Em quatro dias de competição, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, a RobotBulls garantiu cinco pódios na RoboCore Experience (RCX). O evento reuniu 394 robôs em 22 categorias e 736 competidores, entre os dias 19 e 22 de junho.
O desempenho manteve a invencibilidade da equipe do Inatel na categoria Trekking Pro e abriu caminho para a estreia vitoriosa do robô Bull’dan no combate Hobbyweight. As classificações da RobotBulls, na RCX, foram as seguintes:
- Combate Hobbyweight - 5,44kg / 12lb - Bull’dan - 1º lugar
- Robo Trekking Pro - Bullratella - 1º lugar
- Sumô 3kg (R/C) - Bullbasauro Controlado - 2º lugar
- Futebol Mini - Bullcelona - 2º lugar
- Seguidor de Linha Perseguidor - FlashBull - 3º lugar
Triplo ouro no Trekking Pro
O Bullratella atravessou a pista de obstáculos com a mesma precisão que já lhe rendeu títulos na IronCup (fevereiro) e na RSM (maio). A capitã-geral Mayara Almeida, responsável pelo projeto ao lado de Tobias Bueno, resume: “O principal ponto do nosso robô é a constância dele; melhoramos pequenos detalhes sem mexer no que já funciona”.


Equipe de trekking da RobotBulls mantém invencibilidade com três vitórias consecutivas em 2025.
Além de ajustes finos na eletrônica, a dupla criou trechos de treino mais difíceis que a pista oficial e implementou marcha-ré para manobras críticas, fator decisivo em Brasília. O resultado consolidou o terceiro ouro seguido no semestre.
Cada troféu soma-se a um histórico de cinco primeiros lugares e uma prata acumulados pelo Bullratella em quatro anos do robô. O projeto homenageia um dos professores orientadores da equipe, Alexandre Baratella. Para o Inatel, o feito comprova que pesquisa aplicada e trabalho em equipe formam profissionais prontos para os desafios da Indústria 4.0, dentro e fora das arenas de competição.
Estreia fulminante no combate
Na arena dos robôs de 5,44 kg, o estreante Bull’dan levou o troféu logo na primeira participação. “Levamos o robô só para validar a mecânica e acabamos voltando com o primeiro lugar”, admite o piloto Felipe Silveira. Bull’dan e o Beetleweight CaBulloso têm vaga confirmada na National Robotics League (NRHL), marcada para novembro, nos Estados Unidos.



Bull’dan e o Beetleweight CaBulloso têm vaga confirmada na NRHL.
A vibração em torno das arenas de combate contagia competidores e público: plateias lotadas acompanham cada faísca que salta quando discos de aço se chocam, e o suspense cresce a cada contagem regressiva dos juízes. Nesse clima de adrenalina, o copiloto Wagner Caetano confessa: “Eu particularmente gosto de robô que bate, que arregaça o outro. Quando vejo essas lutas, dá uma satisfação interior”.
Com os robôs intactos após a RCX, a prioridade é preservar componentes antes da viagem internacional. Bull’dan passará por reforços na usinagem, enquanto CaBulloso pode ganhar rodagem extra em competições nacionais. Até lá, a RobotBulls mantém um cronograma de treinamentos para garantir que ajustes permaneçam “cirúrgicos” e não comprometam a confiabilidade que marcou a temporada.
Engenharia aplicada no laboratório
As vitórias refletem um fluxo contínuo entre sala de aula e laboratório. Tobias ressalta que o aprendizado em microcontroladores virou código embarcado no Bullratella: “Tudo o que vemos na disciplina a gente aproveita no robô; é um aprofundamento prático do conteúdo”.
A rotina transforma o espaço de pesquisa em extensão do curso de engenharia: ali se testam sensores, algoritmos de navegação e soluções mecânicas que voltam à bancada para novas iterações.