Porque o mercado investe em pesquisas tecnológicas de mestrado e doutorado
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Palavras-chave: Mestrado. Doutorado. Ciência. Pesquisa. Inovação. Título acadêmico. Dissertação. Pesquisa Científica. Bolsa de Mestrado. Mestrado e mercado. Desenvolvimento. Economia.
O que você vai ler neste artigo:
- Brasil no ranking da inovação.
- O engenheiro pesquisador
- Iniciativa privada e universidades
- Desafios e momento promissor
O Brasil ainda ocupa o 49° lugar no ranking da inovação mundial, um índice diretamente ligado ao desenvolvimento tecnológico e ao avanço econômico, assim como intrinsecamente conectado ao investimento em pesquisa científica. Até bem pouco tempo no país, os títulos de mestres e doutores tinham maior repercussão e valorização nos ambientes acadêmicos em carreiras na docência. Mas um movimento do mercado mudou o perfil de engenheiros pesquisadores para profissionais altamente qualificados, patrocinados por empresas para investigarem soluções tecnológicas sob demanda. Mas de onde vem essa mudança?
Realmente esse novo panorama do mercado nacional acompanha uma tendência global, onde basta verificar os números de outros países para entender que, no tabuleiro da inovação mundial, estão sempre à frente países com maiores investimentos em pesquisa. Por exemplo, 79% dos pesquisadores americanos atuam em empresas privadas, contra os 23% brasileiros. Porém essa já é uma realidade em processo de mudança.
Incentivo Governamental
Um bom indício é o projeto de lei aprovado que amplia os benefícios fiscais para empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, o financiamento de bolsas corporativas para pesquisadores está incluso no texto legislativo, para estimular a contratação de profissionais e deduzir impostos para a remuneração de pesquisadores com títulos de mestrado, doutorado ou pós-doutorado, contratados para exercer atividades de pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica. São incentivos que impulsionam as empresas em direção às universidades para ampliarem seus recursos humanos e absorverem pesquisadores das cadeiras acadêmicas.
Quem é o engenheiro pesquisador
Principalmente em áreas de tecnologia, a necessidade de estar gerações à frente das demandas mercadológicas torna o engenheiro pesquisador, com mestrado e doutorado, um profissional desejável para P&D e muitas vezes as pesquisas se desenrolam no próprio ambiente universitário, onde a produção intelectual ritualmente acontece, com suporte financeiro dos parceiros corporativos.
Esse profissional apresenta um perfil que o torna um trunfo para empresas, como:
- Desenvolve pesquisa aprofundada, que pode ser validada com patentes, inclusive estrangeiras.
- Proporciona um trabalho científico com base em dados reais, em que a empresa apresenta problemas e hipóteses para investigação e testa as soluções em ambiente mercadológico.
- Um pesquisador com perfil técnico focado e especializado, com capacidade para entregar tanto produções científicas, quanto a solução prática.
- É um pesquisador atuando em processos e produtos de forma customizada para a empresa, o que gera um diferencial e ao mesmo tempo é um requisito obrigatório para competitividade internacional.
Resposta do meio acadêmico
A resposta de universidades e profissionais ao chamado empresarial é positiva, haja vista o resultado obtido nas pesquisas de telecomunicações, como 5G e 6G, satélites, inteligência artificial entre tantos outros. O trabalho e a produção intelectual ganham espaço e renome mundial, assim o caminho para a inovação de qualidade, desenvolvimento de novos produtos e criação de novas oportunidades de negócio evolui na medida em que mais engenheiros ganham apoio para desenvolverem pesquisas relevantes para o cenário tecnológico e industrial nacional.
Claro, as previsões de déficit profissional para a engenharia preocupam, pois impactam os futuros títulos acadêmicos, no entanto com a entrada definitiva das parcerias privadas, o cenário passa a ser mais promissor em um futuro próximo. Muito interessante ainda é acompanhar a adaptação no perfil desse profissional de engenharia e tecnologia, que já teve fases autodidatas, passou a especialista e agora trata-se de um pesquisador focado de alto desempenho e será fundamental que as empresas aproveitem esses talentos vindos da academia.
Para trilhar o caminho em direção à inovação e ao desenvolvimento econômico, não bastará que a iniciativa privada invista em pesquisas de mestrado e doutorado, afinal a produção científica e as patentes também são fatores decisivos, assim como a aproximação do engenheiro do setor privado dos trabalhos acadêmicos. Levar as empresas a investirem em conhecimento, que reflitam em competitividade, continua a ser um desafio, contudo o Brasil vive um momento favorável de diversos editais de fomento anunciados para a pesquisa, inovação e concessão de bolsas de mestrado e doutorado, então essa pode ser a virada de chave e a hora do engenheiro pesquisador.
Saiba mais sobre o Programa de Mestrado e Doutorado em Telecomunicações do Inatel: https://inatel.br/mestrado-doutorado/