Cibersegurança deixou de ser uma preocupação restrita ao setor de tecnologia. Com o aumento dos crimes digitais e a hiperconectividade entre sistemas, proteger dados, operações e infraestruturas se tornou um imperativo estratégico para organizações de todos os setores. Nesse cenário, o Inatel criou uma estrutura inovadora para formar especialistas com alto domínio técnico e atuação prática: o Centro de Segurança Cibernética (CxSC) e o Laboratório de Segurança Cibernética e Internet das Coisas (CS&I Lab).
Essa jornada começa em sala de aula, mas logo se expande para ambientes de simulação real, prestação de serviços e resolução de problemas que afetam diretamente o mercado. É uma formação de excelência que alia teoria, prática e ética, que tem levado alunos do Inatel a posições estratégicas em empresas de diferentes portes de estrutura, além de já ter gerado artigos técnicos, patentes e consultorias em grandes corporações.
Formação baseada em desafios reais
A necessidade de formar profissionais preparados para enfrentar ameaças digitais cresceu na mesma proporção que os crimes cibernéticos. Hoje, estima-se que o crime organizado virtual movimente cifras comparáveis ao PIB das maiores economias do mundo.
Foi a partir dessa realidade que o Inatel estruturou, em 2017, o CS&I Lab, um laboratório que permite a formação extracurricular de alunos em cibersegurança. O projeto nasceu como alternativa ao desafio de incluir mais carga horária sobre o tema na matriz curricular tradicional dos cursos de engenharia. Sem comprometer disciplinas essenciais como cálculo, antenas e propagação, o Inatel decidiu ampliar a formação dos alunos fora da sala de aula, de forma voluntária e altamente prática.
Hoje, o CS&I Lab reúne cerca de 100 bolsistas de iniciação científica, que se dedicam a projetos que envolvem cibersegurança, inteligência artificial, satélites e redes. Essa atuação intensiva proporciona uma curva de aprendizado muito mais acelerada do que o modelo convencional de ensino.
Além disso, o programa é sustentado por um modelo de investimento robusto, que conta com o apoio de órgãos de fomento à pesquisa, como FAPEMIG, CNPq, Embrapii e Finatel. Com esse apoio, o Inatel investe cerca de R$ 1 milhão por ano em bolsas, estrutura e capacitação, incluindo plataformas digitais para treinamento, equipamentos de laboratório e suporte de especialistas.
Da formação técnica ao trabalho com especialistas
O diferencial do modelo adotado pelo Inatel está na ponte direta entre formação acadêmica e mercado. Quando um aluno demonstra domínio técnico e comprometimento, ele passa a atuar diretamente com os especialistas do Centro de Segurança Cibernética do Inatel (CxSC). Esse centro é responsável por prestar serviços profissionais de segurança digital para empresas de diversos setores, atuando com testes de invasão (pentests), análises de vulnerabilidades, segurança em software e hardware, engenharia social e treinamentos.
Empresas como Axia Energia, Huawei, Volkswagen, Tagen e Datacom já utilizaram os serviços do CxSC. Durante a execução desses projetos, os alunos atuam ao lado dos profissionais do centro, vivenciando problemas reais de cibersegurança e contribuindo com análises, testes e simulações. Esse modelo transforma o aluno em protagonista de sua própria formação e acelera seu amadurecimento técnico e comportamental.
Além do conhecimento prático, o CS&I Lab também atua em parceria com o Núcleo de Orientação Educacional do Inatel (NOE) para trabalhar competências como ética, responsabilidade e comunicação. Como muitos dos projetos lidam com dados sensíveis, segurança nacional e informações confidenciais, a postura ética do especialista é tratada com a mesma importância que a técnica.
Especialização em segurança ofensiva
Um dos focos principais do CxSC é a segurança ofensiva, abordagem que consiste em simular ataques de hackers para identificar vulnerabilidades em sistemas corporativos. Os especialistas do centro atuam de forma proativa, antecipando ameaças e propondo soluções para evitar que essas falhas sejam exploradas por cibercriminosos.
Esse trabalho inclui desde a invasão controlada de redes e sistemas até a realização de testes físicos, em que se tenta acessar ambientes corporativos por meio de falhas humanas, como engenharia social. É uma abordagem que exige alto nível técnico, domínio de metodologias e profundo conhecimento das táticas utilizadas por hackers. A diferença é que, no CxSC, a missão é defender e não atacar.
A estrutura do Inatel também oferece suporte à publicação de artigos técnicos e desenvolvimento de inovação. O centro já acumulou mais de 30 publicações em eventos e revistas de alto impacto, como o Congresso da Sociedade Brasileira de Telecomunicações e o IEEE, além de whitepapers apresentados em eventos como o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona. Um dos destaques foi o estudo sobre segurança em IPv6, desenvolvido em parceria com a Huawei e a Anatel, e que ganhou repercussão em veículos de nível nacional e internacional.
Esse impacto da formação também pode ser medido pelas conquistas acadêmicas dos alunos. Dois deles, ainda na graduação, já participaram do depósito de patentes com foco em cibersegurança: um feito raro e expressivo.
Resultados que se traduzem em profissionais prontos
A atuação conjunta entre o CS&I Lab e o CxSC representa uma resposta efetiva a um problema urgente: a escassez de profissionais qualificados em cibersegurança. Com o modelo adotado pelo Inatel, o recém-formado já sai com um portfólio técnico, prático e ético que o posiciona à frente no mercado de trabalho.
Ao mesmo tempo, o centro também se mostra uma alternativa viável e estratégica para empresas que precisam proteger seus sistemas, validar suas soluções digitais ou atender a normativas específicas, como os atos de cibersegurança da Anatel. Com apoio do mercado e das agências de fomento, o Inatel vem construindo um ecossistema sólido, capaz de formar talentos, inovar e proteger.
Mais do que um laboratório, o CS&I Lab e o CxSC são espaços de transformação. Esses ambientes são o elo entre o que se aprende e o que se pratica: uma linha de frente onde se forma quem vai proteger o futuro.
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Guilherme Aquino é professor do curso de Engenharia de Telecomunicações e também é coordenador do Centro de Segurança Cibernética (CxSC) do Inatel.

