Ao perceber que existe uma grande demanda do mercado por produtos com conectividade e sentir na pele a necessidade de ter um módulo de experimentação para utilizar em suas pesquisas de mestrado, o aluno Marco Casaroli resolveu criar um hardware genérico para aplicações em IoT (Internet of Things). Assim nasceu o Momote, um módulo open source, de baixo custo, capaz de permitir conectividade a qualquer equipamento e ser utilizado para as mais diversas aplicações. “Comecei a procurar hardwares para fazer os testes da minha pesquisa que é sobre conectividade e descobri que só existem opções para serem importadas e com um alto custo. Fiz as contas e percebi que era possível fazer um equipamento semelhante aqui no Brasil, com custo em torno de 100 e 200 reais”, explica Marco, que de pesquisador se transformou em empreendedor ao resolver investir na ideia.
Para viabilizar a industrialização do Momote, o estudante chamou os amigos Victor Fernandes e Thiago Melo para, juntos, fundarem a Das Coisas, startup instalada na Incubadora do Inatel. A ideia da empresa é produzir os módulos em larga escala e disponibilizar para empresas e instituições de ensino, com a intenção de viabilizar a criação de provas de conceito e, com isso, diminuir o time to market dos produtos, além de incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias.
Dentre as inovações apresentadas pelo módulo destacam-se a fabricação nacional, o baixo custo, o tamanho reduzido perante os concorrentes, o alcance de 40 metros e o baixo consumo de energia (pode funcionar por vários anos com uma bateria de pequeno porte). Além disso, é o único mote do mundo que é multiprotocolo, ou seja, é capaz para funcionar em qualquer padrão de comunicação.
A Das Coisas já possui vários projetos em andamento para a implantação do Momote nas áreas de Automação Residencial, Agricultura, Segurança, Cidades Inteligentes e já conversa com instituições de ensino para disponibilizar os módulos para estudantes. A empresa está participando, inclusive, do projeto de transformação do Inatel em um Smart Campus e de outros projetos junto à instituição. Segundo Marco, a área educacional é o grande foco da empresa, e para onde pretendem voltar seus esforços no programa Crowdworking Vale da Eletrônica - iniciativa de apoio ao empreendedorismo e à inovação desenvolvido por meio de uma parceria entre Inatel, Telefônica e Ericsson - do qual também participam. “É uma oportunidade enorme. Pretendemos desenvolver as metodologias de ensino, materiais de estudo e kits de desenvolvimento para serem utilizados nas escolas. Todo mundo está precisando aprender sobre IoT e nós temos um módulo muito flexível que permite fazer diversos experimentos”.
Ainda de acordo com o empreendedor, o próximo passo é estudar formas de reduzir ainda mais o custo do módulo para torná-lo acessível a todos os públicos. Como ele mesmo diz, o grande propósito da empresa é ajudar a difundir a tecnologia de IoT e, para isso, os empresários pretendem engajar mais pessoas para trabalhar na criação hardwares open source que viabilizem a adoção da tecnologia nas mais diversas áreas.