TOP 4 mundo: RobotBulls está entre os melhores do mundo no combate

Robô Bull'dan, desenvolvido por estudantes do Inatel, alcança o top 4 na categoria 12 libras da National Havoc Robot League, nos Estados Unidos

A equipe de robótica RobotBulls, do Inatel, conquistou um lugar entre os quatro melhores do mundo na National Havoc Robot League (NHRL), competição internacional realizada nos Estados Unidos, considerada uma das principais arenas da modalidade. 

O resultado foi alcançado com o robô Bull'dan, na categoria 12 libras (Hobbyweight), que somou quatro vitórias em cinco combates e avançou até a fase classificatória do torneio.

Os estudantes também competiram com o robô CaBulloso, na categoria 3 libras (Beetleweight), que não avançou para a etapa final, mas integrou o desempenho geral da equipe na experiência internacional.

Preparação intensa e estratégia em alto nível

A participação na competição foi antecedida por um ciclo intenso de preparação no laboratório do Inatel. Os alunos relatam que o mês anterior ao torneio foi marcado por trabalho contínuo, com atividades estendidas até a madrugada para ajustes, testes e definição de estratégias.

“Foi uma experiência totalmente diferente da realidade que a gente já vivia. A gente passou praticamente um mês no laboratório para deixar tudo pronto”, relata o copiloto Wagner Caetano.

Além da parte técnica, a dupla de pilotos reforça que o desempenho em Norwalk foi diretamente ligado à sintonia na condução do robô e às estratégias adotadas dentro e fora da arena.

“A gente conseguiu se entender melhor do que em outras competições, e isso ajudou muito a ir longe com o Bull'dan”, complementa piloto Felipe Silveira.

Desempenho do Bull'dan e desafios da arena internacional

Na categoria 12 libras, o Bull'dan competiu com 32 robôs. O formato da NHRL inclui fase de grupos e etapa final, o chamado prime time, em sistema eliminatório. A equipe do Inatel encerrou a participação entre os quatro primeiros colocados.

Um dos destaques foi a vitória sobre um dos robôs que figura entre os dez melhores do mundo na categoria, desenvolvido por um competidor norte-americano com larga experiência em projetos de alta complexidade. O confronto serviu como validação do projeto brasileiro em um cenário de referência internacional.

Outro desafio relevante foi a adaptação ao piso de madeira da arena, diferente do padrão em aço utilizado nas competições nacionais. “Lá os robôs são preparados para esse tipo de arena. O nosso não. A gente estava com receio de como ele iria se comportar, mas o Bull'dan respondeu muito bem”, avalia a equipe.

Evolução técnica contínua

A experiência internacional também impulsionou melhorias nos projetos. Entre as atualizações implementadas no Bull'dan desde a participação na RCX, considerada a maior competição de robótica de combate da América Latina, estão soluções específicas contra diferentes perfis de adversários, como sistemas anti-horizontal e anti-hammersaw.

Segundo os estudantes, as lutas nos Estados Unidos evidenciaram pontos fortes do projeto e ajustes necessários para a próxima etapa internacional. “Funcionou bem, mas dá para funcionar melhor”, afirma Felipe.

Formação, apoio institucional e impacto para o Inatel

A participação na NHRL reforçou o caráter formativo da equipe RobotBulls. Os estudantes destacam o aprendizado técnico em mecânica, eletrônica e estratégias de competição, além do desenvolvimento de competências ligadas a trabalho em equipe, planejamento e tomada de decisão sob pressão.

Para o professor responsável pela equipe, Wanderson Saldanha, a conquista é resultado direto do engajamento dos alunos e do apoio oferecido pelo Inatel à robótica de competição.

“Eles competiram com referências mundiais, gente que eles estavam acostumados a ver na TV, e hoje estão no mesmo nível de disputa. Ter um robô entre os melhores do mundo mostra o quanto esse esforço valeu. É um resultado que reforça o trabalho da equipe e a representatividade do Inatel em um cenário global”, destaca.

O docente também enfatiza o impacto cultural e acadêmico da experiência. A participação em uma competição internacional, em outro idioma e contexto, amplia a visão dos estudantes sobre carreira, pesquisa aplicada e inovação em engenharia.