Os 60 anos do Inatel, celebrados em 2025, têm sido marcados por histórias que refletem o impacto da ciência, da educação e da inovação tecnológica no Brasil e no mundo. Entre essas histórias, uma se destaca por sua longevidade, consistência e impacto direto na formação de profissionais e no desenvolvimento de soluções para o setor: a parceria com a Ericsson, multinacional sueca referência em telecomunicações.
Esse vínculo, iniciado há mais de cinco décadas, ganhou um novo capítulo com a celebração de dois marcos simbólicos: os 10 anos do projeto BSS (Business Support Systems) e os 20 anos do Wireline. O Instituto reuniu colaboradores e representantes das duas instituições para resgatar a história, reconhecer os protagonistas e projetar o futuro dessa cooperação.
O diretor do Inatel, Carlos Nazareth Motta Marins, relembrou como a parceria com a Ericsson contribuiu para a consolidação do modelo de desenvolvimento tecnológico adotado pelo Instituto. Para ele, Wireline e BSS são exemplos de como a combinação entre excelência acadêmica e desafios reais da indústria gera soluções que acompanham a velocidade das transformações no setor de telecomunicações.
“A parceria com a Ericsson tem um capítulo à parte: são 56 anos de colaboração, com dois grupos extremamente relevantes, Wireline e BSS, que desenvolvem soluções em conjunto com a empresa para atender às necessidades do mercado de telecomunicações, sempre com agilidade e inovação".
Inatel e Ericsson comemoram 56 anos de parceria
Os números ajudam a dimensionar esse impacto. Atualmente, mais de 140 profissionais atuam nos dois projetos, que fazem parte de uma trajetória iniciada em 2006, com o início do Wireline, e ampliada em 2015 com o lançamento do BSS. Ambos foram desenvolvidos dentro da estrutura do Inatel, com forte intercâmbio técnico com unidades da Ericsson no Brasil e no exterior.
Histórias que atravessam gerações
A origem da cooperação em desenvolvimento remonta à antiga feira Telexpo, em São Paulo, em 2005. Na ocasião, o então engenheiro da Ericsson e ex-aluno do Inatel, Luciano Araújo, viu na expertise do Instituto uma oportunidade para estabelecer um novo centro de desenvolvimento no país.
Atualmente, mais de 140 profissionais atuam no projeto Inatel-Ericsson.
A proposta avançou rapidamente. Em 2006, foi formalizada a criação do projeto Wireline, que introduziu uma nova frente de atuação em redes fixas, até então concentrada em centros no exterior. O sucesso do modelo permitiu a criação de novos projetos, como o BSS, responsável por desenvolver sistemas de suporte aos negócios das operadoras.
Hoje, gerente de programas da Ericsson, Luciano relembra o quanto a oportunidade foi bem-sucedida: “essa cooperação já envolveu centenas de colaboradores. Muitos tiveram ali sua primeira experiência profissional, acesso a tecnologias de ponta e oportunidades de atuação internacional. Hoje, vemos profissionais do projeto espalhados por diferentes regiões do Brasil, contribuindo com soluções aplicadas por operadoras no mundo todo”.
Para muitos profissionais, a parceria não foi apenas um ponto de partida, mas um ciclo completo de formação e evolução. Rui Rodrigues Simões Junior é um exemplo disso. Graduado e mestre pelo Inatel, ele está há 20 anos na equipe do projeto e participou da implantação do Wireline, acompanhando a transformação da área ao longo do tempo.
“O projeto passou por diversas transformações. Começamos com entregas diretas aos clientes, depois migramos para áreas de suporte e atuação em emergências. Agora, vivemos mais uma fase de transição, com a migração para a área de BSS”, conta.
Para muitos profissionais, a parceria não foi apenas um ponto de partida, mas um ciclo completo de formação e evolução.
Durante o evento, Rui e outros 26 colaboradores Inatel-Ericsson foram homenageados por suas contribuições com mais de 10 anos dedicados aos projetos. Ao longo de duas décadas, o time vivenciou mudanças tecnológicas, formação de equipes, atuação internacional e novos ciclos de responsabilidades. Na avaliação de Rui, as conquistas profissionais caminharam junto às transformações pessoais, algo que se repete entre diversos colaboradores.
Reconhecimento e perspectiva global
Atualmente, o Inatel é considerado um dos principais centros de desenvolvimento da Ericsson no Brasil. Daniel Rosa, gerente do BSS Development Center da empresa, destaca que os resultados entregues pelas equipes do Instituto estão no mesmo patamar dos centros de excelência em países como Suécia, Índia e Alemanha.
Segundo ele, a atuação do Inatel foi determinante para que o Brasil fosse incluído em projetos de ponta, como o desenvolvimento de soluções em orquestração de redes 5G e, futuramente, 6G. “O engajamento do Inatel é fundamental pros negócios da Ericsson, para os produtos que estamos evoluindo, 4G e agora 5G. É fundamental essa história com a Ericsson”, completa.
Atualmente, o Inatel é considerado um dos principais centros de desenvolvimento da Ericsson no Brasil.
Para além dos marcos e homenagens, o encontro foi também uma oportunidade de alinhar visões sobre os próximos passos da parceria. Com o avanço de tecnologias como inteligência artificial, segurança cibernética e a convergência entre telecom e TI, a expectativa é de que novas áreas de cooperação surjam nos próximos anos.
Representantes das duas instituições reforçaram que o modelo adotado, baseado em confiança, formação de talentos e foco em resultados, continuará sendo referência para futuras iniciativas. A expectativa é que a parceria se expanda, explorando novas frentes e mantendo a missão de conectar inovação, indústria e sociedade.
