Em uma parceria Inatel e Sinduscon, a principal maratona da Construção Civil do Sul de Minas Gerais propõe digitalizar o setor por meio de soluções tecnológicas e inovadoras. O prêmio principal será de R$5.000,00, além de uma tutoria de empreendedorismo no Inatel StartUp.
O Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel é reconhecido por suas maratonas de programação, discussão de novas ideias e desenvolvimento de projetos em Engenharia. Desde 2023 a instituição, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais – Sinduscon, passou a fomentar o desenvolvimento de novas técnicas e habilidades tecnológicas, bem como aprimorar o networking de profissionais da vertical de inovação, por meio do projeto “Hackathon Construtech”. Neste ano o evento volta a acontecer! A maratona de 2024 visa reunir mentes criativas, que possuam como objetivo transformar a construção civil, por meio da digitalização do setor e em prol do desenvolvimento da sociedade. A ação acontece entre os dias 3 e 4 de maio, com inscrições disponíveis via Sympla.
O evento realizado no Laboratório de Ideação do Inatel, em 36h, conta com processos de Ideação, Pitchs e feedbacks dos mentores, prova de conceito, bem como a prototipagem com o auxílio e a utilização dos equipamentos de fabricação digital do Fab Lab Inatel, além de uma banca final de avaliação. Os participantes concorrem também a três prêmios: um de R$1.000,00 para o terceiro lugar, outro de R$3.000,00 ao segundo lugar, além da premiação de R$5.000,00 para o projeto destaque desta 2ª edição. Para contribuir com um futuro mais inteligente, seguro e sustentável da Engenharia Civil, a propriedade intelectual dos projetos criados neste Hackathon ainda são de direito das próprias equipes. Esse direcionamento preconiza os valores tangíveis e intangíveis do produto desenvolvido, a fim de que os competidores possam explorar financeiramente suas criações e, ainda, dar seguimento à ideia como um negócio – por exemplo, no Inatel StartUps, um programa de empreendedorismo do Inatel que inclui uma incubadora referência em todo Brasil.
“O Hackathon Construtech assume um papel ativo na promoção de uma mentalidade empreendedora entre os estudantes de Engenharia, além de ser um projeto que revela a importância de ampliar horizontes e reconhecer oportunidades para além do ambiente acadêmico. É uma ação fundamental para estabelecer conexões significativas, permitindo que os participantes percebam oportunidades de negócio. Esta edição é mais que uma simples competição, é uma plataforma para encorajar os estudantes a não apenas resolver problemas imediatos da indústria, mas também a explorar potenciais parcerias estratégicas para a continuidade de negócios”, conclui o professor Raphael Cardoso Mota Pereira, mediador do evento no Inatel.
CONCRETAGEM INTELIGENTE NA CONCTRUÇÃO CIVIL
Conheça o Projeto Vencedor da Primeira Edição do Hackathon Construtech
Os alunos Bruno José Brandão Quirino Alvarenga, Diego de Jesus Rodrigues, Gabriel Magalhães Rosa, João Pedro Andrade Moreira e Sheldon Gabriel Bernardo Martins foram os vencedores da primeira edição do Hackathon Construtech, em novembro do ano passado. Os pesquisadores e futuros Engenheiros do Inatel desenvolveram o protótipo de um produto inovador, voltado para a área de concretagem na Construção Civil. O Dispositivo, além de medir o volume e a pressão do concreto injetado na construção, ainda viabiliza a transferência e troca de dados sem a necessidade de internet, por meio de um Beacon Bluetooth. Ou seja, de qualquer lugar da obra, os dados de concretagem poderão ser registrados e encaminhados à construtora - de um dispositivo receptor para esse dispositivo emissor desenvolvido, via Bluetooth.
Toda a proposição real do Dispositivo foi criada, do conceito ao protótipo, na primeira na maratona Hackathon Construtech. A empresa proponente do desafio, líder de mercado na cidade de Santa Rita do Sapucaí, buscava melhorias para uma máquina que atua com a perfuração do chão e ejeção, automática, de concreto nas edificações. O sistema do cliente tinha como desafio a perda de conexões de dados e um alto custo de investimento, bem como não media a aplicação do material (concreto) nas obras. No Hackathon, os competidores deveriam sugerir uma solução para os dias atuais e não a longo prazo! O protótipo dos alunos do Inatel resolveu o problema de sinal da máquina, nessa etapa de construção, assim como a comunicação do equipamento, além da medição e o controle de concreto utilizado na obra. A solução foi considerada pela banca avaliadora a mais eficiente, devido à nova estratégia de conexão e a estrutura de sistema menos onerosa ao cliente.
“O projeto vencedor, em particular, direcionou seus esforços para superar barreiras de mercado, desenvolvendo uma solução tecnológica que seria normalmente importada de outros países pelas construtora”, comenta o mediador do evento no Inatel, Raphael Cardoso Mota Pereira. Já o aluno Bruno Alvarenga ressalta que foi a primeira vez que o grupo teve contato com a Engenharia Civil, bem como com a elaboração de soluções tecnológicas para essa área. “Foi essencial ter uma base de “hard skills”, adquiridas aqui no Inatel, acrescida das “soft skills”, também fundamentais para projetos em grupo. Vivemos uma experiência marcante de empreendedorismo, principalmente pelos feedbacks que auxiliaram a equipe a chegar à final da competição com a entrega de um produto inovador”, enfatiza o estudante de Engenharia de Software do Inatel.
Os alunos além de receberam a premiação de primeiro lugar no evento e um prêmio em dinheiro, passaram a fazer parte da incubação no Inatel StartUp. “Muitas empresas que usam o concreto como material possuem esse problema de medição de volume. A nossa proposta é desenvolver uma empresa que auxilie os negócios da região e que também consiga entrar neste mercado de medição e precisão no Brasil, a fim de vetorizar os dados da Construção Civil”, conclui o aluno Sheldon Martins, da Engenharia de Computação do Inatel.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
O Inatel oferece diversas oportunidades de participação em Hackathons aos seus alunos, bem como reconhece a importância das competições como um meio prático de aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula e nos laboratórios. Cada Semana de Engenharia, por exemplo, possui a sua própria maratona! Já o “Hackathon Construtech” acontece uma vez por ano, com a colaboração de especialistas e representantes do Sinduscon. O evento propõe desafios específicos que atendem a indústria da Construção Civil. Confira um bate-papo com o professor Raphael Cardoso Mota Pereira, mediador do evento no Inatel, e fique por dentro dos destaques da segunda edição desse Hackathon:
1. Quem pode participar do Hackathon Construtech?
É uma maratona para todos os estudantes de engenharia e público interessado na área. Os participantes terão a oportunidade de imergir no setor da Construção, ao enfrentarem desafios específicos da Engenharia Civil, ao mesmo tempo em que poderão explorar oportunidades de aplicação das disciplinas de engenharia de software, computação, automação, biomédica, sistemas, produção, elétrica e telecomunicações.
2. Qual o objetivo do Hackathon?
A intenção é inspirar e incentivar os estudantes de engenharia a enxergarem além do âmbito acadêmico, estimulando a visão empreendedora e o desenvolvimento de novos negócios na área.
3. Qual a importância da digitalização da Construção Civil?
Vivemos em um mundo caracterizado por desafios cada vez mais multissetoriais e a abordagem interdisciplinar surge como uma ferramenta vital para lidar com essa crescente complexidade. A transformação digital exemplifica claramente essa interconexão, onde as tecnologias originárias de determinadas áreas transbordam, impactando de maneira profunda setores diversos.
4. Quem serão os avaliadores dos projetos?
A composição do corpo de jurados é composta por profissionais experientes da construção civil, do mercado de inovação e empresarial de Minas Gerais.
5. Como as equipes vencedoras serão incentivadas a criarem o seu próprio negócio?
O Hackathon contempla ao todo, três premiações. O intuito principal é que o prêmio seja um incentivo estratégico, ou seja, um investimento semente para uma possível startup dos projetos vencedores. O objetivo é impulsionar o acesso ao mercado e fomentar as soluções tecnológicas inovadoras, principalmente no Sul de Minas Gerais. Os contemplados poderão contar ainda com uma tutoria do Inatel Startups.