Maior segurança de dados e ampliação dos endereços de IP dependem de adoção ampla do IPv6 pelos governos, empresas e instituições
Os pesquisadores do Inatel participaram do Artigo técnico sobre o IPv6 no Brasil, lançado pela Huawei, em parceria com o Instituto e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que discute a importância da adoção em território nacional do novo padrão que define os endereços de IP. A apresentação do estudo foi realizada no Mobile World Congress (MWC 2024), em Barcelona, no dia 26 de fevereiro de 2024.
“A criação do IPv6 (Internet Protocol Version 6) foi a resposta das instituições de padronização multilaterais para as novas demandas por conectividade, o aumento exponencial no número de dispositivos e o surgimento de tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), a Inteligência Artificial e o Cloud Computing”, explicou Carlos Lauria, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Huawei. “Apesar dos esforços do ecossistema de telecomunicações como um todo, ainda percebemos uma demora, principalmente entre os provedores de conteúdo, em adotar o novo padrão. Isso pode gerar atrasos na implantação de serviços que têm como base as tecnologias 5G”, disse.
O artigo teve participação dos pesquisadores do Centro de Segurança Cibernética do Inatel – CxSC, Alessandra Carolina Domiciano e Guilherme Aquino. Para o professor Carlos Nazareth Motta Marins, diretor do Inatel, além da ampliação exponencial de números de endereços de IP, o novo padrão apresenta vários benefícios. “O avanço da tecnologia corrige limitações anteriores e representa melhorias positivas para o mercado. A configuração é mais simplificada, há mais segurança, qualidade e apoio à inovação, mais adequada às necessidades atuais de transição para conectividades ultrarrápidas”, explicou.
Atualmente, o Brasil ocupa o 3o lugar em adoção do IPv6 na América Latina, atrás do Uruguai e do México, e o 22o no mundo. “O IPv4 está esgotado, além de ser uma tecnologia defasada para as necessidades atuais”, afirmou Vinicius Caram, superintendente da Anatel. “Por isso, buscamos políticas que aumentem a adoção do novo padrão, principalmente entre os pequenos provedores de internet”, explicou.
A taxa de adesão brasileira atual está perto de 50%. “A fim de encorajar o mercado, sugerimos no artigo algumas metas de desenvolvimento para 2025, 2027 e 2030. Além dessas, elencamos também medidas como construir uma plataforma de monitoramento, incentivar operadoras e empresas a adotarem soluções inovadoras aprimoradas em IPv6 e fortalecer os aspectos de segurança cibernética da infraestrutura”, ressaltou.
Para o executivo da Huawei, a adoção do IPv6 também é um termômetro do atual desenvolvimento da economia digital brasileira. “O IPv6 traz mais qualidade, agilidade e segurança para setores importantes, como operadoras, serviços públicos e cidades inteligentes, instituições financeiras, energia, manufatura, transporte, educação e agricultura. Por isso, para uma garantia maior de competitividade e produtividade, sua adoção é altamente recomendada”, finalizou.
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