Cinquentenário da Biblioteca Ministro Olavo Bilac Pinto
No dia 18 de outubro de 2023, a Biblioteca Ministro Olavo Bilac Pinto completou 50 anos de seu registro, realizado no mesmo dia, no ano de 1973. Nas estantes da histórica biblioteca do Instituto estão arquivadas as pesquisas científicas, os livros e os documentos da evolução tecnológica nacional. Um acervo físico e eletrônico com mais de um milhão de títulos à disposição da comunidade Inatel, que contribuiu nas últimas cinco décadas para o desenvolvimento de avanços como a TV Digital, de antenas e transmissores patenteados e o 5G.
Nos anos iniciais do Instituto, ainda na década de 1960, os estudantes tinham acesso somente aos livros técnicos necessários para o estudo de engenharia, até que foi necessário criar um espaço para o acervo e para as pesquisas, então instalado no Prédio 2, onde hoje ficam os laboratórios do Mestrado. “Precisávamos de um espaço à altura do que estava sendo projetado para o Instituto. Sentíamos que os alunos vinham ao Inatel apenas para assistir aulas e não permaneciam no campus, mas queríamos que eles gostassem de estar em seu local de estudos. Para isso, tínhamos que deixar de ser uma escola de engenharia para ser um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento” relata o ex-diretor, Prof. Pedro Sérgio Monti.
A evolução não parou por ali e a biblioteca recebeu novas instalações no Prédio 1, o que foi um marco para a Instituição. “Eu me lembro da inauguração, com a presença do Ministro Olavo Bilac Pinto, a biblioteca foi tomando cada vez mais importância no cenário do projeto de educação do Inatel, até que surgiu a ideia de criar este centro, com um conceito para além de biblioteca” recorda o Prof. José Geraldo de Souza, ex-presidente da Finatel.
O Inatel cresceu, tornou-se o sonhado centro de pesquisas tecnológicas e para abrigar tal produção científica, que tanto colabora com os saltos tecnológicos nacionais, era preciso olhar adiante, o que gerou o Centro de Integração Científica, Cultural e Tecnológica – CICCT. Um projeto ambicioso, com 1673m², salas de estudos disponíveis 24 horas, computadores e equipamentos para pesquisas, o qual foi inaugurado em 08 de outubro de 2010.
O ex-diretor, Prof. Mário Augusto de Souza, conta que certa vez, quando ainda ministrava aulas no Inatel, ao sair muito tarde do trabalho, se sentiu em uma universidade americana, pois todas as luzes da biblioteca estavam acesas, com as salas de estudos repletas de estudantes. “Me deu um orgulho, porque eu sou da terceira turma do Instituto e conheci as outras bibliotecas, sempre foram muito equipadas, mas hoje temos uma instalação com padrões internacionais” reconhece o ex-diretor.
Para celebrar este cinquentenário singular, o Inatel promoveu um evento que respirou cultura, no dia 31 de outubro. Uma reunião icônica de música, poesia, fotografia, livros e vozes autorais históricas do Instituto, os alunos tiveram a oportunidade de interagir com obras e adquiri-las, escutar música instrumental com Tiago Abranches Group, enquanto conheciam o projeto artístico e sustentável Poesia no Filtro, que visa recuperar filtros de café onde são datilografados ou impressos textos originais, do artista Carlos La Terza.
Durante o evento, professores e ex-diretores do Inatel, autores de livros significativos para o acervo institucional, foram convidados para um debate sobre a importância do livro, o seu lugar no presente e suas projeções para o futuro. Entre os presentes, o Prof. José Antônio Justino Ribeiro marcou com suas palavras de sabedoria.
“Um país se faz com homens e livros, grandes autores deixaram isso registrado na história, o livro é o sustentáculo de toda a evolução da humanidade” filosofa o professor. “Nós não temos informações precisas dos clássicos da antiguidade justamente porque não havia livros, naquele tempo publicavam em papiros e pergaminhos que se perderam, os grandes impérios perceberam a obrigação do registro para a posteridade. Nos últimos tempos, essa ideia se modificou com os recursos da rede mundial de computadores, mas isso não elimina a necessidade do livro físico, que não está sujeito a picos de energia, baterias, invasões de sistemas, ele está sempre ali para a hora que você desejar” completa Justino.
Contudo a tecnologia nesse caso não é oponente dos livros, ao contrário. Para o coordenador do ICT Lab, futurista e também autor, Prof. Antônio Marcos Alberti, o livro terá seu lugar nas bibliotecas do futuro, as novas gerações vão consultá-lo e conhecê-lo como muitos fazem com o disco de vinil, atualmente. “Creio que teremos muitas realidades simultâneas, físicas e virtuais entrelaçadas, então a biblioteca vai ocupar essas várias realidades” prevê Alberti.
“Certamente não será como a conhecemos, teremos Inteligência Artificial convivendo nesses ambientes” afirma o autor, que complementa sua visão de futuro com salas de holografia e atendentes robôs, tanto nos ambientes físicos como nos virtuais das bibliotecas futurísticas.
Entre as obras mais antigas no acervo memorial do Instituto está o Livro Tombo da Biblioteca, já como artigo histórico destaca-se o projeto de criação do Inatel, elaborado pelo próprio Prof. José Nogueira Leite, idealizador da Instituição.
A Biblioteca Ministro Olavo Bilac Pinto atualmente conta:
Obras: 22.869 títulos - 38.171 exemplares
Periódicos: 729 títulos - 13.951 exemplares
Produção Docente - Artigos: 3726 até 10/04/2023
Acervo eletrônico: 1.000.000 títulos
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