. Assim nasce o Inatel Smart Campus; aberto para pesquisa, testes e validações de conceitos e tecnologias para Internet das Coisas, um mercado que promete movimentar mais de 400 bilhões de dólares do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos dez anos. O lançamento do projeto foi realizado nesta quinta-feira, dia 31 de agosto, e reuniu as peças chaves para que essa convergência aconteça: especialistas, empresários, representantes de entidades de apoio ao desenvolvimento tecnológico do país e jovens estudantes, que serão os profissionais que estarão no mercado fazendo a revolução IoT acontecer.
O gerente de Desenvolvimento de Negócios do Inatel e coordenador do Smart Campus, Leandro Guezoni, expôs as propostas do projeto, as ações em desenvolvimento e como as empresas podem participar. Toda a infraestrutura do Inatel está aberta ao Smart Campus, mas os pilares são os laboratórios ICT Lab, voltado à pesquisa de novas arquiteturas, e o IoT Lab, criado especialmente para atender às demandas do Smart Campus, e ainda a Smart House, a casa inteligente que está em obras e terá aplicações de robótica.
O IoT Lab já conta com uma equipe de oito alunos de diferentes cursos de Engenharia do Inatel, bolsistas de Iniciação Científica, que vão estudar conceitos de IoT, sob coordenação do professor Carlos Ynoguti. É através deste laboratório que as empresas poderão apoiar o Smart Campus. “A ideia é que as empresas possam desfrutar das ideias geradas por esse grupo e propor soluções que possam ser desenvolvidas para o mercado de IoT. A contrapartida é o custeio de bolsas para ampliar ainda mais o número de estudantes envolvidos nessas pesquisas”, explicou Leandro Guerzoni. O representante da PD&I Brasil, que reúne cerca de 180 empresas, Edelvício Junior, afirma que esta oportunidade é essencial para o desenvolvimento da tecnologia nacional e coloca o Inatel na vanguarda das ICTs brasileiras. “É um mercado extremamente novo, com tecnologias novas e precisamos de massa crítica e de espaço para validar as plataformas. Essa iniciativa vai fortalecer a formação de profissionais qualificados e a criação de startups”.
O objetivo do Inatel é a criação de rede de IoT, aberta e convergente com outras redes e diferentes tecnologias para a oferta de serviços. O desenvolvimento dessa rede se dá em parceria com as startups Tacira e das Coisas. Juntos, também criaram a primeira solução aplicada à rede de conectividade, de iluminação pública, instalada em 75 postes do campus e que em breve também estará em uma praça em Valinhos e no município de Águas de São Pedro, no interior de São Paulo. “A parceria da Tacira com o Inatel começa na validação de ideias e termina na criação de novos produtos para ir ao mercado, através do Inatel Competence Center, que é responsável pela área de desenvolvimento da Tacira. Produtos como o da iluminação pública e do aplicativo de gerenciamento de chamados, que também está em desenvolvimento, e serão testados no campus antes de ser oferecido para condomínios e prefeituras, clientes em potenciais dessas soluções”, afirma o CTO da Tacira, Washington Tavares. Além das soluções desenvolvidas pelo Inatel e startups parceiras, o Smart Campus também abre espaço para soluções desenvolvidas pelo ecossistema de empreendedorismo do Instituto, como a solução da empresa incubada Spark Telecom, de gerenciamento de vagas com uso de imagens de câmeras.
Soluções simples, grande mercado e agilidade
Após o lançamento do projeto Inatel Smart Campus, dois painéis reuniram especialistas em IoT e Smart Cities que trouxeram informações sobre os conceitos, as tendências e as oportunidades desse mercado em que a criatividade é o limite. O primeiro painel sobre IoT contou com a participação do coordenador dos projetos Smart Cities da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Carlos Frees, o sênior director para IoT da Qualcomm, Nuno Filipe Simões, o especialista em IoT do Inatel Competence Center, Daniel Mazzer, e o CEO da empresa Das Coisas, que reside na Incubadora do Inatel, Marco Casaroli, que falou sobre como startups podem contribuir para o desenvolvimento do IoT. “O mercado pede soluções rápidas, projetos pilotos numa velocidade maior do que são feitos normalmente em um desenvolvimento tecnológico. Essa agilidade é necessária porque ninguém sabe o valor de uma solução até ela ser apresentada ao cliente. Aí que as startups brilham, por apresentarem soluções de maneira ágil, possível quando não há tanta parte burocrática e um forte time de desenvolvedores”, afirma Casaroli que desenvolveu o momote aplicado nas soluções do Smart Campus.
O segundo painel focou o mercado de Smart Cities e reuniu o diretor de negócios da Unitec Semicondutores e representante da PD&I Brasil, Edelvício Junior, o diretor de negócios da WebRadar, o ex-aluno Geraldo Segatto, o coordenador do APL de Tecnologia da Informação do Parque Tecnológico de São José dos Campos e coordenador do projeto “Núcleo Brasileiro de Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis”, Marcelo Nunes e o CTO da startup Tacira, Washington Tavares. Todos destacaram as oportunidades de negócios que o mercado de Smart Cities proporciona sem a necessidade de grandes inovações. “Há um amplo mercado para soluções extremamente simples que atendem grande parte das necessidades dos pequenos municípios brasileiros”, afirmou Marcelo Nunes.
Exatamente por esse mercado em expansão, a iniciativa do Inatel Smart Campus é vista como primordial. “A iniciativa do Inatel é de excelência, acelera a capacitação apropriada para o mercado futuro”, afirmou Carlos Fress, que apresentou os projetos da ABDI de formar núcleos brasileiros com instituições de ciência e tecnologia para a regulamentação e padronização das iniciativas de IoT e a criação de selos para empresas e municípios. Essas ações integram a Política Nacional de IoT que está sendo debatida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), com a participação do Inatel, como reforçou o diretor, Marcelo Marques. “O Smart Campus reafirma a posição do Inatel de oferecer aos alunos, empresários e ao país uma contribuição maior, transforma nossa instituição numa plataforma para dar sustentação do mercado de IoT com profissionais altamente qualificados para atender essa demanda que vem pela frente”.
Confira mais fotos no lançamento do Inatel Smart Campus no Flickr.